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domingo, 15 de outubro de 2017

D. Quixote de la Mancha


Obra: D. Quixote de la Mancha

Autor: Miguel de Cervantes

Páginas:797

Resumo:
Esta obra, dividida em duas partes com cerca de 10 anos de diferença, tornou-se um dos grandes exemplos de literatura para todas as idades. Na Mancha, vivia um fidalgo com cinquenta anos com uma sobrinha de 20 e uma criada e  um moço que, para se entreter, lia livros de cavalaria. Quis, devido ao seu forte fascínio, tornar-se um cavaleiro. Chamou Rocinante ao seu cavalo e juntou o seu nome e a sua pátria para criar o seu alter-ego: Dom Quixote de la Mancha. Preparou o seu famoso discurso e adotou uma lavradora como sua dama, apelidando-a de Dulcineia del Toboso. Parte da sua terra e, quando anoitece, encontra duas mulheres plebeias que o ajudam a encontrar abrigo, apesar de gargalharem com a forma de falar dele. Para se tornar um cavaleiro, implora ao dono da pensão que o armasse cavaleiro. Este conta a todos a loucura do seu hóspede mas, para se ver livre das confusões deste, decide fazer-lhe o favor e Dom Quixote acredita ser agora um cavaleiro oficial. Aventura-se num bosque, onde resolve o conflito entre um lavrador e o seu criado que o acusava de não lhe pagar devidamente. Tenta depois deter um grupo de mercadores mas estes chalacearam-no. Um vizinho encontra-o e entrega-o à sobrinha e ao Cura. Este, junto com o barbeiro e a sobrinha decidem queimar todos os livros de cavalaria e de poesia de Dom Quixote. Mal o cavaleiro acordou, foi-lhe dito que os seus livros tinham sido levados por um feiticeiro (que era personagem de um dos livros) e Dom Quixote decide partir novamente, desta vez com a companhia de Sancho Pança, um lavrador, que acredita nas histórias deste. Sancho Pança é um analfabeto que segue Dom Quixote e as ideias deste para assim poder ter a ilha e uma poção que o cavaleiro lhe prometeu. Encontram moinhos de vento e Dom Quixote procura combatê-los, afirmando serem gigantes; encontram monges e Dom Quixote afirma que estes são feiticeiros.
 Ouve uma canção e um conto de pastores e estes curam-lhe uma ferida. Continua a viagem e salva uma donzela da fúria do seu amo. Tenta dormir numa pensão de forma gratuita mas falha. Confunde um bando de ovelhas e carneiros por duas nações em guerra, sendo que uma transformou a outra em animais.
Liberta o seu animal de transporte e pede a Sancho que o abandone e que conte a Dulcineia as suas peripécias feitas por amor. O Cura apercebe-se da situação e diz a Sancho que existe uma princesa que podia conceder a D.Quixote o título real de cavaleiro. Eles acreditam.
O Cura decide compensar um rei por todas as tragédias que D.Quixote tinha feito e, para isso, conta-lhes várias histórias. D.Quixote continua a sua viagem e embrenha-se em mais aventuras, percebendo que as suas ações estavam a ter o efeito oposto ao que ele queria e defende-se dizendo que estava a seguir as regras da cavalaria e não da época em que vivia. Dom Quixote foi aprisionado por dois homens que diziam que ele estava encantado. Dom Quixote acreditava que o tinham feito por inveja a ele mas Sancho diz-lhe que um dos homens é o Cura, que procurava impedi-lo de fazer mais aventuras. Encontram um cabreiro que lhes conta uma história. Dom Quixote, o Cura, o barbeiro e Sancho regressam à cidade e Sancho vai ter com a mulher. Esta espera presentes para os filhos ou dinheiro para comida mas Sancho Pança apenas lhe diz para não ser curiosa que coisas mais valiosas iriam ter um dia.

Parte II
 Dom Quixote e Sancho encontram um bacharel que afirma que as aventuras do cavaleiro estavam a ser contadas pelo mundo através da publicação delas em livro. Os dois acreditam e Dom Quixote pede ao bacharel para dizer ao autor para escrever uma segunda parte das suas aventuras, fazendo uma ligação entre Miguel de Cervantes e as sua obra. Dom Quixote e Sancho decidem partir novamente em viagem e o cavaleiro decide visitar a sua amada. Ao encontrarem esta com mais duas lavradeiras procuram falar com estas mas são repudiados. Encontram o Cavaleiro dos Espelhos e decidem falar com ele. Discutem sobre o amor, a vida de cavaleiro e surge a ameaça de um confronto físico. Encontram mais tarde outro cavaleiro que os alimenta. Dom Quixote decide entrar numa arena para lutar com leões mas foge, dizendo ao Cavaleiro e a Sancho que tinha vencido. Vão a casa do Cavaleiro e resolvem o problema de um pastor apaixonado. Presenciam o casamento de Camacho onde a noiva se acaba por casar com Basílio, um homem pobre por quem estava apaixonada. Dom Quixote visita a cova de Montesinos onde afirma ter recebido um encantamento. Encontram um macaco que dizia ser adivinho mas que, na verdade, apenas vê o passado. Dom Quixote pergunta-lhe se o que viu na gruta foi verdade e o macaco diz que não. São enganados pelo dono do macaco. Chegaram a um rio e usam um barco para chegar ao que eles acreditam ser um castelo. Uns homens da ilha ajudam-nos a abrandar o barco para chegarem a terra mas Dom Quixote pensa que os estão a tentar afogar. Acabam por cair na água. Encontra uma caçadora que conhecia as suas aventuras e o leva para um castelo. Neste castelo Dom Quixote é aprisionado e Sancho recebe a atenção das donzelas. O duque e a donzela ficaram maravilhados com a ingenuidade dos dois por pensarem que Dulcineia estava encantada e fingiram que ela tinha sido desencantada. A donzela lê a carta que Sancho escreve à sua esposa, Teresa e mostra-a ao duque por achá-la hilariante. Encontram uma donzela que fica curiosa com as promessas de uma ilha de Dom Quixote. Ouvem uma história contada por uma senhora. Dom Quixote leva Sancho para a ilha que lhe tinha prometido e dá-lhe conselhos, continuando no castelo do duque. Sancho chega à ilha e é recebido por um mordomo. Dom Quixote decide consolar uma dama que canta uma canção melancólica e é atacado por um gato, ao qual chama de feiticeiro. Sancho Pança, na sua ilha foi perseguido, ameaçado por inimigos e nunca teve um momento de sossego. Dom Quixote envolve-se numa luta para defender uma jovem e despede-se do duque. Após sair do castelo, Dom Quixote reuniu-se novamente com o seu colega de aventuras, Sancho Pança, e os dois enfrentam uma série de acontecimentos. Após retomar ao costume de cavaleiro, Dom Quixote decide entregar-se à vida do campo e tornar-se pastor durante um ano, devido a uma promessa. Regressam à aldeia de onde eram originários e Dom Quixote é invadido por perguntas. Não responde a nenhuma e vai-se deitar por se sentir doente.
 Os médicos chegam e percebe que este está no último momento de vida. Sancho encontra-se ao seu lado e o cavaleiro pede-lhe perdão por tê-lo arrastado nas suas loucuras, que ele agora reconhece. Escreve o seu testamento e falece de forma mais pacifica que qualquer cavaleiro andante. Vale.

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A Morte Lenta


Obra: A morte lenta

Autor: Emile Henry

Páginas:189

Resumo:
E. Henry, a um jovem de 20 anos, vivia uma vida trabalhadora e comum na França. Ao receber a noticia de que as autoridades francesas e alemãs o estavam a procurar, pretende atravessar a Espanha para chegar a Portugal, onde antes vivia. Durante o caminho encontra um homem com mais posses económicas, que procurava o mesmo que ele e que o ajudou a obter um certificado falso de residência. No momento de entregar os documentos para atravessar a fronteira, E.Henry comete um erro e apenas entrega um deles, fazendo com que os guardas o levassem para uma cela, sem qualquer explicação. É submetido a vários questionários e é mudado para outra cidade, onde fica num quarto com vários homens que estavam tão confusos como ele. É depois transportado para uma cela com quinze prisioneiros, onde é mal alimentado. Por fim, é levado em roupa interior para Buchenwald, onde o desinfectam várias vezes, lhe dão banho, lhe rapam o cabelo, lhe dão uma roupa listrada e lhe dão um número de identificação. Na primeira semana pode descansar, aprendendo apenas a rotina e fazendo poucos trabalhos, que eram dificultados pelo clima húmido e de nevoeiro. Após esta semana, os trabalhos tornara-se forçados, sendo obrigado a carregar vagonetas junto com 25 homens várias vezes por dia.
 E. Henry mantinha assim uma rotina de acordar cedo, trabalhar até tarde, ter apenas a pausa do meio dia, ser por vezes agredido e deitar-se tarde. Devido ao trabalho forçado, começou a mancar e foi levado à enfermaria. Foi mudado de posto e depois foi mudado novamente, sendo agora responsável por descarregar rapidamente camiões de areia. Ficou febril e a enfermaria deixou-o repousar durante alguns dias no seu quarto. Após recuperar-se foi enviado para o trabalho na via-férrea, onde tinha que se levantar mais cedo e por vezes chegava atrasado, sendo castigado. Conseguiu fingir-se de pedreiro e foi para transferido para outro campo, onde a comida era melhor, tinham mais horas para dormir e o trabalho era menos intenso. Confessou que não era pedreiro e, após ter sido castigado, foi enviado para a terraplanagem. E. Henry pôde finalmente escrever aos amigos e familiares, dando pequenas informações (já que existia um limite de mensagens). Certo dia, a cidade mais próxima foi bombardeada e os presos daquele campo presenciaram tudo, a alguma distância. O trabalho naquele campo foi interrompido, devido aos estragos da bomba. Iniciaram a construção de várias casas, tendo o trabalho reduzido devido ao Inverno. Encontra um trabalhador que falava português, que lhe contou a história sobre um carvalho junto da lavandaria onde Goethe gostava de escrever e que, quando este carvalho ardesse, simbolizaria a perda da Alemanha. Alguns campos obtiveram o privilégio de receber prostitutas, para satisfazer as necessidades dos prisioneiros, mas que foram transformadas em enfermeiras devido ao número excessivo de feridos. Vários prisioneiros chegaram ao campo, de várias nacionalidades, e E. Henry acabou por simpatizar com alguns, especialmente com os russos. Presencia um acontecimento marcante no qual um piano chega ao campo e os generais perguntam se alguém sabia tocar. Um russo afirma que apenas conhecia uma música e toca-a. A música era de Tchaikovski e que representava a vitória dos russos sob Napoleão. Alguns guardas perceberam a mensagem mas fingiram que não, para não sofrerem uma humilhação. O verão chega novamente e o trabalho forçado regressa, sendo piorado por um castigo violento que E. Henry levou.
 O número de trabalhadores no campo diminuiu devido ao inverno rigoroso, aos bombardeamentos e às experiências científicas. A árvore de Goethe ardeu durante um bombardeamento. E. Henry encontra trabalho no jardim e, mais tarde, fica responsável de cuidar de uma carrinha, fazendo com que pudesse sair do campo para a vigiar e auxiliar. Numa viagem destas, uma fábrica foi bombardeada e ele e o comandante conseguiram escapar vivos. A partir daí, o comandante foi mais compreensivo com ele e procurava dar-lhe alguma variedade de alimentos. Com medo de regressar a Buchenwald, combina com um colega fugir mas este afirma que o melhor era esperar pelos soldados americanos que estavam a libertar prisioneiros de vários campos. Regressaram a Buchenwald e o trabalho intenso continuou, sendo agora mais difícil de suportar devido à hesitação coletiva pelo momento em que os americanos os iam visitar. Ao chegar ao campo, percebeu que a doença tinha morto vários prisioneiros e enchido as enfermarias. Os guardas agrediam ainda mais os prisioneiros e a fome era ainda mais predominante. Devido à ameaça de libertação por parte dos americanos, os SS procuravam evacuar o máximo de presos possíveis e havia a regra de 25 enforcamentos por dia. E. Henry encontra um amigo próximo e os dois celebram o reencontro. Os alemães procuraram evacuá-lo mas E. Henry conseguiu escapar. No dia seguinte, os soldados americanos finalmente chegaram e os prisioneiros, como forma de agradecimento, dava-lhes pequenos pertences que tinham, como uma beata de um cigarro. Conseguiu regressar à França, após dois anos em Buchenwald e procurou recuperar a sua saúde junto com a família. Contactou amigos e ex-companheiros e procurou saber notícias sobre os sobreviventes. Encontra o seu velho amigo e várias vezes se encontram no café para matar saudades.
 Muitos morreram, outros viveram nos bosques que rodeavam os campos como nativos, outros ficaram traumatizados para toda a vida e outros perderam membro.Todos partilham um passado que está escrito nos campos de concentração e nas lojas onde se encontram malas com peles tatuadas e cabeças encolhidas de prisioneiros