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domingo, 27 de setembro de 2020

Agamémnon

Obra: Agamémnon

Autor: Ésquilo

Resumo:

O vigia já ali estava à um ano à espera do sinal de fogo que anunciava que Tróia tinha sido conquistada. Não consegue adormecer porque há um medo que paira sob ele. Ele chora ao lembrar-se do que se passa naquela casa. Ele considera que o sinal de fogo vai acabar com o que se passa naquela casa. Pensa que tem que informar a rainha o mais rapidamente possível para ela ficar feliz. Ele passa de radiante para reservado e cala-se acerca do que ia comentar. O vigia vai ter com o coro de anciãos argivos. O coro relembra que, antes de os dois reis Aqueus partirem, duas águias, reis dos pássaros, apareceram. Estás dia águias devoravam uma lebre grávida e o profeta Calcas viu nessas águias do dois reis e profetizou que os dois iriam conquistar Tróia. Ártemis não gostou de ver aquela visão e determinou que os navios aqueus só podiam sair de Áulide quando houver um sacrifício. A solução é tão dolorosa que os Atreus começam a chorar. Agamémnon tinha que matar a filha. Primeiro estava indeciso mas escolheu sacrificar a filha para poder viajar para Tróia. Taparam a boca a Ifigénia para a impedir de lançar uma maldição na família. O poeta não descreve a morte, apenas diz que aconteceu. Dá a ideia de que sabe o que vai acontecer no futuro mas diz que se vai saber no seu tempo. 

 Entra Clitemnestra e o líder do coro pede-lhe que lhe conte novidades. Clitemnestra responde que os Argivos tinham conquistado Tróia. Ela afirma que o descobriu porque Hefesto tinha levado um sinal de fogo através de vários pontos até chegar junto do mensageiro, tudo isto organizado por ela. Ele diz que as tropas ainda podiam irritar um deus e não regressar ou, se regressassem, ainda podia acontecer alguma coisa. O coro reza a Zeus para lhe agradecer e afirma que foi uma vitória justa por os Troianos estarem cheios de orgulho por estarem repletos de riquezas. Fala sobre Páris, que vivia a fazer mal e os deuses castigaram-no e à sua cidade por ter abusado da hospitalidade dos Atreus. Descreve a chegada de Helena e como os profetas afirmavam que Menelau estava triste por a esposa o ter deixado. O coro percebe que não pode celebrar a vitória sem antes saber se o fogo é mesmo verdade já que era típico das mulheres celebrar antes da hora. Chega um arauto que agradece a Zeus por ter regressado a casa 10 anos depois e anuncia que Agamemnon iria regressar à sua cidade depois de ter destruído Tróia. O arauto descreve as dificuldades que passaram em Tróia como os dias cheios de calor e as noites extremamente frias. Clitemnestra entra em cena para dizer que espera ansiosa pela chegada do marido a quem se manteve fiel todos estes anos. O coro desconfia destas palavras. 

 Clitemnestra sai e o coro pergunta ao Arauto sobre Menelau. Este responde que Menelau se perdeu numa tempestade que atacou o navio. O Arauto vai-se embora O coro começa um monólogo em que compara Helena a uma cria de leão que cresceu com seres humanos em paz mas, quando cresce, revela a sua verdadeira natureza e destrói a vila. 

 Chega Agamémnon numa carruagem com Cassandra- O coro admite que quando viu Agamémnon partir por Helena primeiro viu-o com maus olhos mas agora recebia-o com amor. Agamémnon começa por agradecer aos deuses nativos por os ajudarem a destruir Tróia e por lhe permitirem o regressa a salvo. Agamémnon preparava-se para entrar na carruagem mas é parado pelo discurso de Clitemnestra. Ela começa a contar ao coro acerca do que ela sofreu por o marido estar longe. Ela teve que ouvir muitos rumores cruéis. Orestes estava na casa de um aliado que a tinha alertado acerca da possibilidade de haver revoltas contra ela por tomar o poder. Ela corou muitas noites e teve sonhos em que Agamémnon estava ferido. Clitemnestra dá as boas vindas ao marido e obriga as mulheres que a acompanhavam a estender as tapeçarias cor de sangue que ela tinha trazido de casa para que Agamémnon não pisasse no chão comum. Agamémnon diz à esposa que aquelas eram honras que normalmente se davam a um deus e não a um homem e que esse tratamento podia gerar alguma inveja. Só se pode declarar que um homem é feliz depois de ele morrer. Clitemnestra questiona-o sobre aquele comportamento já que ele tinha sido vencedor e, por isso, devia ser louvado sem se preocupar com a inveja dos outro. Ela diz que Priamo teria concordado com o ritual. Agamémnon aceita e vai descalço pelo caminho até casa. Avisa que Cassandra estava na carruagem como oferta do seu exército para ele e diz à esposa para tomar conta dela. Ele entra em casa. Clitemnestra reza a Zeus para nunca os deixar passar necessidade e entra em casa. 

 O coro inicia um monólogo em que se pergunta sobre o porquê de sentir que existe algo de errado apesar de ver com os seus próprios lhos que Agamémnon tinha regressado e de saber que Tróia tinha sido destruída. Sente que algo vai acontecer. A sorte de um homem pode acabar de um dia para o outro. Quando um homem morre, não há como trazê-lo de volta. Entra novamente Clitemnestra que se dirige a Cassandra. Diz-lhe para entrar no palácio e para se juntar às outras servas. Diz-lhe para deixar o orgulho  para trás pois até Hércules tinha servido como escravo. Ela devia estar feliz pois está numa casa rica e vai ser tratada de forma correta. O coro aconselha Cassandra a obedecer à rainha. Cassandra não sai da carruagem. Clitemnestra fica irada e regressa a casa. O coro dirige-se a Cassandra. Cassandra repete o nome de Apolo e o coro estranha por não ser um deus que se chame durante um luto. Cassandra pergunta a Apolo onde ela está. O coro responde que está na casa dos filhos dos Atreus. Cassandra afirma que aquela casa não temia os deuses e fala sobre um cenário repleto de sangue. Cassandra menciona um pai a comer os próprios filhos. Fala sobre uma figura feminina que prepara algo cruel, vai fazer algo cruel ao marido no banho e as Fúrias preparam-se para a atacar. O coro admite não perceber nada sobre a profecia que ela está a fazer por ser muito confusa. Cassandra afirma que ele está a ser morto na banheira. O coro não entende mas percebe que algo mau vai acontecer. Cassandra prevê que ela vai ser a segunda vítima. Começa a recordar-se de Páris e da sua terra. A sua terra e os seus familiares foram destruídos e agora é a vez dela morrer. O coro sente empatia ao saber o destino de Cassandra e sofre com ela. Ela vai acabar a sua profecia e vai enfrentar o seu destino. Cassandra refere os crimes anteriores que assombram aquela casa. O coro admira-se por ela saber tanto acerca de uma cidade tão longe da dela. Ela responde que foi Apolo quem lhe contou. O coro começa a lembrá-la do seu passado. Apolo estava apaixonado por ela, ela prometeu-lhe um filho mas não cumpriu a promessa. Como resistiu ao deus, agora ninguém acredita nela. Cassandra recorda o episódio do pai que comeu os filhos e afirma que a vingança por esse crime está a chegar. Refere uma mulher que recebeu o marido com todas as honras e agora vai matá-lo. Afirma que, quando o desastre acontecer, todos vão perceber que ela estava certa. O coro reconhece a história de Tiestes mas fica confuso quanto ao resto Ela afirma que Agamémnon vai morrer mas só diz que uma mulher o vai matar. Ela quebra as insígnias da profecia que tinha à volta do pescoço e começa a tirar as roupas. Diz que o deus a trouxe para a sua morte e que vai haver alguém que os vai vingar e matar a própria mãe. Vai terminar com a ruína da sua família. Cassandra acalma-se e aceita o seu destino. O coro admira a coragem com que Cassandra aceita o seu destino. Cassandra aproxima-se da porta e comenta o cheiro a sangue. O coro diz-lhe que é o cheiro dos sacrifícios. Cassandra entra em casa. Agamémnon grita por ajuda no interior da casa. O coro entra em pânico e cada membro diz uma coisa. 

 Decidem averiguar primeiro se Agamémnon estava mesmo morto. As portas do palácio abrem e aparece Clitemnestra cheia de sangue por cima dos cadáveres de Agamémnon e Cassandra. Clitemnestra não se importa por estar a contradizer as ações anteriores pois Agamémnon era um homem horrível que encheu a sua própria casa com miséria.  O coro censura-a pela ação e afirma que ela irá ser exilada da cidade. Clitemnestra lista as razões por o ter morto. Sacrificou a filha de ambos como se fosse gado e ninguém o expulsou da cidade por isso. Mostra-se pronta para lutar com o coro e, se ela ganhar, eles vão aprender a obedecer-lhe. O coro chama-lhe arrogante e diz-lhe que ela vai pagar e que perdeu os amigos e a honra. Clitemnestra diz que Agamémnon abusou  mulher ao estar atraído por Cassandra, sua cativa de guerra mas Egisto é leal a ela. Ele sofreu por uma mulher (Helena) e foi morto por outra. 

 Clitemnestra defende que Helena não foi responsável por todas as mortes que aconteceram. Clitemnestra afirma que os eu corpo foi tomado por um espírito vingador que procurava vingar a refeição preparada por Atreu. O coro pergunta-se quem irá chorar no funeral de Agamémnon já que este papel cabia à mulher, que o matou. Clitemnestra diz ao coro que isso não é da preocupação dele. Entra Egisto com soldados que ameaçam o coro que se preparava para se revoltar. Egisto vai para junto de Clitemnestra. Egisto recorda o que Atreu fez ao irmão, Tiestes, pai de Egisto. Tiestes desafiou a autoridade do rei e Atreu expulsou-o da cidade. Tiestes regressou a pedir ajuda e Atreu abriu-lhe as portas e fez-lhe um grande banquete em que serviu os filhos a Tiestes. Tiestes, ao descobrir, lançou a maldição de que toda a raça de Atreu devia morrer assim. Egisto afirma que aquele era o plano dele de justiça e que ele planeou cada segundo daquele plano. O coro diz-lhe que ele irá ter pessoas a lançar-lhe pragas ou que seria apedrejado até à morte. O coro chama-o cobarde por não ter ido para a guerra. Egisto ameaça o povo de o castigar por não lhe obedecer. Egisto pretende dominar o povo com as riquezas de Agamémnon. O coro e Egisto preparavam-se para lutar mas Clitemnestra intervém a tempo e pede ao coro para se submeter ao destino. 

Os dois voltam a discutir e o coro afirma que Oreste ainda pode vir para os matar aos dois e assim vingar a morte do pai. Clitemnestra leva Egisto para casa e diz-lhe para não ligar ao coro pois eles vão governar agora. 

Sonho de Uma Noite de Verão

 Obra: Sonho de Uma Noite de Verão

Autor: Shakespeare

Resumo:

Personagens: Teseu, duque de Atenas; Egeu, pai de Hermia; Lisandro e Demétrio, que amam Hermia; Filóstrato, mestre de cerimónias de Teseu; Marmelo, um carpinteiro; Plainas, um marceneiro; Fundilho, um tecelão; Flautinha, um foleiro; Trombil, um caldeireiro; Faminto, um alfaiate; Hipólita, rainha das Amazonas, noiva de Teseu; Hérmia, filha de Egeu, ama Lisandro; Helena, ama Demétrio; Oberon, rei dos Génios; Titânia, rainha das Fadas; Duende; Flor da ervilha e Teia de Aranha, fadas; Mariposa; Semente de Mostarda.

Cena: Atenas e bosques vizinhos

 No palácio de Teseu estão Teseu, Hipólito e Filóstrata. Teseu e Hipólita sonham com as suas bodas que ocorrerão daí a 4 dias. Filóstrato vai preparar a festa e entram Egeu, Hermia, Lisandro e Demétrio. Egeu pede ajuda a Teseu para um dilema: tinha dado a mão da filha a Demétrio mas Lisandro conquistou o coração da jovem. Teseu procura alertar a jovem de que, se não escolher Demétrio, segundo a lei de Atenas, apenas tem como solução a morte ou o celibato. Deixa-a decidir até à noite do casamento de Teseu e Hipólito e saem todos, deixando Lisandro e Hermia sozinhos. Lisandro procura consolar a amada e cria um plano: no dia seguinte iriam encontrar-se nos bosques e iriam casar-se longe de Atenas, onde uma tia de Lisandro morava. Chega Helena e os dois amantes contam-lhe o plano de fuga. Helena decide que irá contar a Demétrio só para poder ter o agradecimento dele.

 Na casa de Marmelo estão Marmelo, Plainas, Fundilho, Flautinha, Trombil e Faminto. Conversam sobre a peça que será representada no casamento de Teseu e Hipólita. A peça era sobre Píramo e Tisbe. Marmelo distribui os papéis e combinam no dia seguinte à noite ensaiar a peça no bosque.

 No bosque perto de Atenas chegam uma fada e um Duende. Apresentam as personagens que vêm a seguir: Oberon e Titânia. Estes discutem por Titânia cuidar de um belo jovem que Oberon quer como pajem. Titânia sai. Oberon pede ao Duende que lhe traga um amor-perfeito para fazer Titânia se apaixonar. Chegam Demétrio e Helena à procura de Hermia e, apesar de Helena se tentar aproximar, ele rejeita-a. Oberon diz ao Duende para dar um pedaço de amor-perfeito a Helena para Demétrio se apaixonar por ela. Titânia adormece e Oberon espreme a flor nos olhos deste. Lisandro e Hermia vagueiam pela floresta e, já cansados, adormecem. O Duende vê Lisandro e Hermia a dormir e, julgando serem os jovens certos, espreme o líquido nos olhos de Lisandro. Demétrio abandona Helena no bosque. Lisandro acorda e, ao ver Helena, fica apaixonado. Declara o seu amor e, quando ela foge dele, ele corre atrás dela, deixando Hermia sozinha.

 O grupo responsável pela peça de Píramo e Tisbe ensaia nos bosques. O Duende junta-se e assusta-os. Titânia acorda e, ao ver Fundilho com cabeça de burro, apaixona-se. Pede às fadas que o cuidem e que lhe deem tudo o que há de melhor. Oberon e o Duende ouvem uma conversa entre Demétrio e Hermia e percebem que o Duende tinha envenenado o homem errado, acabando com um amor verdadeiro. Decidem resolver o engano e colocam as gotas nos olhos de Demétrio que, ao ver Helena, se apaixona. Ao ter os dois homens atrás dela tão repentinamente, Helena acha que se trata de uma brincadeira. Chega Hermia e Lisandro expressa o seu amor por Helena à frente dela e insulta Hermia por pensar que esta está envolvida no truque que lhe estão a fazer e Hermia insulta Helena por pensar que esta lhe tinha roubado Lisandro. Cada um vai para o seu lado e o Duende coloca o antídoto contra o feitiço nos olhos de Lisandro.

 Oberon conta ao Duende que já tinha conseguido o jovem pajem e cura Titânia do feitiço. Teseu, Hipólita e Egeu vão ao bosque e vêm Lisandro, Hérmia, Demétrio e Helena a dormir no chão. Acordam-nos e os jovens não se lembram de nada. Demétrio declara o seu amor por Helena e Lisandro por Hermia.

 Chega  noite do casamento entre Teseu e Hipólita. O grupo de homens apresenta a peça de Píramo e Tisbe e Teseu fica maravilhado. Por já ser tarde, vão todos dormir. O Duende, Oberon e Titânia e as fadas aparecem para desejar felicidade ao par de namorados e despedirem-se do público.

sexta-feira, 25 de setembro de 2020

As Bacantes

 Obra: As Bacantes

Autor: Eurípides

Resumo:

Personagens: Dioniso; Coro das Bacantes; Tirésias; Cadmo; Penteu; um Mensageiro; Segundo Mensageiro; Ágave.

Ação: em Tebas

Chegam Dioniso e algumas Ménades que trouxe da Ásia. Um raio tinha caído no túmulo da sua mãe, à frente de Tebas. Dioniso dá um contexto à peça: tinha viajado por todo o mundo e muitos povos iniciaram cultos em seu nome. No entanto, Penteu recusava-se a reconhecê-lo como deus e a adorá-lo. Dioniso tinha tomado a aparência de um mortal para se instalar no seu palácio. O coro das Bacantes conta a história do nascimento de Dioniso e descreve os rituais das Bacantes.

 Entra Tirésias e Cadmo vestidos com as insígnias de Dioniso. Preparavam-se para ir para a montanha celebrar os ritos quando chega Penteu com ar perturbado. Penteu queixa-se dos rumores que ouviu sobre os rituais que decorriam na montanha e sobre o novo deus, Dioniso, que ele acreditava ser falso. Censura Tirésias e Cadmo por fazerem parte daquela barbárie. Os dois velhos aconselham Penteu a prestar culto a Dioniso, mesmo que não acreditasse, para não correr o risco de ter um castigo divino. Penteu ignora as advertências e mante destruir o santuário de Tirésias e prender o novo jovem que tinha chegado à cidade e que promovia o culto a Dioniso. Mais tarde, chegam servos de Penteu a arrastar Dioniso, que estava preso. Penteu interroga-o sobre os mistérios de Dioniso mas o deus não pode revelar nada. Penteu manda retirar as insígnias de Dioniso do jovem e manda-o prender. Antes de ser preso, Dioniso disfarçado diz a Penteu que este sofrerá o seu castigo. Dioniso luta contra Penteu e consegue fugir da prisão. Penteu encontra-o à frente do palácio e chega um Mensageiro. O Mensageiro relata a Penteu os rituais que viu as Bacantes fazeram e, quando elas perceberam que estavam a ser observadas por homens, ficaram enlouquecidas e começaram a dilacerar os animais com as mãos. Penteu manda prender todas as Bacantes e Dioniso oferece a proposta de levar primeiro Penteu a um ritual. Penteu aceita mas, antes de irem, Dioniso veste-o com trajes femininos. Antes de partirem, Dioniso enfeitiça Penteu, levando-o à loucura.

 Chega um Mensageiro que conta ao coro como Penteu foi morto e dilacerado pelas Ménades, sendo a primeira a atacá-lo a sua mãe, Ágave. O Mensageiro sai e chega Ágave com a cabeça do filho no tirso, que ela pensava ser a de um leão. Ela, gloriosa da sua conquista, mostra a cabeça ao seu pai, Cadmo. Junto ao pai, Ágave começava a recuperar a consciência e Cadmo explica-lhe o que aconteceu. Os dois lamenta a sorte da família por não se ter louvado Dioniso. Para piorar, Dioniso condena os dois a serem para sempre exilados e Cadmo seria metamorfoseado, tal como a sua esposa.

Nas Montanhas da Loucura

 Obra: Nas Montanhas da Loucura

Autor: H. P. Lovecraft

Resumo:

O narrador é um geólogo e é convidado a ir a uma expedição na Antártida para explorar as camadas de gelo. Apesar de tentar prevenir esta expedição por considerar que ia prejudicar as camadas de gelo, acaba por ir. Lake, um dos especialistas, partiu com o seu grupo para realizarem as primeiras escavações e descobrirem uma cavidade gípsica com mais de 5 milhões de anos, repleta de fósseis. Nesta gruta, Lake descobriu vários espécimes de uma criatura normal e levou-os para o acampamento. Depois de dissecar um, percebeu que os órgãos estavam anormalmente conservados e, em vez de sangue, tinha um líquido esverdeado e mal cheiroso. Como os seres se assemelhavam às criaturas primordiais que muitos mitos dizem ter visitado a Terra quando esta ainda era jovem, Lake chamou-lhes "Ancestrais".

 No dia seguinte, Lake e a sua equipa não entrou em contacto com os colegas. O narrador e a sua equipa agarram no avião e dirigem-se para o local onde Lake tinha acampado. Ao chegarem lá, perceberam que o vendaval tinha destruído tudo e que apenas quatro pilotos tinham sobrevivido. Recolheram o material científico que não tinha sido destruído e encontraram 6 dos 14 espécimes que Lake tinha descoberto. Deixaram as criaturas e partiram para o acampamento inicial. Dias depois, abandonaram a Antártida. Ao regressarem a casa, os cientistas mantiveram segredo sobre o que tinham visto e procuraram impedir que outra expedição alguma vez acontecesse. Apesar dos seus esforços, foi criada a expedição Starkweather-Moore. O narrador reflete sobre os seus últimos dias na Antártida e sobre o momento em que ele e Danforth voaram para ver o que havia para lá das montanhas.

 Primeiramente, os dois colegas estranharam a perfeição das construções geológicas da montanha. Depois de passarem as montanhas, os dois ficaram perplexos ao encontrarem uma cidade com edifícios e uma praça pública. Este achado parecia impossível pois, na altura das inscrições encontradas, o ser humano vivia nas árvores. Decidiram explorar a cidade com uma camara fotográfica e ficaram maravilhados com o tamanho das pedras nas muralhas que circundavam a cidade. Depois de explorarem as esculturas e relevos, começaram a procurar o caminho para o abismo retratado nestes. Encontraram objetos do acampamento de Lake, o corpo de um dos jovens que o acompanhava e o corpo de um cão. Descobriram ainda seres estranhos, parecidos a pinguins gigantes, albinos e cegos. Decidem segui-los. Encontram mais exemplares das figuras de Lake e percebem o que eram: eram os Ancestrais, decapitados e cobertos por uma goma negra. Danforth lança um grito e uma figura demasiado assustadora para ser descrita perseguiu os invasores. Impulsionados pelo pânico, os dois conseguem escapar e, no avião, prometem não revelar nunca o que viram. Ao sobrevoarem a cidade para regressarem ao acampamento, Danforth olha para baixo e perde a sua lucidez. Danforth nunca contou o que viu mas, por vezes, ainda tem momentos em que invoca aquela cidade.

Muito Barulho Por Nada

Obra: Muito Barulho Por Nada

Autor: Shakespeare

Resumo:

Personagens: Dom Pedro, Príncipe de Aragão; Dom João, seu irmão bastardo; Cláudio, moço fidalgo de Florença; Benedito, moço fidalgo de Pádua; Leonato, governador de Messina; António, seu irmão; Baltasar, criado de Dom Pedro; Boráquio e Conrado, companheiros de Dom João; Verges e Dogberry, beleguins; Hero, filha de Leonato; Beatriz, sobrinha de Leonato; Margarida e Úrsula, damas de Hero.

Ação:

Num terraço estão Leonato, Hero, Beatriz e um mensageiro. Leonato recebe uma carta que diz que D. Pedro de Aragão chegava naquela noite a Messina. Beatriz pergunta por Benedito de Pádua pois a sua prima desejava falar com ele. Beatriz critica Benedito por todos os seus vícios e o mensageiro procura defendê-lo. Chegam D. Pedro, Baltasar, D. João, Cláudio e Benedito. Benedito e Beatriz iniciam uma troca de insultos. Saem todos menos Benedito e Cláudio. Cláudio confessa a Benedito a paixão que sentiu ao ver Hero e pensa casar-se com ela. Chega D.Pedro que, ao saber da paixão de Cláudio, o apoias. Benedito aproveita e faz uma promessa de que nunca se irá apaixonar e casar. Sai Benedito e D.Pedro encoraja Cláudio a seguir com o seu plano de casamento. Para o ajudar, D. Pedro compromete-se a ir ao baile de máscaras, fingir ser Cláudio e confessar o seu amor a Hero. Em casa de Leonato estão Leonato e António. António diz ao irmão que um dos seus criados tinha ouvido D. Pedro declarar o seu amor por Hero e admitir que iria confessá-lo nessa noite. Noutro aposento estão D. João e Conrado. D. João estava descontente por sentir que não tinha liberdade. Entra Boráquio e dá a notícia de que Cláudio pretendia casar com Hero e D. Pedro o iria ajudar. D. João prepara-se para criar um plano para destruir o momento.

 Na casa de Leonato está Leonato, António, Hero e Beatriz. No meio da conversa, Beatriz mostra repulsa pela ideia de se casar. Leonato prepara a filha para a possível abordagem de D. Pedro. Entram D. Pedro, Cláudio, Benedito, Baltasar, D. João, Boráquio, Margarida e Úrsula, todos mascarados. D. Pedro e Hero vão passear. Todos conversam entre si e vão dançar. Saem todos menos D. João, Boráquio e Cláudio. D. João aborda Cláudio e diz-lhe que D. Pedro tinha confessado o seu amor a Hero. Benedito chega e confirma. Cláudio acredita e parte. Benedito quer vingar-se das ofensas que Beatriz lhe disse quando não o reconheceu. Sai Benedito e chegam D. Pedro, Cláudio, Beatriz, Leonato e Hero. D. Pedro esclarece tudo e Leonato, já informado, aceita a união. Sai Beatriz, após conversar com D. Pedro. O casamento de Cláudio e Hero fica marcado para uma semana depois e D. Pedro cria um plano para unir Beatriz e Benedito.

 Enquanto isso, D. João e Boráquio planeiam uma forma de arruinar o casamento. D. João iria falar com D. Pedro e Cláudio iria sugerir que Hero tinha um amante. Boráquio iria conversar com Margarida pela janela de forma a parecer que era com Hero. No jardim estão D. Pedro, Leonato, Cláudio e Baltasar. Baltasar canta uma canção e D. Pedro pede-lhe que encontre bons músicos para, no dia seguinte, fazerem uma serenata a Hero. Sai Baltasar.

 Benedito esconde-se e CLáudio, D. Pedro e Leonato, sabendo disto, conversam sobre a paixão que Beatriz tinha por Benedito. Benedito acredita que isto era verdade e fica interessado em Beatriz, pensando até em casar com ela.

 No jardim estão Hero, Margarida e Úrsula. Hero manda Margarida chamar Beatriz e que se escondam a ouvir a conversa entre Hero e Úrsula. Hero e Úrsula usam o mesmo esquema, afirmando que Benedito estava apaixonado por Beatriz. Beatriz acredita e está disposta a corresponder o amor.

 Em casa de Leonato está D. Pedro, Cláudio, Benedito e Leonato. D. Pedro e Cláudio vêem Benedito triste e acusam-no de estar apaixonado mas este nega. Benedito e Leonato saem e D. João chega a confessar a Cláudio que Hero o traía. Cláudio não acredita mas prontifica-se a, naquela noite, vigiar a amada. Numa rua, Boráquio diz a Conrado que tinha recebido mil ducados por ajudar D. João num plano. Conta o plano de levar Cláudio e D. Pedro a considerar que Hero era infiel e os guardas, que ouviram toda a conversa, prendem-nos. Margarida e Beatriz ajudam Hero a preparar-se para o casamento. No meio da conversa, Beatriz admite sentir-se doente e as outras duas apresentam a ideia de que essa doença era amor.

 Na igreja estão D. Pedro, D. João, Leonato, um frade, Cláudio, Benedito, Hero e Beatriz. No momento em que o frade se preparava para casar Hero e Cláudio, Cláudio expõe perante todos que Hero o tinha traído. Hero desmaia e o frade, suspeito de que Hero tinha sido tramada, diz a Leonato que finja que Hero tinha morrido para assim conseguirem descobrir a verdade. Beatriz e Benedito confessam finalmente o amor um pelo outro e Beatriz pede-lhe para matar Cláudio.

 Numa cadeia estão Dogberry, Verges e o sacristão a questionar Conrado e Boráquio. Depois de ouvirem os guardas e apesar das tentativas de Conrado e Boráquio de os contrariar, os dois culpados são enviados para casa de Leonato para este saber a verdade.

 Em casa, Leonato conversa com António e António procura consular o irmão mas este está a sofrer demasiado. Chegam D. Pedro e Cláudio e António e Leonato atacam-nos, culpando-os da morte de Hero e de espalharem calúnias sobre ela. Os outros dois defendem-se e António e Leonato partem. Entra Benedito e Cláudio e D. Pedro gracejam sobre o amor dele e de Beatriz. Sai Benedito. Chegam Dogberry, Verges, Conrado e Boráquio e Boráquio confessa o plano que ele e D. João criaram. Chegam Leonato, António e o sacristão. Leonato dá como castigo a Cláudio e a D. Pedro que espalhem a mensagem de que a filha morreu inocente, teriam que chorar no seu túmulo todos os anos e Cláudio teria que se casar com a filha de António. Benedito vai ao encontro de Beatriz e declaram-se um ao outro. Chega Úrsula e os três vão a casa de Leonato. Depois d evisitar o túmulo de Hero, Cláudio e D. Pedro vão a casa de Leonato.

 Em casa de Leonato, este pede ao irmão que finja que Hero é a sua filha para a dar a Cláudio. Benedito pede permissão a Leonato para se casar com Beatriz naquela noite e este concede-lha. Chegam D. Pedro e Cláudio. Chega António com Hero disfarçada. Depois de Cláudio aceitar casar com ela, Hero tira a máscara e revela-se. Benedito e Beatriz admitem que não se amam, descobrem o esquema no qual foram envolvidos mas casam-se "por compaixão". Todos dançam.