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domingo, 27 de setembro de 2020

Agamémnon

Obra: Agamémnon

Autor: Ésquilo

Resumo:

O vigia já ali estava à um ano à espera do sinal de fogo que anunciava que Tróia tinha sido conquistada. Não consegue adormecer porque há um medo que paira sob ele. Ele chora ao lembrar-se do que se passa naquela casa. Ele considera que o sinal de fogo vai acabar com o que se passa naquela casa. Pensa que tem que informar a rainha o mais rapidamente possível para ela ficar feliz. Ele passa de radiante para reservado e cala-se acerca do que ia comentar. O vigia vai ter com o coro de anciãos argivos. O coro relembra que, antes de os dois reis Aqueus partirem, duas águias, reis dos pássaros, apareceram. Estás dia águias devoravam uma lebre grávida e o profeta Calcas viu nessas águias do dois reis e profetizou que os dois iriam conquistar Tróia. Ártemis não gostou de ver aquela visão e determinou que os navios aqueus só podiam sair de Áulide quando houver um sacrifício. A solução é tão dolorosa que os Atreus começam a chorar. Agamémnon tinha que matar a filha. Primeiro estava indeciso mas escolheu sacrificar a filha para poder viajar para Tróia. Taparam a boca a Ifigénia para a impedir de lançar uma maldição na família. O poeta não descreve a morte, apenas diz que aconteceu. Dá a ideia de que sabe o que vai acontecer no futuro mas diz que se vai saber no seu tempo. 

 Entra Clitemnestra e o líder do coro pede-lhe que lhe conte novidades. Clitemnestra responde que os Argivos tinham conquistado Tróia. Ela afirma que o descobriu porque Hefesto tinha levado um sinal de fogo através de vários pontos até chegar junto do mensageiro, tudo isto organizado por ela. Ele diz que as tropas ainda podiam irritar um deus e não regressar ou, se regressassem, ainda podia acontecer alguma coisa. O coro reza a Zeus para lhe agradecer e afirma que foi uma vitória justa por os Troianos estarem cheios de orgulho por estarem repletos de riquezas. Fala sobre Páris, que vivia a fazer mal e os deuses castigaram-no e à sua cidade por ter abusado da hospitalidade dos Atreus. Descreve a chegada de Helena e como os profetas afirmavam que Menelau estava triste por a esposa o ter deixado. O coro percebe que não pode celebrar a vitória sem antes saber se o fogo é mesmo verdade já que era típico das mulheres celebrar antes da hora. Chega um arauto que agradece a Zeus por ter regressado a casa 10 anos depois e anuncia que Agamemnon iria regressar à sua cidade depois de ter destruído Tróia. O arauto descreve as dificuldades que passaram em Tróia como os dias cheios de calor e as noites extremamente frias. Clitemnestra entra em cena para dizer que espera ansiosa pela chegada do marido a quem se manteve fiel todos estes anos. O coro desconfia destas palavras. 

 Clitemnestra sai e o coro pergunta ao Arauto sobre Menelau. Este responde que Menelau se perdeu numa tempestade que atacou o navio. O Arauto vai-se embora O coro começa um monólogo em que compara Helena a uma cria de leão que cresceu com seres humanos em paz mas, quando cresce, revela a sua verdadeira natureza e destrói a vila. 

 Chega Agamémnon numa carruagem com Cassandra- O coro admite que quando viu Agamémnon partir por Helena primeiro viu-o com maus olhos mas agora recebia-o com amor. Agamémnon começa por agradecer aos deuses nativos por os ajudarem a destruir Tróia e por lhe permitirem o regressa a salvo. Agamémnon preparava-se para entrar na carruagem mas é parado pelo discurso de Clitemnestra. Ela começa a contar ao coro acerca do que ela sofreu por o marido estar longe. Ela teve que ouvir muitos rumores cruéis. Orestes estava na casa de um aliado que a tinha alertado acerca da possibilidade de haver revoltas contra ela por tomar o poder. Ela corou muitas noites e teve sonhos em que Agamémnon estava ferido. Clitemnestra dá as boas vindas ao marido e obriga as mulheres que a acompanhavam a estender as tapeçarias cor de sangue que ela tinha trazido de casa para que Agamémnon não pisasse no chão comum. Agamémnon diz à esposa que aquelas eram honras que normalmente se davam a um deus e não a um homem e que esse tratamento podia gerar alguma inveja. Só se pode declarar que um homem é feliz depois de ele morrer. Clitemnestra questiona-o sobre aquele comportamento já que ele tinha sido vencedor e, por isso, devia ser louvado sem se preocupar com a inveja dos outro. Ela diz que Priamo teria concordado com o ritual. Agamémnon aceita e vai descalço pelo caminho até casa. Avisa que Cassandra estava na carruagem como oferta do seu exército para ele e diz à esposa para tomar conta dela. Ele entra em casa. Clitemnestra reza a Zeus para nunca os deixar passar necessidade e entra em casa. 

 O coro inicia um monólogo em que se pergunta sobre o porquê de sentir que existe algo de errado apesar de ver com os seus próprios lhos que Agamémnon tinha regressado e de saber que Tróia tinha sido destruída. Sente que algo vai acontecer. A sorte de um homem pode acabar de um dia para o outro. Quando um homem morre, não há como trazê-lo de volta. Entra novamente Clitemnestra que se dirige a Cassandra. Diz-lhe para entrar no palácio e para se juntar às outras servas. Diz-lhe para deixar o orgulho  para trás pois até Hércules tinha servido como escravo. Ela devia estar feliz pois está numa casa rica e vai ser tratada de forma correta. O coro aconselha Cassandra a obedecer à rainha. Cassandra não sai da carruagem. Clitemnestra fica irada e regressa a casa. O coro dirige-se a Cassandra. Cassandra repete o nome de Apolo e o coro estranha por não ser um deus que se chame durante um luto. Cassandra pergunta a Apolo onde ela está. O coro responde que está na casa dos filhos dos Atreus. Cassandra afirma que aquela casa não temia os deuses e fala sobre um cenário repleto de sangue. Cassandra menciona um pai a comer os próprios filhos. Fala sobre uma figura feminina que prepara algo cruel, vai fazer algo cruel ao marido no banho e as Fúrias preparam-se para a atacar. O coro admite não perceber nada sobre a profecia que ela está a fazer por ser muito confusa. Cassandra afirma que ele está a ser morto na banheira. O coro não entende mas percebe que algo mau vai acontecer. Cassandra prevê que ela vai ser a segunda vítima. Começa a recordar-se de Páris e da sua terra. A sua terra e os seus familiares foram destruídos e agora é a vez dela morrer. O coro sente empatia ao saber o destino de Cassandra e sofre com ela. Ela vai acabar a sua profecia e vai enfrentar o seu destino. Cassandra refere os crimes anteriores que assombram aquela casa. O coro admira-se por ela saber tanto acerca de uma cidade tão longe da dela. Ela responde que foi Apolo quem lhe contou. O coro começa a lembrá-la do seu passado. Apolo estava apaixonado por ela, ela prometeu-lhe um filho mas não cumpriu a promessa. Como resistiu ao deus, agora ninguém acredita nela. Cassandra recorda o episódio do pai que comeu os filhos e afirma que a vingança por esse crime está a chegar. Refere uma mulher que recebeu o marido com todas as honras e agora vai matá-lo. Afirma que, quando o desastre acontecer, todos vão perceber que ela estava certa. O coro reconhece a história de Tiestes mas fica confuso quanto ao resto Ela afirma que Agamémnon vai morrer mas só diz que uma mulher o vai matar. Ela quebra as insígnias da profecia que tinha à volta do pescoço e começa a tirar as roupas. Diz que o deus a trouxe para a sua morte e que vai haver alguém que os vai vingar e matar a própria mãe. Vai terminar com a ruína da sua família. Cassandra acalma-se e aceita o seu destino. O coro admira a coragem com que Cassandra aceita o seu destino. Cassandra aproxima-se da porta e comenta o cheiro a sangue. O coro diz-lhe que é o cheiro dos sacrifícios. Cassandra entra em casa. Agamémnon grita por ajuda no interior da casa. O coro entra em pânico e cada membro diz uma coisa. 

 Decidem averiguar primeiro se Agamémnon estava mesmo morto. As portas do palácio abrem e aparece Clitemnestra cheia de sangue por cima dos cadáveres de Agamémnon e Cassandra. Clitemnestra não se importa por estar a contradizer as ações anteriores pois Agamémnon era um homem horrível que encheu a sua própria casa com miséria.  O coro censura-a pela ação e afirma que ela irá ser exilada da cidade. Clitemnestra lista as razões por o ter morto. Sacrificou a filha de ambos como se fosse gado e ninguém o expulsou da cidade por isso. Mostra-se pronta para lutar com o coro e, se ela ganhar, eles vão aprender a obedecer-lhe. O coro chama-lhe arrogante e diz-lhe que ela vai pagar e que perdeu os amigos e a honra. Clitemnestra diz que Agamémnon abusou  mulher ao estar atraído por Cassandra, sua cativa de guerra mas Egisto é leal a ela. Ele sofreu por uma mulher (Helena) e foi morto por outra. 

 Clitemnestra defende que Helena não foi responsável por todas as mortes que aconteceram. Clitemnestra afirma que os eu corpo foi tomado por um espírito vingador que procurava vingar a refeição preparada por Atreu. O coro pergunta-se quem irá chorar no funeral de Agamémnon já que este papel cabia à mulher, que o matou. Clitemnestra diz ao coro que isso não é da preocupação dele. Entra Egisto com soldados que ameaçam o coro que se preparava para se revoltar. Egisto vai para junto de Clitemnestra. Egisto recorda o que Atreu fez ao irmão, Tiestes, pai de Egisto. Tiestes desafiou a autoridade do rei e Atreu expulsou-o da cidade. Tiestes regressou a pedir ajuda e Atreu abriu-lhe as portas e fez-lhe um grande banquete em que serviu os filhos a Tiestes. Tiestes, ao descobrir, lançou a maldição de que toda a raça de Atreu devia morrer assim. Egisto afirma que aquele era o plano dele de justiça e que ele planeou cada segundo daquele plano. O coro diz-lhe que ele irá ter pessoas a lançar-lhe pragas ou que seria apedrejado até à morte. O coro chama-o cobarde por não ter ido para a guerra. Egisto ameaça o povo de o castigar por não lhe obedecer. Egisto pretende dominar o povo com as riquezas de Agamémnon. O coro e Egisto preparavam-se para lutar mas Clitemnestra intervém a tempo e pede ao coro para se submeter ao destino. 

Os dois voltam a discutir e o coro afirma que Oreste ainda pode vir para os matar aos dois e assim vingar a morte do pai. Clitemnestra leva Egisto para casa e diz-lhe para não ligar ao coro pois eles vão governar agora. 

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