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domingo, 11 de novembro de 2018

Da Velhice

Obra: Da Velhice

Autor:Cícero

Páginas:70

Resumo:
 Esta obra, dedicada a Tito Pompónio Ático, grande amigo de Cícero, retrata um diálogo entre Marco Pórcio Catão, um homem já idoso, Caio Lélio e Cipião Emiliano, dois jovens, na casa de Catão. Cipião e Caio Lélio admiram bastante Marco Catão por este não permitir que a velhice seja algo negativo para si. Marco Catão afirma que os homens detestam a velhice porque não a compreendem, achando que esta chega sempre cedo demais, e explica que os sábios são os que compreendem a natureza e, consequentemente, o ciclo natural da vida, não se deixando perturbar pela ideia de velhice.
 Lélio pede a Catão para lhes dar argumentos para encarar a velhice de forma positiva. Catão defende que o problema não é a idade mas sim a forma como se vive. Se alguém viver de forma moderdada, terá uma velhice que pode ser facilmente tolerada; se alguém viver tratando os outros de forma desumana e cruel, vai sofrer as dores em qualquer idade. Catão defende ainda que a velhice não é mais agradável só porque a pessoa em causa possui riquezas e prestígio. A velhice é fortemente marcada pela virtude. Quando se viveu uma vida louvável, pode-se ser feliz na velhice. Catão dá o exemplo de Quinto Máximo, que sempre admirou. Enumera outros exemplos de homens que tiveram uma velhice feliz.
 Catão enumera as causas de a velhice parecer infeliz: Aparta da administração dos negócios; debilita o corpo; impede de desfrutar quase todos os prazeres e está próxima da morte. Explica o porquê de estas não serem causas válidas. Existem vários homens que, mesmo na velhice continuavam a ter cargos importantes, sendo um deles o próprio Catão que, com 84 anos ainda tem uma voz no senado. A velhice limita a força física mas reforça a força mental. Com a prática de exercício, ainda é possível manter a saúde e rigidez na velhice, sendo o exercício e a alimentação uma forma de lutar contra os sinais da velhice. O corpo envelhece mas o espírito deve manter-se jovem.
 Catão defende que a acusação de que a velhice não tem prazeres é mentira pois esta, na verdade, livra-nos do pior erro da juventude: cometer erros contra a pátria, contra o estado e contra si pelo prazer e pela paixão. O prazer é inimigo da dádiva divina, impedindo o homem de formular um pensamento ou juízo. A velhice elimina assim a vontade de fazer o que não devia ser feito. Catão defende que os que se dedicam à agricultura vivem uma vida parecida à dos sábios por não viverem comprazeres desnecessários. A velhice não debilita ainda de manter outras ocupações como a agricultura. A ideia de que as pessoas idosas são lentas, rabugentas e avarentas apenas está presente em pessoas que sofrem de defeitos de carácter e não culta da velhice.
 Por fim, Catão defende que se deve desprezar e ignorar a morte. A morte pode chegar tanto a jovens como aos idosos e viver com medo desta não é viver. Após a morte existe um destino e neste, ou não existe nada, ou existe felicidade. Tolo é aquele que pensa que vai viver eternamente.