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quarta-feira, 12 de junho de 2019

Medeia

Obra: Medeia

Autor: Eurípides

Páginas:116

Personagens: Ama; Pedagogo; Medeia; Coro das mulheres de Corinto; Creonte; Jasão; Egeu; Mensageiro e filhos de Medeia.

 A Ama começa a obra a desejar que a nave de Argos nunca tivesse sido construída nem tivesse partido à busca do velo de ouro porque assim a sua ama nunca tinha saído do seu lar por amor a Jasão nem teria convencido as filhas de Pélias a cozerem o pai num caldeirão para alcançar a juventude. Ao chegarem a Corinto, livro o povo da fome. Nunca discordou com Jasão, obedecendo-lhe mas Jasão traiu Medeia e os filhos ao casar-se com a filha de Creonte. Medeia não comia, só chorava, não ouvindo ninguém. Lamenta o que deixou para trás por Jasão. A ama tem medo do que ela poderá fazer: pode suicidar-se ou matar o rei e a filha. Entra o Pedagogo com os filhos de Medeia. A Ama informa-o de que Medeia ainda estava num estado de lamentação. O Pedagogo informa que Creonte queria expulsar de Corinto Medeia e os filhos. A Ama decide que não iriam contar nada a Medeia para não piorar a dor desta e deseja que a raiva de Medeia caia sobre os inimigos e não sobre os amigos. Ouvem-se os lamentos de Medeia e a Ama manda o Pedagogo levar as crianças para o palácio e para não se aproximarem da mãe.
 Medeia deseja que os os filhos morram. A Ama teme que algo aconteça aos filhos de Medeia. Entra o coro, formado por quinze mulheres de Corinto, ao ouvirem os lamentos de Medeia. A Ama atualiza o Coro sobre o estado de Medeia. Medeia deseja que Jasão arda com a própria casa e lamenta ter abandonado o pai e a terra e ter morto o irmão. O Coro manda a Ama ir ter com Medeia para lhe dar confronto da parte dele. A Ama sai e chega Medeia que se dirige ao Coro para fazer um longo monólogo sobre a condição trágica da mulher. O Coro, ao ouvir os seus lamentos, apoia a sua decisão de se vingar do marido. Entra Creonte com os seus guardas e ordena a Medeia que saia da cidade com os filhos por ter medo que ela faça algum mal à sua filha. Medeia afirma que o seu ódio é para com Jasão e não para com a noiva. Creonte não cede e manda-os embora.
 Medeia pede-lhe que a deixe ficar na cidade só mais um dia para ela planear para onde irão e qual será o futuro dos filhos. Creonte aceita que ela fique até ao nascer do sol. Se for encontrado depois disso, será morta. Creonte sai e Medeia conta ao coro o seu plano de matar Jasão, a esposa e Creonte. Decide que vai usar veneno, arte na qual é experiente. O coro teme que aquela ação faça surgir uma má reputação das mulheres. Chega Jasão que se dirige a Medeia dizendo que ele sempre tentou convencer os reis a deixá-la ficar mas, eles expulsaram-na. Queria, no entanto, ajudar Medeia com o seu futuro no exílio. Medeia, irada, afirma que foi ela quem o salvou a custo de sacrificar tudo o que lhe era sagrado e que agora já não havia futuro para ela porque ninguém a ia aceitar. Jasão afirma que foi Afrodite quem o salvou e que Medeia ganhou mais do que sacrificar por ele, ao viver na terra dos helenos em vez da dos bárbaros. Afirma ainda que apenas se casou com a princesa para ter condições de vida, por ser exilado, e para ele e os filhos também terem uma vida boa. Apresenta as mulheres como cansa dos males dos homens. Jasão oferece-se novamente para contactar amigos que a recebessem mas ela afirma não querer ajuda de um malvado. Sai Jasão.
 Entra Egeu que tinha vindo de Delfos para falar com Piteu para melhor interpretar o oráculo de Delfos e assim saber o que tinha a fazer para conseguir ter uma linhagem. Egeu percebe que Medeia estava em baixo e pergunta-lhe o que se tinha passado. Medeia responde que Jasão tinha casado com a filha de Creonte e que ela e os filhos tinham sido expulsos da cidade. Medeia roga a Egeu que lhe dê hospitalidade em troca de ela usar os seus remédios para o ajudar a ter descendência. Egeu aceita e Medeia obriga-o a jurar pelos deuses nunca deixar que um inimigo seu a leve. Egeu sai e Medeia conta os Coro o seu plano: irá dizer a Jasão que aceita o casamento e enviará, pelas mãos dos filhos, presentes envenenados à noiva para mostrar que aceita o casamento. Depois fará o pior das ações (hesita por um tempo) que é matar os filhos para estes não sofrerem nas mãos dos inimigos. O coro aconselha Medeia a não realizar o plano, principalmente a morte dos filhos. Medeia não ouve ninguém e envia uma aia para chamar Jasão. O Coro suplica a Medeia que não mate os filhos mas esta não o ouve. Chega Jasão. Medeia pede-lhe que perdoe as suas palavras e admite que tinha sido cruel com quem lhe queria bem. Medeia pede a Jasão que convença a esposa e Creonte a deixar os filhos ficarem junto do pai em vez de serem exilados. Para convencer a noiva, Medeia irá enviar uns presentes, levados pelas crianças. Medeia envia os filhos para irem ter com a noiva, lhe entreguem os presentes e lhe roguem que os deixe ficar na cidade. Jasão sai com os filhos. 
 Entra mais tarde o Pedagogo com as crianças e avisa Medeia de que a princesa aceita com prazer os presentes e permitiu que eles ficassem na cidade. Medeia chora por ver o seu plano falhado. Manda o pedagogo reunir as coisas que os filhos mais precisavam e lamenta a sua vida sem os seus filhos e hesita se os deveria matar ou não. Chega à conclusão de que esta é a única solução para os livrar de caírem na mão dos inimigos. Saem os filhos e chega um criado de Jasão a correr. Anuncia a Medeia que ela tinha que fugir porque a princesa e o pai tinham morrido por causa dos venenos dela. O mensageiro, a pedido de Medeia, conta tudo com pormenor. Creonte morreu ao abraçar e beijar o cadáver da filha. O Mensageiro sai e Medeia percebe que tinha chegado a altura de matar os filhos porque, se eles têm que morrer, vão morrer nas mãos de quem os gerou. Medeia vai ter com os filhos. O coro pede aos deuses que a travem. No interior ouvem-se as crianças a tentar fugir da mãe e a pedir ajuda ao coro. O coro repreende Medeia.
 Chega Jasão, que pergunta ao coro por Medeia e principalmente pelos seus filhos para que nenhum parente do rei os mate. O coro informa-o de que Medeia tinha morto os filhos. Jasão, irado, abre as portas para ver Medeia e os filhos mas esta está na mechane (maquinismo que colocava as figuras no nível mais elevado) no carro do Sol com os cadáveres dos filhos. Jasão insulta Medeia e manda-a ir embora. Os dois começam uma discussão sobre qual era o culpado da morte dos filhos. Jasão pede para dar sepultura aos filhos. Medeia recusa e conta o que irá acontecer no futuro: ela vai sepultar os filhos no templo de Hera para que nenhum inimigo revolva os túmulos; aqui vai ser instaurada uma festa e ritos sagrados em nome dos filhos. Medeia irá para casa de Egeu e Jasão será morto por um fragmento da nau de Argos. Jasão pede para tocar os filhos mas Medeia recusa já que ele não se importou com os filhos em vida.
 O coro tem a fala final.