Meia-noite e Dois

Obra: Meia-noite e dois

Autor: Stephen King

Páginas:494

Resumo:
 Esta obra encontra-se dividida em dois contos:
 O primeiro, o mais longo, representa a misteriosa aventura passada por oito passageiros do voo 767 que acordam repentinamente durante o voo para perceberem que se encontram sozinhos no mesmo. Alguns membros entram em pânico, nomeadamente Dinah, uma criança invisual, que é rapidamente consolada por Lauren, uma professora, que se irá manter ao seu lado para garantir a sua protecção.
 Neste voo encontra-se ainda um piloto, Brian Engle, que se disponibiliza a fazer o avião aterrar o mais rapidamente possível, já que não existe nenhum sinal de vida, no mundo exterior ao avião. O grupo aterra em segurança em Bangor, percebendo imediatamente que o ambiente em que se encontram é deveras peculiar, já que o ar é espesso e os objectos se comportam de maneira estranha. O grupo, ainda desorientado sobre o porquê deste acontecimento, é surpreendido quando um dos membros, Craig Tommy, os tenta atacar, esfaqueando Dinah no peito, clamando que esta era o líder dos langoliers, criaturas que procuravam devorar meninos preguiçosos. Por mais abstracta que esta ideia pareça ao grupo e ao leitor, acaba por ser verdade, já que o grupo é atacado posteriormente por estas criaturas, conseguindo levantar novamente voo a tempo.
 Brian tem a ideia de regressar pelo mesmo caminho para poderem atravessar o momento em que o fluxo contínuo do tempo foi alterado mas, ao chegar perto deste, é interrompido por Bob Jenkins, um escritor de mistério, que o adverte para o facto de os membros do grupo estarem adormecidos antes do acontecimento, sendo provável que todos morressem se o atravessassem acordados.
 É discutido neste momento qual o melhor plano para resolver este problema, até que decidem que seria aconselhável diminuir a pressão no avião, para que todos os passageiros desmaiassem antes de atravessar o fluxo contínuo do tempo. No entanto, surge outro problema: quem irá conduzir o avião? Neste momento chega Nick Hopewell que se voluntaria a exercer este cargo, acabando por morrer na passagem de tempos.
 Ao atravessarem o fluxo contínuo do tempo, o grupo, agora de cinco, repara que se encontram num ambiente futuro (tendo estado no passado), onde as emoções são bastante intensas e prazerosas. Poucos minutos de se encontrarem nesta realidade, o grupo começa a avistar pessoas, que os começam a avistar também a eles, caminhando assim para o tempo passado com um sorriso no rosto.


O segundo conto, retrata o paradoxo da vida de Mort Rainey, a partir do momento em que recebe uma visita à sua porta que o acusa de lhe ter roubado a história. Mort nega completamente esta ideia, não sendo o suficiente para que John Shooter o parasse de acusar de plágio. Mort tenta a todo o custo ignorar esta história, pensando que este se trata apenas de um louco que o pretende incomodar, mas todos os esforços se tornam inúteis quando Shooter lhe mata o gato e incendeia a casa (onde costumava viver com a sua ex-mulher, Amy), enquanto este dorme.
 Ao ver que a obsessão de John Shooter ultrapassa qualquer limite do considerado aceitável, Rainey procura arranjar maneira de provar que a sua história foi escrita e publicado primeiro. Shooter, certo de que esta prova é inexistente, continua a atormentar a vida do escritor, dando-lhe três dias para encontrar a prova.
 Rainey, inicia esta jornada confiante mas, ao perceber que todas as cópias da revista onde a sua história tinha sido publicada pela primeira vez, estavam a ser destruídas por John Shooter, entra quase em desespero. Por fim, o escritor recorda-se de uma editora que podia ter a revista e pede para que lha enviem por correio, pedido este que é aceite. No último dia desta contagem, Mort recebe a revista, pronto para provar ao seu acusador a sua inocência, mas rapidamente percebe que a sua história e a página com o seu nome, tinham sido arrancadas.
 Desesperado, Rainey regressa a casa, sabendo que Shooter o iria tentar matar mas rapidamente percebe que existe algo peculiar quando a esta personagem, ao encontrar o manuscrito da suposta história roubada na sua gaveta. Nesse instante a sua ex-mulher chega à casa onde o escritor está instalado, e é vítima de um quase assassinato por parte do seu ex-marido que se encontra num estado de total loucura. Felizmente, Amy é salva por Fred Evans, um completo desconhecido, que acaba por alvejar o assassino.
 No epílogo, o leitor pode ter a confirmação de que John Shooter se tratava na verdade de um pseudónimo de Mort Rainey que acabou por tomar o controlo da sua personalidade, levando este a um estado de insanidade.
 Devo destacar, por fim, que esta história foi adaptada para cinema, com a óptima actuação de Johnny Depp no papel de Mort Rainey.

Obra: O Ingénuo

Autor: Voltaire

Páginas: 93

Resumo: Este clássico do século XVIII narra a chegada de uma embarcação inglesa a França onde se encontrava um jovem que desperta a atenção do prior Kerkabon e da sua irmã, menina Kerkabon. Este jovem identificou-se como sendo um curioso e apaixonado por visitar terras desconhecidas e que tinha decidido visitar França. Os dois irmãos decidem rapidamente convidá-lo para um jantar onde é possível desvendar vários mistérios sobre este jovem, descobrindo assim que a alcunha deste era Ingénuo (não se sabendo o nome real) e que tinha estado na Inglaterra como prisioneiro.
 Os convidados ficam impressionados com a audácia de Ingénuo e perguntam-lhe qual a sua religião, a qual ele não demonstra ter. A menina Kerkabon decide imediatamente que Ingénuo deve ser baptizado, ideia que no início não agrada a este mas que, ao descobrir que é sobrinho da menina Kerkabon e do prior Kerkabon, cujo irmão tinha sido assassinado a caminho do Canadá, é aceite. Ingénuo é assim tratado como parte da família, sendo integrado na sociedade alta e sendo convertido à religião cristã, através da leitura da bíblia.
 Ingénuo ganha um fascínio por este livro, seguindo-o letra por letra o que vai criar situações cómicas e satíricas. O jovem inicia ainda um romance com a menina de Saint- Yves, sendo este mal visto e considerado até pecaminoso devido ao facto de esta se tratar da madrinha de baptismo de Ingénuo. Ao invadir um dia a casa da amada, Ingénuo acaba por destruir o secretismo da relação o que vai fazer com que o irmão da menina de Saint-Yves, o abade de Saint-Yves, a envie para um mosteiro, deixando o amante furioso.
 Certo dia, uma tripulação inesperada de ingleses desembarca na França e Ingénuo começa por tentar falar com eles de forma a impedir o ataque a França mas, ao ver que este método não apresenta solução, parte para a violência e acaba por assassinar três ingleses e fazer com que o resto partisse. Devido a este acto heróico, Ingénuo é convidado para a corte de Versalhes para receber a sua recompensa e parte.
 Ao chegar à corte, encontra uma certa dificuldade em chegar junto do rei por desconhecer as formalidades da corte e acaba por ser preso por ser considerado alguém com o objectivo de incendiar mosteiros e raptar raparigas (plano que ele tinha para recuperar a sua amada). Ao ser preso, conhece Gordon, o seu companheiro de cela, um idoso sofredor e meigo, com uma enorme necessidade de alguém com quem desabafar as mágoas. Os dois companheiros acabam por se tornar próximos, sendo Gordon uma espécie de professor de Ingénuo ao especializá-lo em várias matérias e tornando-o civilizado.
 Ao não saberem do sobrinho, os tios de Ingénuo decidem partir para Versalhes para o tentar encontrar, não tendo conseguido. A menina de Saint-Yves, ao saber que o seu amado se encontrava desaparecido, decide também partir, no dia do seu casamento com o homem a quem estava prometida, sendo perseguida pelo irmão e pedindo auxílio ao subministro. Este acaba por aceitar ajudá-la a libertar o seu amado, cobrando em troca um momento carnal com ela. A menina de Saint-Yves recusa este pedido, sentindo-se ofendida, e vai pedir conselhos a um padre e a uma amiga, recebendo de ambos o conselho de que se deveria entregar para salvar Ingénuo. Após muito choro e resistência, a menina de Saint-Yves decide aceitar a proposta do subministro e consegue libertar o amado.
 Ao ver a amada, Ingénuo acaba por lhe pedir que também liberte Gordon, o que ela consegue fazer apesar dos tormentos por que teve que passar para o conseguir. Os três decidem regressar para junto do abade de Saint-Yves, que se encontrava hospedado em Versalhes, e dos tios de Ingénuo, sendo recebidos de forma acolhedora.
 No meio do jantar em família, aparece a amiga da menina de Saint-Yves, inesperadamente, e devolve a esta os brincos de diamantes que tinham sido oferecidos pelo subministro. Esta fica em choque, já que todos tinham visto os brincos, e decide ir deitar-se, respondendo à amiga com a confirmação de não os querer voltar a ver.
 A menina de Saint-Yves, deitada, acaba por apanhar uma febre, não se queixando à família, e tendo sido apenas descoberta pelo seu irmão que corre a chamar um médico. A febre permanece e a jovem acaba por falecer numa cena emotiva. No momento do funeral aparece o subministro e a amiga que, ao verem o caixão e ao terem conhecimento da história, ficam desolados e admitem a culpa, revelando estarem arrependidos.
 Por fim, temos ainda a informação de que, com o passar do tempo, Ingénuo foi tornado oficial do exército, vivendo com Gordon até à morte deste.