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domingo, 5 de janeiro de 2020

A Comédia do Fantasma

Obra: A Comédia do Fantasma

Autor: Plauto

Resumo:
 Personagens: escravo Tranião; escravo Grumião; o jovem Filólaques; a meretriz Filemácio; a escrava Escafa; o jovem Calidamates; a meretriz Délfio; o velho Teoprópides; o agiota Misergárides; o velho Simão; o escravo Fanisco e o escravo Pinácio.

 Grumião acorda Tranião aos gritos. Tranião acorda mal disposto e há uma troca de insultos por Grumião ser do campo e Tranião da cidade. Grumião insulta Tranião por este gastar a fortuna do seu mestre enquanto este está fora e por viver à grega. Há uma troca de insultos e os dois partem. Entra em cena Filólaques, filho do dono da casa a fazer uma longa reflexão sobre como o homem é semelhante a uma casa e como ele se levou à própria ruína.
 Chegam Escafa e Filemácio e Filemácio, ao ver Filólaques, pergunta à sua escrava se estava apresentável para ser vista pelo seu amado. Escafa ridiculariza a sua atitude, afirmando que é ridículo ela, sendo uma cortesã, se dedicar apenas a um homem que, mesmo que Filólaques a tenha comprado e libertado, ele iria acabar por a abandonar. Filemácio ameaça Escafa de a castigar severamente se ela continuasse a criticar o seu amado e Escafa passa a bajular a sua ama. Filólaques vai ter com Filemácio e convida-a para sua casa. Chega Calidamates, já bêbedo e Délfio, amada de Calidamates. Filólaques recebe-os e oferece um lugar a mesa mas Calidamates prefere deitar-se e dormir.
 Tranião entra em casa a lamentar-se da desgraça a que ele e Filólaques se entregaram por terem esbanjado dinheiro do senhor com festas e agora o senhor tinha regressado. Tranião pergunta à audiência se alguém se queria oferecer para ser castigado por ele mas não houve ninguém. Entra em casa e alerta Filólaques sobre a situação. Este fica desesperado e tenta tirar Calidamates de casa mas não o consegue levantar. Tranião, ao perceber que a situação estava a piorar, tenta encontrar um plano para afastar o senhor da casa. Manda todos para dentro de casa e ordena a Filólaques que não deixe ninguém fazer barulho nem abrir a porta se alguém tocar.
 Teoprópides chega e bate à porta várias vezes mas fica espantado por não ter resposta. Tranião chega e saúda o velho e, quando este afirma ter tocado à porta, Tranião faz uma cara de puro medo e afasta o amo da casa. Tranião explica que, naquela casa, um anfitrião tinha assassinado o seu hóspede e enterrado-o no terreno ao pé da casa sem honras fúnebres. Certo dia o hóspede apareceu em sonhos a Filólaques e contou-lhe a história, aconselhando-o a sair daquela casa por estar amaldiçoada. Teoprópides parte e Tranião vê o agiota, que tinha emprestado o dinheiro para Filólaques comprar a concubina, chegar. Fica atrapalhado, principalmente quando vê que Teoprópides regressa também. Teoprópides afirma que o senhor que lhe tinha vendido a casa tinha dito que a história era mentira e Tranião afirma que o dono estava a mentir. O agiota aproxima-se de Tranião a pedir o dinheiro que lhe devia e este leva-o para um sítio mais escondido. Tranião tenta convencê-lo a regressar mais tarde mas o agiota afirma que não iria sair dali sem ter recebido o dinheiro do juro. Teoprópides ouve falar de juro e procura saber o que se passava. Tranião mente, dizendo que Filólaques tinha pedido dinheiro ao agiota quando descobriu que aquela casa estava assombrada para comprar outra. Tranião convence ainda o senhor a dizer ao agiota que ele se responsabilizava por pagar a dívida no dia seguinte. O agiota parte e quando Teoprópides pergunta onde é que o filho tinha comprado a casa, o escravo fica aflito e responde que tinha sido a casa do vizinho. Teoprópides acredita e pede para ver a casa. Tranião vai sozinho ter com Simão, dono da casa e ouve-o a queixar-se da esposa. Dirige-se a ele e roga-lhe para que não conte ao seu senhor a vida luxuosa que eles levavam. Simão aceita e Tranião diz-lhe que o seu senhor gostava de ver a casa de Simão acreditou e Tranião chama Teoprópides, SImão vai para o fórum e os dois entram na casa.
 Fanisco faz uma reflexão sobre como ele é um escravo obediente por ter medo de o seu senhor o castigar. Chega Pinácio, outro escravo, e acusa Fanisco de viver uma boa vida por estar na graça do seu senhor. Há uma troca de insultos.
 Entretanto, Teoprópides confessa a Tranião como aquela casa era linda e como tinha sido excelente compra. Teoprópides manda Tranião chamar o filho. Fanisco e Pinácio, escravos de Calidamates, bateram à porta de Teoprópides. Este ouve e vai ter com eles. Eles afirmam que vieram ter com o seu senhor que estava ali bêbado. Teoprópides explicou que ninguém habitava aquela casa fazia uns meses e Fanisco explicou que ele ia lá praticamente todos os dias ter com o seu senhor quando este ia às grandes festas realizadas por Filólaques que tinha gasto toda a fortuna do pai dele. Diz ainda que Filólaques tinha comprado a sua amada para lhe conceder a sua liberdade e admite ter pena do pai dele. Os dois escravos vão embora. Teoprópides vê Simão e pergunta-lhe se o filho lhe tinha comprado a casa. Simão responde que não e que o escravo Tranião lhe tinha dito que Teoprópides queria ver a casa para construir um gineceu. Teoprópides percebeu a trama e pediu a Simão uns escravos e correntes.
 Teoprópides fala com os escravos de Simão e explica-lhe que vai fingir que não sabe nada para apanhar Tranião desprevenido. Tranião, no entanto, ouviu a conversa e, quando vai ter com o senhor, senta-se num altar. Teoprópides finge que estava irado com Simão por este não reconhecer a compra da casa e Tranião convence-o de que é má ideia. Teoprópides insiste para que o escravo saia do altar mas este não obedece. Ambos deixam de fingir que não sabem a verdade e Teoprópides questiona-o sobre o porquê de ter feito o que fez. Tranião não se mostra arrependido de nada. Chega Calidamates que tinha sido escolhido pelo amigo para falar com o pai e apaziguar a sua ira. Tranião pede a Calidamates para o proteger e este dirige-se a Teoprópides afirmando que o filho é um jovem e que a juventude é a altura para fazer erros mas que, apesar dos erros, continua a ser filho dele. Teoprópides ficou tão emocionado que decidiu perdoar o filho desde que ele pague a despesa. Teoprópides continuava, no entanto, irado com Tranião e mostra desejo de o matar mas Calidamates suplica para que o perdoe e ele acaba por aceitar.

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Crime e Castigo

Obra: Crime e Castigo

Autor: Dostoievsky

Resumo:
Um rapaz que tinha entrado numa espécie de torpor intelectual, isolando-se, não comendo e vestindo-se com farrapos enquanto preparava o seu projeto. Chamava-se Raskolnikoff e era estudante. Foi visitar uma senhora idosa para penhorar um relógio de prata. Foi para uma taberna, onde um homem bêbado chamado Marmeladoff começou a falar com ele. Tinha sido expulso de casa quando a pessoa a quem devia dinheiro bateu na esposa. Marmeladoff tinha perdido o emprego e voltou a beber. Em casa, a família, composta pela esposa e quatro filhos, passava fome. Tinha conseguido novamente o emprego mas voltou a perdê-lo. Agarrou no dinheiro que tinha num cofre e abandonou a casa para voltar ao álcool. Marmeladoff acaba de contar a história da sua vida e leva Raskolnikoff com ele para a sua casa, de onde tinha fugido. A esposa bateu-lhe.
 Raskolnikoff regressou a casa. No dia seguinte acorda com a empregada a anunciar que a dona de casa o ia denunciar à polícia por não lhe pagar a renda e recusar-se a ir embora. Recebe uma carta da mãe a avisar que a irmã de Raskolnikoff estava noiva de um advogado rico e que dentro em pouco os três estariam juntos novamente. Avisa-o ainda de que lhe iria enviar dinheiro. Ele, ao ler a carta fica irado, reprimindo a mãe e a irmã por terem aceite o casamento com um desconhecido e por a mãe estar a pensar mudar de casa sem forma de sobrevivência monetária. Percebe que a irmã se estava a sacrificar por ele e pela mãe para melhorar o estado económico da família. Começou a comparar o futuro da irmã com a esposa de Marmeladoff. Raskolnikoff sai de casa e vê uma jovem embriagada que tinha sido abusada e posta na rua. Um homem queria aproveitar-se dela e ele bateu-lhe. Chega um polícia e Raskolnikoff conta-lhe a história e pede-lhe ajuda para a levar para casa. Arrependeu-se de ter dado o dinheiro para a viagem da rapariga.
 Vai beber uma aguardente e fica embriagado. Acaba por adormecer na floresta e sonha com um episódio de terror em que um homem tenta obriga o cavalo a levar muita gente mas este não consegue então espanca-o até que este morre. Acordar sobressaltado perguntando-se se aquele sonho era uma premonição de um crime que ele iria cometer no futuro. Tinha sido diagnosticado com um tumor no coração um mês antes. Raskolnikoff passou pelo mercado e descobriu que a irmã de Alena Ivanova, única companhia desta, estaria a trabalhar ali das 6 às 7 do dia seguinte, deixando assim Alena sozinha. Raskolnikoff planeia matá-la e roubar o seu dinheiro. Depois da primeira vez que ele tinha penhorado algo em Alena, ouviu uma conversa entre um estudante e um oficial sobre ela. O estudante já tinha tido os serviços dele e queixava-se de ela ser rabugenta e má, batendo e escravizando a irmã. O estudante apresenta a ideia de matar a velha e esta ideia despertou a alma de Raskolnikoff. Passou a planear o plano perfeito para conseguir matá-la e roubar o dinheiro. Chegou o dia de pôr o plano em prática. Roubou o machado de cozinha e escondeu-o no casaco. Chegou à porta de Alena sem que ninguém o visse entrar. Entrou na casa dela e deu-lhe um objeto que a ocuparia durante uns minutos a tentar abri-la. Aproveitou a distração e espetou o machado na cabeça de Alena. Passou a procurar o cofre com dinheiro dela mas apenas encontrou objetos valiosos dos penhores. Ouve um grito e vê a irmã de Alena chocada junto ao corpo. Matou-a e a partir desse momento fica desnorteado, não sabendo o que fazer. Limpa a roupa e os sapatos e preparava-se para fugir quando ouve passos nas escadas. Um homem bate à porta impaciente, sem obter resposta. Chega um jovem que afirma querer falar com Alena e que repara que a porta estava fechada com o trinque de dentro e, por isso, elas estavam em casa. Os dois desceram as escadas para se encontrarem com mais um homem e ele aproveitou para se esconder no andar inferior onde tinham estado pintores. Os três homens voltam a subir e ele aproveita para se ir embora do edifício. Vai para casa, arruma o machado e vai para o seu quarto sem conseguir dormir por estar tão desorientado e nervoso.
 No dia seguinte entra Nastásia com um homem a entregar uma carta da polícia que lhe ordenava apresentar-se o mais rapidamente possível. Ele mostrou-se pronto a apresentar-se à polícia e a denunciar o seu crime. Quando lá chegou percebeu que tinha sido chamado por uma queixa feita pela senhoria por ele não pagar a renda. Na delegacia, ouviu falar sobre o sucedido no dia anterior. Os polícias não acreditavam que tinham sido os dois homens a cometer o crime. Raskolnikoff ía sair da delegacia mas desmaiou. Os polícias amparara-no e, quando ele recuperou, foi embora.
 Raskolnikoff decide desfazer-se das jóias que tinha roubado e vai escondê-las debaixo de uma pedra num sítio longe de sua casa.
 Decidiu ir visitar Razoumikhine e diz-lhe que já não tinha lições. O amigo ofereceu-lhe a oportunidade de ganhar dinheiro através de traduções. Ele vai embora sem dizer nada, o que deixa o amigo a pensar que ele estava louco. Raskolnikoff entrou em casa e ouviu Petrovich, o adjunto do comissário da polícia que tinha visto na esquadra, a bater na dona da pensão. Nastásia foi levar-lhe o jantar e o jovem perguntou-lhe sobre o sucedido. Nastásia afirmou que não tinha havido qualquer briga e que aquele era um delírio provocado pela febre. Raskolnikoff pede-lhe água e perde os sentidos. Acorda uns dias mais tarde cercado por Razoumikhine, Nastásia e um desconhecido. O desconhecido apresentou-se afirmando trabalhar para uma firma para onde a mãe de Raskolnikoff tinha enviado dinheiro para o filho. Ele não quer assinar a princípio mas Razoumikhine convence-o a aceitar. O homem deixa o dinheiro e vai-se embora. Razoumikhine alimenta Raskolnikoff e conta-lhe que, depois de ele ter saído de casa dele apressado, Razoumikhine procurou-o por todo o lado. Encontrou a morada e foi visitá-lo mas ele estava doente. Entretanto conheceu todos os que faziam parte do hotel e criou amizade com eles. Esteve ao lado de Raskolnikoff para ver se este acordava e jantava sempre ao pé dele.
 Razoumikhine apresenta-se ainda como fiador do amigo devido à dívida que tinha. Razoumikhine afirmou ainda que Raskolnikoff, durante o delírio tinha falado de jóias e tinha pedido para ver a sua bota, que tinha manchas de sangue. Raskolnikoff adormece novamente e Razoumikhine aproveita para lhe comprar roupa nova para substituir a velha esburacada. Chega Zozimoff, um médico que fazia parte da esquadra da polícia. Zozimoff e Razoumikhine começam a falar sobre o assassínio da velha e como a polícia o estava a julgar mal. Um dos pintores que pintavam o prédio tinha sido preso por ter um par de brincos que pertenciam à velha morta. Razoumikhine não acreditava que este era o culpado.
 Chega Petro Petrovitch, noivo da irmã de Raskolnikoff. Diz a Raskolnikoff que a mãe e a irmã estavam a caminho dali, e que vão ficar numa pensão até se mudarem para a casa nova, naquela cidade. Petro, Zozimoff e Razoumikhine conversavam sobre o crime quando Raskolnikoff se exaltou e insultou o noivo da irmã. Este vai embora, ofendido e Raskolnikoff aproveita para pedir a todos que saíssem do quarto para ele ficar sozinho. Zozimoff e Razoumikhine saem e comentam o facto de o doente se exaltar sempre que falam no crime. Raskolnikoff vestiu-se e saiu de casa sem que ninguém percebesse. Percorreu as ruas até entrar numa taberna para pedir os jornais dos últimos quatro dias. Começou a lê-los mas foi interrompido por Zozimoff que o interrogava sobre a sua saída e sobre o que ele estava a ler. Raskolnikoff mostrou saber coisas sobre Zozimoff, procurando intimidá-lo. Este não se rende e Raskolnikoff começa a falar com Zametoff sobre um caso de um grupo que falsificava notas. Os dois falam sobre o crime contra a velha e Zametoff pergunta a Raskolnikoff o que é que ele faria se fosse o assassino e este responde descrevendo o que tinha feito. Raskolnikoff pergunta a Zozimoff se ele alguma vez tinha suspeitado que ele era o assassino e Zozimoff afirma que antes tinha suspeitado mas já não suspeitava.
 Raskolnikoff saiu e foi para a sua casa. Encontrou Razoumikhine, que lhe dá um raspanete por ter saído e convida-o a ir à inauguração da sua casa à noite. Raskolnikoff continua a caminhar em direção à esquadra da polícia mas desvia o caminho para pensar bem no que ia fazer. Encontra a casa da velha e decide entrar. Sobe até ao quarto dela e vê que estão a fazer obras. Dois operários questionaram-no sobre o que ele ali estava a fazer e quem ele era mas ele apenas respondeu que, se eles quisessem saber, tinham que ir com ele à esquadra. Vai-se embora. Pelo caminho encontrou uma multidão que cercava

Razoumikhine se comprometeu a ir ter com elas quinze minutos depois para as atualizar sobre o filho. Este assim faz e informou-as de que Raskolnikoff estava a dormir. Tal como prometido, mais tarde, levou Zozimoff para junto das senhoras para lhes contar os detalhes sobre a doença do filho. Zozimoff procurou sossegar as duas. Zozimoff e Razoumikhine partiram para a pensão de Raskolnikoff, onde iriam passar a noite. O médico afirma que achou a mãe de Raskolnikoff bonita mas Razoumikhine defende-a. Razoumikhine aproveita ainda para dizer ao médico que este iria dormir no quarto da patroa e que ele se devia interessar por ela e fazer-lhe a corte.
 No dia seguinte, Razoumikhine vai tomar chá com a mãe e irmã de Raskolnikoff à pensão onde elas estavam e os três falam sobre Raskolnikoff. A mãe deste destaca os comportamentos errados que ele tinha tido por ter ofendido o noivo da irmã e ter aceite casar-se com a filha da dona da pensão, que entretanto tinha morrido. O noivo da irmã ficou tão ofendido que lhe escreveu uma carta a dizer que as ia visitar à noite e que, se lá estivesse Raskolnikoff, ele ia embora. Os três decidem ir visitar Raskolnikoff e este parecia melhor, pedindo desculpas à irmã e à mãe pelas suas ações na noite anterior. A irmã dele, no entanto, via na cara dele uma apatia que ia contra as suas palavras. Todos sentiam que aquela desculpa era forçada. Raskolnikoff começa a querer puxar conversa para impedir um momento de silêncio mas sentia que era um incómodo enorme manter uma conversa com a mãe e a irmã mesmo apesar de estarem três anos sem se ver. Falam novamente sobre o casamento de Dounia, irmã dele e Raskolnikoff continua a defender que o casamento devia ser anulado. Dounia procurava defender o seu noivo e o seu casamento mas Raskolnikoff contra-ataca sempre com argumentos. Decidem que ele vai estar em casa quando Petro Petrovitch as for visitar mesmo este tendo pedido o contrário.
 Entra Sónia, filha de Marmeladoff a convidá-lo para assistir no dia seguinte ao funeral do pai. A mãe e irmã de Raskolnikoff ficaram comovidos e foram-se embora. Sónia também não demorou muito mais tempo e foi-se embora. Raskolnikoff aproveita para dizer a Razoumikhine que tinha um mal pendurado na casa da velha assassinada que tinha pertencido ao seu pai e que era de grande valor para a família. Enquanto Sónia regressava a casa, foi perseguida por um homem desconhecido. Este tentou falar com ela mas esta fugiu o mais rápido possível.
 Razoumikhine levou Raskolnikoff, a pedido deste, para casa do juiz de instrução que estava a tomar conta do caso da morte da velha e que queria falar com todos os que lá tinham objetos penhorados. Os dois entraram com Raskolnikoff a tentar parecer o mais feliz e descontraído possível. Estava também na sala Zozimoff. Porfírio, o juiz, interroga Raskolnikoff, mencionando um artigo que este escrevera onde fazia uma reflexão sobre o crime, afirmando que o criminoso, enquanto praticava o crime estava sempre doente e apresentava a ideia de que alguns homens podiam cometer crimes por serem superiores à lei. Porfírio procurou testar Raskolnikoff ao máximo, procurando confrontá-lo para saber se ele tinha uma ligação ao crime. Raskolnikoff decide sair a meio do interrogatório com Razoumikhine e pelo caminho confessa ao amigo que sentia que o juiz e o médico desconfiavam dele. O amigo afirma que não e que ele não se devia preocupar com a opinião dos outros.
 Raskolnikoff regressa a casa e o dvornik apresenta-o a um homem baixo que andava à procura dele. O homem vai-se embora e o estudante persegue-o. Interroga-o sobre o seu interesse nele e o homem chama-lhe assassino, partindo com um sorriso malicioso. Raskolnikoff, agitado, decide regressar a casa. Deita-se e começa a meditar sobre a sua vida, ganhando raiva da velha por a ter piorado. Sai para a rua sem dar por si e encontra o homem baixo novamente que o convida a ter com ele. Levou-o ao quarto da velha que estava sentada a um canto e ria. Raskolnikoff pegou no machado e atacou-a com ele mas esta não morria. Acordou aflito e percebeu a figura de um homem sentado a um canto..

Svidrigailoff começa a relatar a verdade sobre a sua vida e sobre a sua esposa. Svidrigailoff fala ainda das visões que tem tido da mulher. Raskolnikoff ouviu-o, apesar da inimizade que os dois tinham. Svidrigailoff tinha amado a irmã de Raskolnikoff mas ofendeu a sua honra mas, apesar disso, foi falar com Raskolnikoff para dizer que o pretendente atual desta não era bom homem. Svidrigailoff propõe propõe ainda oferecer uma quantia de dinheiro para indemnizar a irmã de Raskolnikoff peça que lhe fez e apresenta a intenção de a voltar a ver. Raskolnikoff recusa qualquer proposta e Svidrigailoff parte.
 Razoumikhine chega e os dois dirigem-se para casa de Loujine. Razoumikhine procurou saber mais sobre Svidrigailoff com quem se tinha encontrado nas escadas mas não obteve repostas e, por isso, começou a falar sobre o seu dia. Os dois chegaram a casa de Loujine e a mãe e a irmã de Raskolnikoff chegaram um pouco mais tarde por terem tido dificuldades na viagem.
A mãe de Raskolnikoff menciona a morte da esposa de Svidrigailoff e começam todos a falar sobre ele. Raskolnikoff confessa que este o tinha visitado e menciona a proposta que ele tinha feito mas não explica em que consistia. Pedro Petrovitch aproveita a situação para acusar Raskolnikoff de o ter ofendido e procura esclarecer as coisas. Mãe, irmã e Raskolnikoff unem se contra Pedro, mencionando a vez em que difamou a rapariga que encontrara com Raskolnikoff. Pedro queixa se ainda do facto de o seu pedido para falar com Dounia e Pulquéria sobre Raskolnikoff a sós foi negado e Pulqueria impõe se, afirmando que elas não estavam submissas a ele. Dounia pede a Pedro que saia e este assim faz.
Raskolnikoff aproveita para apresentar a oferta de Svidrigailoff. Razoumikhine apresentou a proposta de juntar o seu dinheiro com o que Dounia iria ganhar e criarem um negócio de tradução de livros. Raskolnikoff levanta se subitamente, pronto a sair, e pede à irmã e à mãe que se afastem dele por uns tempos. Pede ainda a Razoumikhine para cuidar das duas e parte. Raskolnikoff visita Sónia e procura saber sobre o seu futuro. Procura saber sobre o estado da sua madrasta e dos filhos desta. Ao ver a miséria em que Sónia vivia, Raskolnikoff propõe que os dois fujam juntos. Sónia considera o louco e não deseja abandonar a família. Raskolnikoff promete lhe que regressará no dia seguinte para lhe contar quem tinha morto Isabel. Svidrigailoff ouviu a conversa atrás da porta e preparou se para ouvir o que Raskolnikoff ia dizer no dia seguinte. No dia seguinte Raskolnikoff vai à delegacia para ser interrogado por Porfirio. Este começa por falar sobre assuntos aleatórios e menciona que está a tratar de um caso em que tem a certeza de quem é o culpado mas está a persegui-lo lentamente. Raskolnikoff exalta-se e afirma que não tolera que Porfirio o acuse de estar relacionado com o duplo homicídio. Porfirio fica confuso e afirma que Raskolnikoff estava a ter um surto devido à sua doença. Porfirio afirma que não tem quaisquer suspeitas de Raskolnikoff mas este não acredita. Nicolau entra na delegacia e confessa ter assassinado a velha e a irmã. Petrovitch andava inquieto por perceber que o seu noivado com Dounia estava terminado. Essa noite ia haver um jantar na casa de Catarina Ivanovna com o dinheiro que Raskolnikoff lhe tinha dado. Petrovitch convida Sónia para propôr criar uma subscrição para Catarina conseguir algumas doações. Esta aceitou e Catarina Ivanovna estava irada durante o jantar por ter pedido a Amália Ivanovna que convidasse pessoas distintas e amigas do morto mas em vez disso tinha convidado "porcos e lambões" que só se interessavam pela comida. Catarina aproveitou a ocasião para apresentar a sua missão de abrir uma casa de educação para meninas nobres, sendo Sónia a geri-la. Há uma troca de insultos entre Catarina e Amália e surge Petrovitch. Este dirige.se a Sónia e informa-a do desaparecimento de uma nota em sua casa no momento em que Sónia lá tinha estado. Sónia afirma ser inocente e Catarina revista-a para mostrar a sua inocência. Uma nota cai do seu bolso. André, companheiro de quarto de Petrovitch, afirmou que tinha visto Petrovitch colocar a nota no bolso dela.
Raskolnikoff apoia esta ideia defendendo que ele estava a tentar fazer Sónia passar por ladra para que a família se voltasse contra ele por a ter ajudado. Petrovitch vai-se embora. No dia seguinte, Raskolnikoff vai visitar Sónia e confessa o seu assassinato. Sónia tem como primeira reação beijá-lo por ele ser mais desgraçado que ela e depois procurou saber as razões. Depois de uma longa explicação por parte de Raskolnikoff, Sónia aconselha-o a entregar-se à polícia. Raskolnikoff aceita esta decisão e Sónia dá-lhe uma cruz para ele usar nesse momento. Chega André a avisar que Catarina tinha enlouquecido após a terem expulsado da casa. Sónia vai ter com ela. Chega a irmã de Raskolnikoff que lhe diz que Demitri lhe tinha contado que perseguiam o irmão e que este estava atormentado com isso. Dounia despede-se do irmão e parte. André encontra Raskolnikoff e informa-o de que Catarina anda a cantar nas ruas com as filhas a dançar. Os dois vão ao local e tentam convencê-la a ir para casa. Esta ignora e continua o seu espetáculo. Chega um polícia que a repreende por estar a fazer muito barulho. Enquanto procurava pelos seus filhos, Catarina caiu e teve uma hemorragia. O polícia e um desconhecido ajudaram-nos a levar Catarina para casa de Sónia. Catarina oscilou entre momentos de loucura e de lucidez até que faleceu. Dimitri chamou Raskolnikoff à parte e afirmou que iria pagar o funeral a colocar as crianças num orfanato e pede-lhe para contar a Dounia o seu gesto. Afirma ainda ser vizinho de Sónia e, por isso, ouviu a sua confissão mas afirma que não iria revelar nada.
Razoumikhine foi visitar Raskolnikoff e repreende-o por não se preocupar com a mãe e com a irmã. Aproveitou e referiu que o assassino da velha tinha sido descoberto e era um dos pintores que se encontravam no local do crime. Razoumikhine sai e chega Porfírio. Porfírio começa por se desculpar pela atitude interrogatória e desconfortável com que tinha abordado Raskolnikoff na última vez. Faz um longo monólogo sobre o caso da velha e no fim afirma saber que Raskolnikoff era o verdadeiro culpado. Afirma que iria prendê-lo mas primeiro dá-lhe a oportunidade de se entregar para assim a sua pena ser reduzida. Após uma discussão entre os dois na qual Raskolnikoff não admitia ser o culpado do crime, Porfírio foi-se embora. Raskolnikoff não perdeu tempo e foi ter com Dimitri. Após uma longa conversa sobre a noiva deste e sobre o crime de Raskolnikoff, este parte e Dimitri encontra-se com Dounia. Leva-a para sua casa e mostra-lhe o local onde ouviu Raskolnikoff confessar o seu crime. Dounia ficou incrédulo e Dimitri ofereceu-se para o ajudar desde que Dounia ficasse com ele. Esta recusa e este fica irado. Dounia pega num revólver para se defender mas este consegue acalmar-se e manda-a sair. Dounia foge. Dimitri sai de casa e vai entregar dinheiro a Sónia e à sua noiva. Fica a dormir num hotel. Teve pesadelos a noite toda. Decidiu sair de madrugada para a sua viagem. Um guarda encontrou-o e questionou-o e Dimitri alvejou-o.
Raskolnikoff foi a casa da mãe despedir-se, sem lhe dizer para onde ía. Chegou ao seu quarto e encontrou Dounia. Esta consolou-o e deu-lhe apoio. Raskolnikoff despediu-se dela e foi a casa de Sónia. Pediu-lhe a cruz que esta tinha prometido oferecer-lhe caso ele se entregasse. Partiu sem se despedir dela. Raskolnikoff dirigiu-se à delegacia, tendo noção de que Sónia o seguia e confessou o seu crime.
A ação avança. Raskolnikoff estava à nove meses preso na Sibéria. Dimitri tinha-se suicidado. Raskolnikoff tinha confessado que tinha morto a velha para melhorar as suas condições de vida. Foi condenado a oito anos de trabalhos forçados. Dounia casou com Razoumikhine. Sónia usou o dinheiro de Dimitri para ir para a Sibéria e visitar Raskolnikoff sempre que quisesse. Raskolnikoff estava abatido e apático, não querendo falar com ninguém. A mãe de Raskolnikoff faleceu. Raskolnikoff todos os dias ponderava que teria sido melhor suicidar-se do que se ter entregue. Certo dia, Raskolnikoff estranhou a ausência de Sónia. Mais tarde disseram-lhe que esta estava doente mas não era nada de grave. Dias mais tarde Sónia voltou a visitá-lo, já recuperada e Raskolnikoff abraçou-se aos seus joelhos, percebendo que a amava.