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terça-feira, 26 de novembro de 2019

A Sogra

Obra: A Sogra
Autor:Terêncio
Resumo:
 Personagens: Laques-pai de Pânfilo; Sóstrata-mãe de Pânfilo; Fidipo- pai de Filumena; Mirrina- mãe de Filumena; Sósia e Parmenão- escravos de Pânfilo; Báquis- antiga amante de Pânfilo.

 Filótis, amiga de Báquis fala com Sira, sua escrava. Filótis comenta o facto de Pânfilo ter prometido a Baquis que nunca levaria outra mulher ao altar e agora estar casado. Sira ensina-a que não deve confiar em homens. Parmenão sai de casa de Laques e vê as jovens a conversar. Vai ter com elas e começa a falar sobre as aventuras de Filótis. Filótis, curiosa, pergunta a Parmenão detalhes sobre o casamento de Pânfilo. Parmenão tenta controlar-se mas acaba por desabafar tudo. Pânfilo queria Báquis mas o pai persuadiu-o a casar mas o casamento ainda não estava consumado. Diz que Pânfilo sofreu muito e que confessou a Parmenão a sua angústia. Enquanto isso, visitava Báquis todos os dias mas, como esta se ia afastando, ele foi-se apaixonando pela esposa. Morre um parente deles e ficam com a herança. Laques manda Pânfilo ir buscar a herança e este deixa a esposa e a mãe em casa. Filumena começa a tornar-se fria para com a sogra e chega ao ponto de ir para casa dos pais sem lhe dar uma justificação.
 Laques acusa Sóstrata de ter afastado a nora como é típico das sogras. Sóstrata age com calma e defende-se. Fidipo estava à porta de sua casa a lamentar-se por se ter deixado levar pelo amor de pai e aceitado a filha em casa. Laques vê-o e decide confrontá-lo, mostrando-se irado com a situação. Fidipo toma uma atitude passiva, afirmando que não pode fazer nada e Laques volta a culpar Sóstrata. Os dois regressam a casa e Sóstrata inicia um monólogo onde explica que não fez nada à nora e sente-se confusa pela atitude dela.
 Chega Pânfilo acompanhado por Parmenão, que o põe ao corrente da situação. Pânfilo exprime a sua má sorte porque, agora que estava solto dos amores por Báquis, a sua esposa era-lhe afastada. Não sabe que lado há-de tomar: o da mãe ou o da esposa. Parmenão procura explicar-lhe que não é algo assim tão grave. Pânfilo aproxima-se da casa de Fidipo e ouve gritos. Pânfilo entra na casa e Parmenão fica sentado na rua.
 Sóstrata vê o rebuliço e quer ir visitar Filumena mas Parmenão relembra-a de que ela não era bem vinda. Diz-lhe que Pânfilo já tinha regressado e ela ilumina-se. Pânfilo sai de casa de Filumena a chorar. A mãe procura saber o que se passa e Pânfilo manda-a para casa. Manda Parmenão ir buscar as malas e inicia um monólogo. Descreve o que se passou na casa: ao entrar, percebe que Filumena estava grávida e que estava prestes a dar à luz. Mírrina roga de joelhos a Pânfilo que não conte nada a ninguém porque ela tinha sido violada. Pânfilo aceita manter sagrado mas não acha que a conseguiria voltar a aceitar. Lembra-se que tinha confessado a Parmenão que nos dois primeiros meses não tinham dormido juntos e que este, ao perceber que ela estava a dar à luz, descobrisse tudo.
 Chega Sósia e Parmenão e Sósia queixa-se de a viagem no mar ter sido longa e cansativa. Pânfilo manda Parmenão à Acrópole encontrar-se com um conhecido seu. Parmenão vai a custo por ser preguiçoso. Laques e Fidipo chegam e Laques diz que Filumena estava em casa porque o pai a tinha chamado no dia anterior mas Pânfilo afirma logo saber a verdade. Pânfilo mostra-se indeciso sobre que partido tomar mas diz que a filia o leva a tomar o da mãe (quando na verdade é ele que não quer). Pânfilo afirma que, se a esposa não o quer, ele terá que a deixar. Pânfilo sai e os dois velhos ficam a discutir e a insultar-se.
 Mírrima está preocupada porque teme que o marido tenha ouvido o choro da criança. Fidipo chega e repreende a esposa por lhe ter escondido a criança, que ele acreditava ser legítima. Culpa Mírrina por querer esconder a criança por querer ver as duas famílias separadas. Acusa-a de não aceitar o genro por este estar relacionado com a cortesã e Mírrina pede-lhe para ir perguntar a Pânfilo se quer a esposa ou não. Mírrina, num monólogo, afirma que a filha tinha sido violada por um desconhecido que lhe tinha tirado um anel.
 Sóstrata está a falar com Pânfilo. Diz-lhe que o pai lhe tida dito que ele a pôs à frente da sua amada e quer retribuir o favor. Sóstrata prontifica-se a deitar toda a sua vida para ir morar no campo com o marido. Laques estava a ouvir a conversa e entrou para dizer a Sóstrata que ela estava certa e que devia ir para o campo com ele. Pânfilo procura dissuadir os dois dessa ideia mas não consegue. Sóstrata sai e entra Fidipo que diz que a culpa era toda de Mírrina e, por isso, Sóstrata não precisava de sair. Fidipo conta que o bebé já ansceu e pede a Pânfilo que aceite pelo menos a criança. Laques insiste que o filho a vai aceitar e, quando este continua a negar, afirma que é por ainda estar apaixonada por Báquis. Pânfilo sai e Laques pede ajuda a Fidipo para confrontar Báquis. Manda um escravo chamá-la. Báquis chega e Laques pede-lhe que não volte a ver o filho. Báquis afirma que não o tem andado a ver e Laques pede-lhe que vá dizer a Filumena e à mãe isso. Chega Fidipo e, ao ver Báquis, insulta-a. Báquis manem-se calma e mostra-se hesitante em entrar e falar com Filumena.
 Chega Parmenão a queixar-se de ter estado à espera e não ter aparecido ninguém. Chega Báquis e pede-lhe que vá chamar Pãnfilo rapidamente para ir ter com Filumena porque a mãe desta reconheceu o anel que lhe tinha dado e que era da filha.
 Monólogo de Báquis em que esta se mostra feliz por ter trazido tanta felicidade ao seu amado. Conta como uma noite. Pânfilo chega a sua casa ofegante afirmando que tinha violado alguém e que tinha ficado com o anel. Agora descobre-se que tinha violado Filumena e que o filho era seu.
 Pânfilo quer recompensar o escravo por lhe ter dado tantas alegrias. Vê Báquis e vai ter com ele. Os dois elogiam-se mutuamente e Báquis fica feliz pela sorte de Pânfilo. Báquis entra em casa cabisbaixa mas ele não repara. Parmenão não sabe o que fez mas fica feliz por não ter ajudado.

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Epídico

Obra: Epídico

Autor:Plauto

Personagens: Epídico, Tesprião (escudeiro de Estratípocles), Estratípocles; Queribulo (jovem amigo de Estratípocles); Apécides (amigo de Perífanes); Perífanes; o soldado fanfarrão; Filipa; Acrópolis; uma lirista anónima e Teléstis.

Resumo:
Tesprião chega do porto com a bagagem do seu amo Estratípocles. Aparece logo Epídico e os dois metem a conversa em dia. Tesprião tinha passado o tempo a comer e a roubar, ato pelo qual era conhecido. Epídico procura saber como estava Estratípocles e onde se encontrava. Tesprião afirma que Estratípocles tinha abandonado as suas armas em combate e que não tinha chegado com ele porque não se queria encontrar com o pai. Diz ainda que Estratípocles tinha comprado uma cativa por se ter apaixonado por ela. Epídico fica desesperado por ter já resolvido o problema da sua outra amada ("Mas quantos corações tem esse homem"). Estratípocles tinha comprado a nova amada com dinheiro emprestado a juros e que o onzeneiro que lhe tinha emprestado o dinheiro tinha chegado com ele para reclamar o seu dinheiro. Epídico lamenta a sua própria desgraça e prevê que irá receber um castigo severo. Tesprião vai para casa de Queribulo, para onde o seu senhor o tinha enviado. Epídico fica sozinho e começa um monólogo em que exprime a sua preocupação com o seu futuro.
 Estratípocles chega com Queribulo e Epídico esconde-se para os ouvir. Queribulo tenta acalmar o amigo, afirmando que o pai não o ia censurar por ter comprado uma cativa de boas famílias. Estratípocles pede dinheiro ao amigo para a acabar de pagar mas este mostra que não tem dinheiro. Estratípocles fica irado por não ter a ajuda que precisava do amigo e deseja ter Epídico ali porque ele iria arranjar-lhe o dinheiro, custasse o que custasse, só para se livrar do castigo de trabalhar no moinho. Epídico, ao ouvir isto, decide aparecer. Epídico diz ao amo que tinha conseguido comprar a amada de Estratípocles como este lhe tinha pedido mas este afirma que já não estava interessado nela pois tinha uma nova paixão. Epídico fica atrapalhado, principalmente quando o amo lhe pede para arranjar o dinheiro que ele estava a dever. Epídico mostra-se empático face ao sofrimento do amo e diz-lhe que fará de tudo para o arranjar.
 Enquanto isso, Apécides e Perífanes conversavam. Apécides procura acalmar o amigo dizendo-lhe que não há problema em ele casar com uma mulher de boa famílias (Filipa), principalmente uma que lhe tinha gerado uma filha. Perífanes afirma que teme pela reação do filho.
 Epídico sai de casa de Queribulo e vê Apécides e Perífanes a conversar. Decide escutar a conversa. Epídico toma a decisão de pedir o dinheiro que o seu amo precisava a Perífanes mas não sabe como. Ouve Apécides dizer que a solução era casar Estratípocles e cria um plano. Finge que tinha andado por toda a cidade à procura de Perífanes. Diz a Perífanes que tinha visto os soldados regressarem da guerra e que à espera de Estratípocles estava a lirista por quem este andava apaixonado. Perífanes procura saber mais e Epídico diz-lhe que ouviu a lirista dizer que o seu amado a ia comprar para a libertar. Perífanes pede ajuda a Apécides e a Epídico e Epídico aconselha-o a fingir que estava interessado na lirista e que a queria libertar por isso e, quando a tiver comprado, mandá-la para longe da cidade. Aconselha-o ainda a enviar alguém em seu nome para libertar a lirista para o onzeneiro não pensar que ele apenas queria salvar o filho. Perífanes e Apécides ficam maravilhados com o plano e designam Epídico para ir entregar o dinheiro junto com Apécides. Perífanes hesita um pouco no momento em que Epídico lhe diz o preço da jovem mas aceita quando este lhe diz que há um jovem que estava interessado nela e que lha iria comprar.
 Enquanto isso, na casa de Queribulo, Estratípocles começa a pensar que Epídico lhe tinha mentido e que não o ia ajudar. Estratípocles começa a descarregar a sua ira em Queribulo por este não o ter ajudado quando ouve um barulho. Chega Epídico com o saco cheio de dinheiro e explica o seu plano ao amo. Este fica radiante e Epídico parte para o fórum para ir ter com Apécides.
 Perífanes estava em casa a fazer uma reflexão sobre a sua vida quando chega Apécides com a lirista. Perífanes manda um escravo levá-la para os aposentos no andar de cima e proíbe-o de deixar a sua filha falar com ela. Apécides parte e entra em cena o Soldado Fanfarrão. O Soldado pede a Perífanes que lhe venda a lirista que tinha comprado para ele a tornar sua concubina. Perífanes aceita desde que o Soldado a leve para fora da cidade e este concorda.
 Um escravo traz a lirista e Perífanes entrega-a ao Soldado. O Soldado rejeita-a por não reconhecer nesta a sua amada. Perífanes insiste que aquela é Acropolístis mas o Soldado explica-lhe que ele tinha sido enganado. Perífanes fica em choque e o Soldado decide que o melhor é partir. Perínaes vira-se para a lirista e pergunta-lhe se tinha sido Apécides a comprá-la. A lirista responde que não ouvira falar desse nome, que era livre à cinco anos e que tinha sido contratada para acompanhar Perífanes num sacrifício. A lirista afirma conhecer Acropolístis mas não sabe onde ela mora. A lirista afirma ter ouvido que tinha sido Estratípocles quem a libertara e Perífanes percebe que Epídico tinha ficado com o dinheiro para si. Perífanes fica irado e manda a lirista embora sem a sua lira nem flautas.
 Chega Filipa, com quem Perífanes tinha tido uma relação na mocidade e a quem abandonou para se casar com uma mulher rica e a quem deixara uma filha. Perífanes ouve os lamentos de uma mulher mas não sabe quem é. Os dois olham-se e reconhecem-se mas ambos hesitam em falar um com o outro por medo de serem mal recebidos. Pouco a pouco trocam palavras mas nenhum quer ceder e reconhecer quem é o outro. Perífanes alude à cidade onde eles se conheceram e Filipa deixa de resistir. Filipa desfaz-se em lágrimas e conta a Perífanes que a filha dos dois estava nas mãos do inimigo. Perífanes acalma-a, dizendo-lhe que Teléstis estava em sua casa e manda-a chamar. Ela chega e Filipa jura a pés juntos que não conhece aquela mulher. Perífanes fica confuso mas percebe que era outra das artimanhas de Epídico. Interroga Acropolístis, que se fazia passar por sua filha, e esa afirma que estava a seguir ordens de Epídico. Perífanes manda as duas mulheres para dentro de casa e sai à procura da sua filha que tinha sido comprada por um cidadão de Atenas e de Epídico.
 Estratípocles aguarda a chegada do onzeneiro com a sua amada e a pedir-lhe o dinheiro. Epídico chega abatido por ter visto Perífanes e Apécides a comprar correias que ele sabia serem para o castigar, significando assim que tinha descoberto o que ele tinha feito. Chega Teléstis e o onzeneiro. Estratípocles vai buscar o dinheiro e Epídico, ao ver Teléstis, reconhece que esta é a filha de Perífanes e Filipa, que ele tinha visto quando lhe entregava prendas de Perífanes. Chega Estratípocles e paga ao onzeneiro. Teléstis corre a abraçá-lo e chama-lhe irmão. Epídico trata de lhe explicar tudo e Estratípocles fica feliz por ter encontrado a irmã mas triste por ter ficado sem uma companheira. Para o alegrar, Epídico afirma que lá em casa estava Acropolístis para ele se servir. Epídico leva os dois para casa de Perífanes e chama Tesprião para ir ter com eles. Pede aos dois irmãos que, se Perífanes se virasse contra ele, que o acudissem.
 Perífanes e Apécides entram em cena exaustos e cheios de dores por andarem à procura de Epídico e por carregarem as correias. Epídico ouve os dois velhos a conversar e salta para a frente deles. Epídico oferece as mãos sem medo para serem amarradas. Perífanes hesita perante esta ordem e que que quer fazer perguntas a Epídico com ele desamarrado. Epídico afirma que não irá responder a nada enquanto não estiver atado. Perífanes olha para o amigo sem saber o que devia fazer e Apécides aconselha-o a fazer a vontade a Epídico. Amarram-no e Epídico pede que as correias estejam bem apertadas. Perífanes interroga Epídico sobre o que ele tinha feito e o escravo não mostra arrependimentos e confessa toda a história. Epídico manda o patrão para dentro de casa para confirmar que ele merece a liberdade. Perífanes entra para casa e Apécides fica com ele. Apécides interroga-o sobre o que está em casa e Epídico afirma que é a filha de Perífanes.
 Perífanes chega e quer desatar as mãos a Epídico mas este recusa enquanto não tiver presentes, a liberdade, um subsídio de alimentação e um pedido de desculpas. Chega o Diretor da companhia a pedir o aplauso do público.