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terça-feira, 6 de outubro de 2020

Rãs

 Obra: Rãs

Autor: Aristófanes

Resumo:

Personagens: Xântias, escravo de Dioniso; Dioniso; Héracles; Morto; Caronte; Rãs do lago de Aqueronte, Coro de bem-aventurados, homens e mulheres; Éaco, porteiro de Plutão; Escrava de Perséfone; Estalajadeiro; Plátane, outra estalajadeira; criado de Plutão; Plutão; Eurípides; Ésquilo. 

Ação:

Dioniso chega a pé com Xântias montado num burro. O escravo pode para fazer uma piada e Dioniso diz-lhe que pode a não ser que sejam umas específicas que já tinha dito muitas vezes. Xântias queixa-se do peso da bagagem que leva mas Dioniso realça que é o burro que leva o peso todo. Encontram uma porta e Dioniso chama para dentro de casa. Hércules abre-lhe a porta e assusta-se. Hércules ri-se da roupa de Dioniso. Dioniso estava num navio a ler a Andrómeda quando lhe bateu uma nostalgia. Para descrever o seu sentimento ao irmão usa a analogia da sopa. Como um desejo súbido por sopa, Dioniso teve um forte desejo por Eurípides e agora queria ir ao Hades à procura dele. Diz que falta um poeta de talento, o único que ainda se aproveitava era Iofonte, filho de Sófocles. Hércules pergunta o porquê de o irmão não escolher Sófocles, ao que ele responde que só depois de ver o que Iofonte era capaz.

 

 Ágaton foi para o banquete dos bem-aventurados. Hércules enomeração poets mas Dioniso mostra desprezo. Dioniso pede a Hércules que lhe indique os hospedeiros a que ele recorreu quando foi ao encontro de Cérbero (12 trabalhos de Hércules). Hércules descreve várias maneiras de Dioniso se suicidar. Depois diz-lhe para ir para um lago onde Caronte o ajudará a atravessar por dois óbolos. Hércules descreve os crimes que há no Inferno e diz-lhe que os Iniciados lhe vão dar as informações todas. Xântias começa a pousar as bagagens quando Dioniso e Hércules se despedem, tendo assim que arrumar tudo outra vez. Chega um cortejo fúnebre. Dioniso pergunta ao morto se estava disposto a carregar a bagagem até ao Hades e o morto pede duas dracmas pela viagem. Dioniso tenta baixar o preço mas o morto não concorda e a parada continua. O barco de Caronte aproxima-se. Dioniso e Xântias cumprimentam Caronte mas este ignora. Caronte diz que não leva escravos a não ser que tenham estado na batalha naval. Xãntias diz que não esteve lá por estar doente de vista. Caronte manda-o ficar á espera no rochedo de Secura. Xântias começa a correr à volta do lago. Caronte manda Dioniso remar apesar de este não ter experiência. Enquanto o barco avança, as rãs começam. Dioniso queixa-se de ouvir as rãs coaxar e estas intensificam o som. Quanto mais Dioniso as manda calar, mais barulho elas fazem. Para as desafiar, começa a coaxarmos elas até que elas desistem. Chegam ao destino e encostam. Xântias aproxima-se com as bagagens às costas. Os dois começam à procura de um monstro. Primeiro Xântias diz que ouve um barulho à frente e depois diz que é atrás. Xântias diz que vê o monstro mas que este está sempre a mudar de forma. Dioniso ceio de medo corre para junto do sacerdote para o proteger. Xântias diz que a Empusa se foi. Começam a ouvir sons de flauta. Ambos se escondem. Chega um Coro a chamar Baco. Xântias diz que são os iniciados de que Hércules tinha falado. Permanecem escondidos até terem a certeza. O coro chama Baco para se juntar e dançar com eles e liderar a celebração. Chega o Corifeu a indicar quais as restrições para participar no cortejo: saber grego, ser puro de espírito, assistir às festas das Musas e ser iniciado nos ritos báquicos do Cratino (poeta cómico). A procissão era em honra de Perséfone e Deméter. Pedem a Dioniso que lhes mostre Deméter e agradecem ter-lhes dado roupa e sandálias. Dioniso sem se poder conter entra na dança. O coro critica Arcedemo, um político, e o filho de Clitestenes.  Dioniso pede ajuda para encontrar a morada de Plutão. Dioniso e Xântias dirigem-se para a porta do palácio de Plutão. Bate à porta com força e diz que é Hércules. Éaco abre a porta e começa a insultá-lo por ter roubado Cérebro e volta a entrar no palácio. Dioniso põe-se no chão cheio de medo e pede uma esponja para limpar o coração que lhe tinha caído barriga abaixo. Como Xântias disse que não tinha sentido medo, Dioniso ordena que troquem a roupa e se façam passar um pelo outro para ele sentir o medo. Aparece uma escrava de Perséfone e aborda Xântias pensando ser Hércules a dizer que um banquete tinha sido preparado para ele mas Xântias recusa até ouvir falar de bailarinas.

 

 A escrava volta a entrar e Dioniso quer retomar as vestes. Xântias resiste mas acabam por trocar. Chega uma estalajadeira que chama Plátane e ao ver Dioniso mascarado de Hércules diz que é o aldrabão que “embalou dúzia e meia de pães” e carne e alhos. Dioniso quis retomar as vestes para aoriveitar a festa mas agora vai ser castigado. A estalajadeira reconheceu-o pelas botas. Hércules tinha comido muito e, quando a estalajadeira lhe apresentou a conta, ele começou a rosnar. As duas mandam as escravas a procurar o patrono de cada uma para arrasarem com Dioniso. As duas entram e Dioniso implora a Xântias para mudarem novamente as vestes sob o juramento de que não iriam trocar mais. Chega Éaco com servos e prendem Xântias. Xântias recomenda a Éaco que ponha à prova o escravo para ver se ele é culpado ou não. Diz-lhe que pode usar os meios que quiser, podendo até torturá-lo para conseguir a verdade sem ser preciso dar-lhe uma indemnização se o matasse. Dioniso intromete-se e diz que proíbe quem quer que seja de o torturar por ser um imortal. Revela que é Dioniso e que o escravo é Xântias. Xântias responde que Éaco podia então usar mais força com o chicote pois, se é deus, não sente nada. Dioniso diz que como Xântias também afirma que é um deus, devia levar as mesmas chicotadas. Éaco ordena que se dispam e manda que os dois se batam. Éaco dá uma chicotada a Xântias e este não sente nada. Acontece o mesmo a Dioniso. Bate com mais força e os dois arranjam desculpas para fingir que não se estavam a queixar. Éaco desiste dizendo que não consegue descobrir qual dos dois era um deus e vÃo para dentro na esperança de Plutão e Perséfone os reconhecerem já que são deuses.

 

 Parábase. Xântias sai do palácio com um escravo de Plutão. Dioniso já tinha provado que Xântias era um escravo que se estava a armar em patrão. Os dois escravos mencionam ações típicas dos escravos nas comédias. Xântias pergunta o porquê da gritaria e confusão e o criado responde que Ésquilo e Eurípides lutavam. No Inferno havia uma lei que ditava que o melhor no seu ofício ocuparia um lugar de honra ao lado de Plutão e tomaria as refeições no Pritaneu (?). Ésquilo ocupava este lugar mas quando Eurípides chegou uniu-se aos ladrões, carteiristas, parricidas e aos assaltantes que o consideraram o melhor. Aí, Eurípides reinvindicou o trono que Ésquilo ocupava. Ésquilo tinha como apoiantes gente séria, que eram menos. Plutão preparava uma avaliação que pusesse à prova o talento dos dois. Quando Sófocles chegou, abraçou Ésquilo e cedeu-lhe o trono. Se Eurípides ganhar, ele irá disputar com ele. Eurípides diz que vai testar a tragédia, verso por verso. Como não havia um entendimento quanto ao júri, convidam Dioniso. Entram os dois no palácio. Entram Eurípides, Ésquilo e Dioniso. Eurípides diz que não vai ceder o trono. Eurípides chama a Ésquilo um criado de ..., em freio na língua, sem tento nem limites que recorre muito a palavrões pomposos. Dioniso diz aos criados para trazerem um carneiro preto para sacrificar aos deuses do Inferno. Os poetas começam a insultar-se e Dioniso tenta acalmá-los. Ésquilo diz que uma competição entre eles nunca será imparcial pois a sua poesia não morreu com ele e a de Eurípides sim e,por isso, ele pode recitá-la depois de morto. Dioniso manda trazer incenso e fogo. Dioniso quer fazer uma prece antes de ser juiz para poder aturar com toda a competência. Junto com o Coro faz um canto às musas. Ésquilo reza aos deuses e Eurípides invoca os seus deuses privados (Éter, Eixo da língua, inteligência e narinas). Eurípides chama parlapatão e vigarista a Ésquilo e acusa-o de fazer ninho atrás da orelha num público de imbecis. Eurípides acusa-o de criar suspense com os silêncios para enganar o público. Dioniso primeiro diz que gostava dos silêncios mas depois acusa-o de querer enganar o público. Depois, usava palavreado demasiado complexo que deixava o público sem entender nada. Eurípides diz que nas suas próprias tragédias todos falavam e havia uma introdução ao conteúdo desde o início e que retratava assuntos domésticos que eram familiares a todos. Eurípides defende que introduziu a reflexão no público e que governam a casa melhor e estão sempre em cima do que se passa. Ésquilo começa a contrapor. Pergunta a Eurípides qual as qualidades que se devem admirar num poeta ao que este responde o talento e o conselho porque melhoram o nível dos cidadãos. Se um poeta não o fizesse, teria como castigo a morte segundo Dioniso. Eurípides interroga Ésquilo sobre o que ele tinha feito para inculcar bons princípios aos cidadãos ao que ele responde que fez um peça cheia de Ares. Os Sete Contra Tebas , com esta peça, dava ao espetador ansias de combate e ensinava-lhes a procurar vencer sempre o inimigo. Ao usar exemplo de heróis, dava exemplos para os cidadãos seguirem. Ésquilo acusa Eurípides de levar as mulheres a beber cicuta por desonrá-las com as suas histórias e que cabe ao poeta esconder o mal nas histórias.

 

 Começam a falar dos Prólogos. Eurípides acusa Ésquilo de cometer vários erros no seu prólogo das Céforas. Ésquilo diz que em todos os prólogos se pode inserir a expressão “perdeu uma galheta”. Eurípides prepara-se então para acusar Ésquilo de compor sempre o mesmo. Ésquilo acusa Eurípides de se inspirar em todas as fontes e chama uma tocadora de castanholas velha e decrépita. Ésquilo começa a dizer versos. Dioniso manda-o parar e Ésquilo manda vir do palácio uma balança para se decidir o vencedor. Retira-se a balança e aparece Plutão que diz a Dioniso que podia levar o que quisesse. Dioniso explica que vinha à procura de um poeta para que Atenas, depois da crise, poder organizar os festivais. Dioniso desafia-os a dar um conselho à cidade sobre Alcibíades. Dioniso não ficou satisfeito com as respostas e pergunta como é que eles acham que se podia salvar a cidade. Eurípides responde que a salvação é desconfiar dos homens em que se confiava e os inúteis passarem a úteis. Dioniso vai preferir Ésquilo, apesar de ter jurado levar Eurípides. Este sai imitado. Plutão convida Dioniso e Ésquilo para o palácio para lhes oferecer algo antes de partirem. O coro aproveita para realçar que quem, como Ésquilo, tiver a cabeça sai sempre introitos. Os 3 regressam e Plutão dá a Ésquilo objetos para dar a certas pessoas que remetem ao suicídio. Ésquilo pede a Plutão para Sófocles lhe guardar a cadeira pois atribui-lhe o segundo lugar em talento. O coro organiza um cortejo a pedido de Plutão com os cantos que Ésquilo tinha composto para o acompanharem à saída.


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