Blogs Portugal

terça-feira, 6 de outubro de 2020

Ifigénia em Áulide

 Obra: Ifigénia em Áulide

Autor: Eurípides

Resumo

Personagens: Agamémnon, Ancião, coro, Menelau, Primeiro Mensageiro, Clitemnestra, Ifigénia, Aquiles, Segundo Mensageiro 

Ação: 

Agamémnon está à frente da tenda durante a noite e chama o Ancião. O Ancião aconselha-o a ir para dentro da tenda já que estão todos a dormir. Agamémnon tinha visto uma estrela. O velho explica que é Sírio que passa as Plêiades. Agamémnon afirma que inveja os que não vivem para a glória e têm uma vida simples. Afirma que o trabalho e o poder parecem bem à distância mas quando se chega junto deles, tornam-se dores insuportáveis. Há tempos em que os deuses te rejeitam e tempos em que o queixume dos homens te esmaga. O velho responde que Atreu, pai de Agamémnon, trouxe o filho para perceber tanto o prazer como a dor. O velho vê Agamémnon começar a escrever uma carta, depois risca o que escreveu e fecha com carimbo e depois tira o carimbo e começa a chorar. O ancião diz que ele perdeu o juízo e pede-lhe para desabafar acerca do que o incomoda. Tíndaro, pai de Clitemnestra, tinha dado o velho como dote para ser servo dela. Agamémnon responde que Leda tinha tido três filhas. O pai de Helena, quando se tratava de casar a filha teve um dilema terrível: a filha devia casar ou não? Decidiu que todos os pretendentes teriam que fazer um juramento solene, dando a mão direita e fazendo sacrifícios, de que todos iriam defender o homem que conseguisse a mão de Helena e ir em seu auxílio se alguém a roubasse do marido. Deviam também jurar que atacariam e destruiriam a terra de quem cometesse tal ato. Depois de eles terem feito o juramento, Tíndaro permitiu que a sua filha escolhesse o pretendente que mais gostasse. Infelizmente ela escolheu Menelau. Paris chegou de Troia e como os bárbaros gostam de esplendor, vinha com muitas cores e coberto de jóias de ouro. Helena e Páris apaixonaram-se. Menelau estava ausente então ele levou-a para a sua casa no monte Ida. Menelau ficou irado e viajou por toda a Grécia a invocar o juramento de Tíndaro. Toda a Grécia se preparou para a batalha e reuniu-se aqui em Aulis com barcos, tropas, cavalos e carruagens. Por ser irmão de Menelau e para bem da expedição, Agamémnon foi escolhido para ser o líder. Agamémnon deseja que essa escolha tivesse sido para outro. Eles reuniram-se aqui presos pelo tempo. Depois de um tempo, Calcas foi ter com eles e sugeriu que deviam sacrificar Ifigénia à deusa Ártemis cujo santuário se encontrava por ali. Se eles realizassem o sacrifício poderiam partir e conseguiriam saquear Tróia. Agamémnon ficou tão zangada que ordenou a Taltíbio que dissesse ao exército para dispersarem pois ele não iria matar a própria filha. O irmão usou argumentos que o convenceram. Ele escreveu uma carta à esposa, Clitemnestra, para trazer a filha ali para se casar com Aquiles mas isto é mentira. Disse que Aquiles se escusava a partir a não ser que uma das suas filhas se tornasse sua esposa e fosse viver na sua casa. Os únicos que sabem sobre isto são Calcas, Odisseu e Menelau. Agamémnon estava a escrever uma carta para corrigir os seus erros. Pede ao ancião que a leve para Argos. Agammémnon lê a carta por ser um criado leal à sua casa e esposa. Na carta ele diz à esposa para não enviar a filha deles a Áulis e que iriam celebrar o casamento noutra altura. O ancião questiona-o sobre como iria Aquiles reagir pois poderia ficar furioso ao ficar sem noiva. Agamémnon responde que Aquiles não sabe nada sobre o esquema. O ancião diz-lhe que ele fez logo cruel por ter declarado eu Ifigénia seria noiva do filho de um deus mas na verdade iria ser uma oferta para o benefício dos Gregos. Agamémnon afirma que estava fora do seu estado mental de sanidade e pede ao ancião para fugir. 

 Agamémnon ordena ao ancião que não durma e que tenha cuidado ao ver marcas na estrada pois podem ser da carruagem que traz Ifigénia. O ancião pergunta-lhe se a esposa e a filha iriam acreditar nas suas palavras eAgamémnon responde que sim desde que ele não quebre o selo da carta. Sai o ancião. Agamémnon afirma que nenhum mortal pode ser feliz para sempre. Sai Agamémnon e há uma pausa até ao nascer do dia. 

 Entra o coro de mulheres. Elas abandonaram a sua terra, Cálcis. Foram para ali ver o exército de Gregos e os seus navios. Os maridos delas estavam no exército de Agamémnon e de Menelau. Os soldados preparavam-se para trazer de novo Helena que Paris raptou de Esparta. Helena foi dada como um presente a Páris por Afrodite quando esta venceu o concurso de beleza contra Hera e Atena. São jovens. Descrevem os heróis que viram. 

 Entra Menelau e o Ancião a discutir. Menelau já acaba de ler a cara de Agamémnon que tinha arrebatado das mãos do Ancião. O Ancião diz-lhe que aquele ato é horrendo mas Menelau ignora-o. Menelau manda o Ancião ir embora e di-lhe que é demasiado leal para com os amos. Menelau afirma que a ação do velho de querer enviar a carta é tão horrível. O ancião afirma que não iria desistir da carta nem que tivesse que arriscar a vida. Menelau tira-lhe a carta. O Ancião chama Agamémnon e este aparece. O velho sai e os dois irmãos conversam. Agamémnon pede a Menelau para largar a carta mas este quer mostrá-la a todos. Agamémnon responde que ele sabe mais do que devia e pergunta-lhe se tinha quebrado o selo. Menelau responde que sim para castigar o irmão pelas vilezas que tinha planeado na sombra. Menelau apanhou a carta quando aguardava em Argos por Ifigénia. Agamémnon repreende-o por se meter onde não era chamado e Menelau afirma que o desejo o levou a abrir. Menelau afirma que o irmão está sempre a mudar de opinião. Menelau acusa-o deter uma mente inconstante e que isto é fonte de injustiça e insegurança para os amigos. Relembra-o de como era humilde e preocupava-se com todos até ter alcançado a chefia e aí tornou-se um homem pouco afável e raro. Quando chegaram a Áulide ele ficou triste e perturbado ao não terem ventos favoráveis e pediu ajuda ao irmão. Ele queria era conservar o comando para não ficar sem a glória. Quando Calcas apresentou a solução do sacrifício, ele prometeu imolar a filha e enviou a carta à esposa voluntariamente. Agora ele tinha desistido para não ser o assassino da própria filha. 

 Agamémnon contra ataca dizendo que o irmão devia ter governado melhor o seu leito. Ele não iri sofrer o castigo dos erros que não cometeu. Ele quer tanto ter a mulher que se esquece da razão e da honra. Os pretendentes só fizeram o juramento por estarem esejosos pelas núpcias. O coro apoia as palavras de Agamémnon por mostrarem o respeito devido aos filhos. Menelau acusa o irmão de não se querer associar com a Hélade e Menelau responde que a Hélade está tocada de loucura, vinda de algum deus. Menelau acusa-o de trair o irmão e diz que vai procurar outros amigos. Prepara-se para sair mas chega um mensageiro. Traz Ifigénia e Clitemnestra e o pequeno Orestes. As mulheres ficaram junto a uma límpida fonte e ele foi na frente por causa dos preparativos: Agamémnon manda o mensageiro entrar na tenda. Agamémnon lamenta ter nascido numa boa família e questiona-se sobre o que irá dizer à esposa. Culpa Páris por tudo o que aconteceu. 

 Menelau pede a direita. Agamémnon. Agamémnon dá a vitória ao irmão. Menelau jura de coração que ao ver o irmão chorar renuncia às palavras anteriores ao que não mate a filha pois é injusto ele sofrer e Menelau tenha prazeres. Dispõe-se a arranjar outra esposa e que não iria preferir helena ao irmão. Ele não tinha analisado bem o problema e compreendido o que era matar um filho. Ao perceber o parentesco que o une à donzela sente compaixão. Menelau priva-se da responsabilidade pela ação e justifica que mudou por amor ao irmão. Agamémnon responde que odeia as relações entre irmãos movidas pela avareza pois levam dor a todos mas que agora têm que matar mesmo a filha pois o exército grego o obriga. Menelau aconselha a enviar a filha secretamente para Argos. Agamémnon diz que Calcas irá revelar os seus oráculos ao exército e Menelau dá a ideia de o matarem. Agamémnon lembra-se que Odisseu sabia a história toda e que este também procurava glória. Pede a Menelau que faça com que a mulher não descubra nadaaté a filha estar morta para assim diminuir um pouco a sua dor. Manda o coro não dizer nada sobre aquilo. O coro pede a Afrodite para nunca ter um amor como o que Eros provoca por ser excessivo e provocar confusão. Os mortais variam em corpo e em mente mas a virtude sobressai sempre. É correto ser modesto pois permite ter a habilidade de julgar o que é correto e é uma habilidade que dá respeito. Recorda novamente que Páris teve que julgar três deusas. 

 Ouvem-se barulhos de cavalos e uma carruagem. Entra o segundo coro de homens e mulheres criados de Clitemnestra. Apresenta Ifigénia e Clitemnestra. “Para os mortais fracos, a fortuna aparece como deuses”. O primeiro coro aproxima-se para ajudar a rainha e fazer Ifigénia não sentir medo e procura ajudá-los a não ter ego por serem estranhos num lugar estranho. Clitemnestra diz que trouxe a filha para a casar. Pede ajuda para tirarem os presentes de casamento da carruagem. Pede à mulheres para ajudarem Ifigénia a descer e a ela também. Orestes é segurado por uma ama. Clitemnestra fala com o filho de forma carinhosa e diz que a filha a faz feliz. Entra Agamémnon. Ifigénia apressa-se a abraçar o pai. “Estamos aqui obedientes ao teu desejo”. Clitemnestra diz que, de todos os filhos, Ifigénia foi a que amou mais pai. Agamémnon diz de forma embaraçada que também teve saudades dele. Ifigénia diz que está feliz por ver o pai mas este diz que não tem a certeza pois um rei está sempre preocupado. Agamémnon tem uma expressão facial que mostra preocupação. Agamémnon diz que a separação dos dois vai ser longa. Ifigénia teta de tudo para alegrar o pai e pede-lhe para não partir para a guerra. Agamémnon diz à filha que ela partirá para um lugar sem os pais onde irá esquecer o pai. Agamémnon diz que, antes de partir, precisa de fazer um sacrifício e que a filha vai estar no altar a ver o sacrifício. Ifigénia apoia a ideia pois é preciso fazer o possível para satisfazer os deuses. Antes de Ifigénia entrar na tenda, Agamémnon pede-lhe por um beijo e pela mão por irem estar muito tempo afastados. Dirige-se à esposa e pede perdão pelas lágrimas que são provocadas pelo casamento, que às vezes é difícil para os pais da noiva.clitemnestra confronta-o afirmando que também está a sofrer. Clitemnestra pede a Agamémnon para lhe contar a história de Aquiles. Agamémnon fala sobre o casamento de Tétis e Peleu e Aquiles foi criado pelo centauro Quíron para que não aprendesse os costumes dos homens maus. Aquiles mora junto ao rio Apídano. Clitemnestra pergunta se ele já tinha sacrificado uma vítima pelo casamento da filha e ele diz que vai tratar disso. Agamémnon diz à mulher para lhe obedecer e esta responde que obedece sempre. Agamémnon diz-lhe para ir para Argos e cuidar das outras filhas para não estar misturada com os soldados. Clitemnestra apela à tradição de que a mãe deve seguir a filha. Clitemnestra diz-lhe que não lhe vai obedecer pois ele trata das coisas demora e ela trata das coisas de casa e sai. Agamémnon lamenta-se por ter que criar enganos contra os seus mais queridos. Vai ter com Calcas para analisarem melhor o sacrifício e sai. 

 Chega Aquiles que procura Agamémnon para o questionar sobre a demora da viagem. Encontra-se com Clitemnestra. Aquiles questiona-se sobre quem ela era e porque estava uma mulher junto de homens armados. Clitemnestra diz ser esposa de Agamémnon e pede-lhe para agarrar na dextra agora que se vai casar com a sua filha. Aquiles diz que não sabe de nada e ela fica envergonhada por falar obre um casamento que não vai acontecer. Chega o Ancião: o ancião recorda a sua devoção por Clitemnestra mas afirma que não é devotado a Agamémnon pois prepara-se para matar a própria filha. O ancião justifica que o vai fazer por causa dos oráculos que exigiram o sacrifício para que o exército faça a travessia para Tróia para Menelau reconquistar Helena. Diz que Agamémnon se prepara para oferecer a sua filha a Ártemis. Clitemnestra pergunta sobre o casamento e ele responde que serviu para ele trazer a filha. Ela pergunta ao ancião como sabia aquilo e ele responde que foi por ter sido enviado uma carta para ela para impedir que a trouxesse. Não entregou a carta porque Menelau lha arrancou. Aquiles não ficou feliz com o que ouviu, não aceitando a afronta. Clitemnestra pede a Aquiles que se vingue da afronta que os dois receberam e que salve Ifigénia. Aquiles responde que não ia deixar que Agamémnon o usasse como desculpa para matar a filha. Aquiles diz que os adivinhos mentem na maior parte das vezes e que Agamémnon o insultou ao usar o seu nome tão gravemente. Aquiles diz que, se Agamémnon lhe tivesse pedido ele ajudasse no esquema mas agora vai vingar-se. Aquiles promete a Clitemnestra que a sua espada ficará cheia de sangue se um dos filhos de Atreu tirar Ifigénia das suas mãos. ELa quer agradecer de forma moderada. Clitemnestra diz a Aquiles que, quando ouviu acerca do casamento ficou muito feliz. Diz-lhe que, se Ifigénia morresse no altar seria um mau presságio para o futuro casamento de Aquiles. Clitemnestra diz que, se ele quiser, Ifigénia ajoelhava-se aos seus pés a suplicar mas Clitemnestra gostaria de manterá reputação dela intacta. Aquiles diz que não é preciso e que, naquele momento apenas queria salvá-las deste desastre. Aquiles depileis um plano e ela compromete-se a obedecer a qualquer ordem: primeiro vão tentar com que Agamémnon volte à razão. Aquiles diz a Clitemnestra para implorar a Agamémnon que não mata a filha e, se ele resistir, ela volta para Aquiles mas ele prefere que ela o persuada. “Devo obedecer-te como escrava. Separam-se. O coro começa a relatar o casamento de Tétis e Peleu. Clitemnestra sai da tenda para falar com o marido. Ifigénia chorava ao saber da sua morte. Agamémnon diz a Clitemnestra que diga a Ifigénia para sair pois os sacrifícios para. Casamento já estão prontos. Clitemnestra diz a Ifigénia para sair com Orestes pois já sabe sabe o que o pai quer. Agamémnon questiona a filha sobre o porquê de chorar e não olha para ele. Clitemnestra fala pela filha e pergunta a Agamémnon se planeava matar a filha. Agamémnon finge que a esposa estava a dizer coisas sem nexo mas para de mentir. Clitemnestra recorda como Agamémnon enfrentou a família dela para a conquistar: Ela foi uma boa esposa e, se ele partir para a guerra e deixá-la sem a filha ela vai chorar cada vez que olhasse para os lugares onde ela se sentava. Ela renda que ele podia não ter um regresso feliz depois do que fez e, se regressasse, os filhos não o iriam querer abraçar. Ela diz que é injusto ser ela a perder a filha e não outro. Ela perde a filha e Helena irá criar a sua filha em paz. Agamémnon aconselha-a a obedecer. Ifigénia implora ao pai que não a mate e recorda as palavras que o pai lhe dizia na sua infância. Agamémnon responde que ama os seus filhos mas os soldados pressionam-no para partirem para Tróia. Se ele não cumprir o desejo de Ártemis, eles são capazes de matar toda a família dele. Agamémnon sai. Ifigénia vê Aquiles e os seus homens aproximarem-se e fica com vergonha de ver Aquiles. A mãe responde-lhe que não está em situação para delicadezas. Aquiles diz a Clitemnestra que ouviu que o sacrifício vai continuar mas ele não pôde protestar com o risco de ser morto pela multidão de Helenos. Aquiles diz que Ulisses se preparava para vir buscar Ifigénia com os seus homens mas Aquiles e os seus homens tentarão protegê-la. Ifigénia interrompe dizendo que não valia a pena Aquiles sair prejudicado por a defender. Ela tinha decidido morrer pois iria receber várias honras pela sua escolha. Ela quer-se sacrificar por todos os Helenos. Aquiles afirma que, ao ver o seu carácter nobre deseja ainda mais defendê-la e casar-se com ela. Ifigénia diz que não quer que ninguém morra por sua causa. 

Sem comentários:

Enviar um comentário