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sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Conto de Amor e Psique


Obra:Conto de Amor e Psique

Autor: Apuleio

Páginas:123

Resumo:
Um rei e uma rainha tinham três filhas muito belas. A filha mais nova era de uma beleza tão intensa que cidadãos e estrangeiros a visitavam e, ao verem a sua beleza, lhe prestavam culto como se fosse a própria Vénus. Havia rumores de que ela era a própria Vénus. Havia rumores de que ela era a própria Vénus ou que os deuses tinham criado uma nova Vénus. Todos viajavam para a visitar e abandonavam os sacrifícios e os templos em honra de Vénus. Vénus ficou irada por ter que partilhar as oferendas com uma mortal e, por o seu nome ser profanado na terra. Vénus decide vingar-se e chama Eros, seu filho, um jovem desenvergonhado e indiscreto que só provocava desgraça com as suas setas. Vénus compromete-se a perdoar tudo o que ele tinha feito se descesse à terra e fizesse Psique apaixonar-se por um homem desafortunado, atingido pela miséria.
 Psique estava frustrada por ainda não ter marido já que ninguém a pedia em casamento por a verem como uma obra de arte e sentia-se sozinho. O pai começa a pensar que tinha sido um castigo divino e consulta o oráculo de Apolo. O oráculo diz-lhe para colocar Psique num penhasco mas que o marido que a vai buscar é cruel, atormentando e deixando todos frágeis e que aterroriza os deuses. O rei regressa a casa e os reis e Psique choram durante dias pelo destino de jovem. O povo também sente pena e instala-se um luto público. Faz-se a marcha de casamento e Psique, ao ver os pais a sofrer, diz-lhes para não chorarem por ela já que aquilo era um castigo divino por a terem comparado a Vénus. Deixam a jovem no rochedo e partem, estando todo o povo a chorar. Um vento suave transporta a jovem para uma cama de flores. No dia seguinte acorda e vê um bosque com um palácio real, tão belo que Psique pensou ser a morada de algum deus. Tudo era banhado a ouro e a prata. Umas vozes sem corpo dizem-lhe que aquilo é tudo dela e que estão ali para a servir. Chega a noite e ela deita-se. Ouve um barulho e percebe que era o seu marido misterioso. Ela perde a virgindade e no nascer do dia ele parte. Assim sucedeu por alguns dias e certa noite o esposo, que ela não conseguia ver, disse-lhe que as irmãs estavam à procura do corpo dele e que ela corria risco de vida. Pede-lhe que, se ouvir os lamentos das irmãs não lhes responda para não provocar dor no marido. Ela aceitou e no dia seguinte passou o dia a chorar, lamentando-se por estar numa prisão de luxo sem poder ver nenhum mortal. Depois de muitas lágrimas e rogos, pediu ao esposo que a deixasse ver as irmãs. O marido a muito custo aceita mas diz-lhe para não aceitar o pedido das irmãs de descobrir quem é o marido pois isto a levaria à ruína.
 Psique concorda e no dia seguinte as irmãs vão ter com ela e as três abraçam-se e choram de felicidade. Tomaram banho e conversam e as irmãs começaram a ter inveja da irmã. Procura saber quem era o marido e Psique inventa que era um jovem que passava o dia em caçadas. As irmãs vão-se embora. Uma das irmãs queixa-se por ter um marido estrangeiro e velho ao passo que Psique tinha um deus como esposa e que mais tarde se podia tomar também deusa. A outra irmã queixa-se de ter um marido doente. As duas decidem não contar nada a ninguém e planear uma forma de se vingarem da irmã que as tratou como inferiores. As irmãs planeiam matar Psique.
 O marido conta a Psique que as suas irmãs conspiravam contra ela e para ela ter muito cuidado e não seguir o pedido delas de ver a cara do esposo. Pede-lhe que não revele às irmãs que o marido era de origem divina para que o filho que se gerava no útero dela possa ser divino. Psique ficou entusiasmada com a notícia e o marido dias depois avisa-a de que as irmãs iam aparecer no penhasco no dia seguinte com armas e que iam seduzir com palavras a irmã para que as receba no palácio para elas a matarem. Psique pede ao marido para ver as irmãs uma última vez, afirmando já não precisar de ver o rosto dele. O marido aceita. No dia seguinte chegam as irmãs que se mostram felizes por ela estar grávida. Psique dá-lhe banho e comida e as irmãs perguntam-lhe mais sobre o marido. Psique, ingénua, esquece-se da primeira história e inventou outra: o marido era um homem de meia-idade de uma província vizinha que se dedicava a negócios de finanças. Deu mais presentes às irmãs e mandou-as embora. As irmãs comentam que, ou Psique inventou mentiras ou ela não conhece o marido. Se não conhece o marido é porque ele era um deus e, por isso, ela estaria a gerar um deus. Passam a noite em branco e, no dia seguinte, regressam junto da irmã a dizer que uns caçadores tinham visto o seu marido e que era um réptil feio que a ia devorar quando a gravidez estiver mais desenvolvida. Psique afirma que nunca tinha visto o rosto do marido e que poderia ser mesmo um monstro. Pede ajuda às irmãs. As irmãs aconselham-na a agarrar numa lâmpada e dão-lhe um punhal para ela colocar ao lado da cama e, quando o marido estivesse a dormir, acendesse a lâmpada e o matasse. Depois, as irmãs iriam ajudá-la a levar as riquezas do castelo e a casá-la com um humano. Psique passa a tarde em conflito por amar o marido mas odiar o monstro. Antes de o marido chegar prepara tudo e, quando este adormece, ela ilumina-lhe o rosto.
 Encontra Eros e fica sem reação ao ver a sua beleza. Pensa em suicidar-se mas a adaga cai. Ficou curiosa com as armas e tocou com uma flecha no dedo, o que provocou umas gotas de sangue. Ficou repleta de amores e paixão por Eros. A lâmpada lançou uma gota de azeite para o ombro de Eros e este acordou sobressaltado. Ao perceber o que tinha acontecido, voa sem nada dizer. No entanto Psique agarra-lhe a perna e, quando ficou exausta, deixou-se cair. Eros fê-la cair num lugar fofo e disse-lhe que devia ter seguido os conselhos da mãe e tê-la feito apaixonar por um monstro em vez de se ter apaixonado por ela. Afirma que as suas irmãs iriam ter um castigo merecido e que iria embora. Psique pensou em atirar-se ao rio para se suicidar mas o rio colocou-a na margem. Pã viu-a e aconselhou-a a não se voltar a tentar suicidar mas a tentar reconquistar Eros. Psique vê uma cidade cujo rei era o esposo da irmã e visita a irmã. Diz-lhe que fez tudo conforme planeado mas, ao ter percebido que era cupido, não o matou. A lucerna acordou-o e ele, ao perceber o que se passava, expulsou-a afirmando que iria casar com aquela sua irmã.. Esta decide dizer ao marido que os pais tinham falecido e parte para junto do penhasco. Atira-se mas morre e o seu corpo fica defeito. Com a outra irmã acontece o mesmo. Psique andava de terra em terra à procura de notícias de Cupido mas em vão. Cupido passava dores devido à queimadura da lâmpada. Uma gaivota vai ter Vénus e diz-lhe que o filho sofria por uma queimadura e que estava em perigo de vida. Diz-lhe ainda que circulavam rumores de que Eros andava nas montanhas com uma mulher qualquer e que Vénus andava a passear no mar, abandonando assim o mundo à grosseria, bruteza e imundície.
 Vénus procura saber quem era a amante do filho e a gaivota diz-lhe que era Psique. Vénus parte para junto de Eros e afirma que está desiludido com o filho por se ter unido a um inimigo pessoal da mãe e por não ter seguido as suas ordens. Critica Eros por procriar e se envolver mesmo sendo de tenra idade. Chama-lhe desrespeitoso por despertar constantemente paixões na mãe e no padrasto para a fazer sofrer. Vénus parte pronta para pedir à Sobriedade que retire todos os poderes de Eros. Ceres e Juno encontram-na e perguntam-lhe o porquê de tal estado de espírito. Vénus pede-lhes para a ajudarem a encontrar Psique. As deusas tentam acalmá-la dizendo-lhe que Eros já não era uma criança e que, se Vénus espalha os prazeres pelo mundo não os pode oprimir na sua casa. As deusas elogiaram Cupido por o temerem. Vénus regressa ao mar. Vê um templo e aproxima-se. Vê cereais e foices por todo o lado e decide arrumar tudo. Aparece Ceres, deusa do tempo, e avisa-a de que Vénus estava à procura dela e que ela se devia procurar com a sua salvação e não com o templo. Psique roga à deusa que a deixe esconder-se naquele monte de espigas até que a ira de Vénus se acalme ou até recuperar as forças. Ceres afirma que não pode ceder ao pedido por não querer despertar o rancor de Vénus e aconselha-a a partir. Esta assim fez e no meio de um bosque Vê um templo a Juno e pede-lhe que a salve do perigo de vida e que lhe permita algum descanso. Juno aparece e afirma que não a pode ajudar. Psique percebe que se tinha que dirigir a Vénus para acabar com a sua miséria.
 Vénus dirige-se a Júpiter e pede os serviços de Mercúrio. Este aceita. Vénus diz a Mercúrio que quem encontrar Psique terá uma recompensa. Mercúrio vai pelos povos a espalhar a mensagem.
 Psique vai ter a casa de Vénus e é arrastada pelos cabelos por uma escrava até Vénus. Vénus manda duas servas torturar Psique. Vénus afirma que o filho de Psique era de núpcias contraídas entre pessoas de estatuto diferente e que não havia testemunhas de casamento e, por isso, era um filho bastardo. Vénus rasga-lhe as roupas e arranca-lhe os cabelos e dá-lhe sementes misturadas que ela teria que separar até ao cair da noite. Vénus parte e um conjunto de formigas aparece e ajuda Psique na sua missão. No dia seguinte, Vénus manda-a trazer-lhe um pedaço de lã de ovelhas com velo dourado que viviam num bosque. Psique vai com a esperança de se suicidar no rio mas uma cana diz-lhe para não o fazer e que espere até ao fim da tarde, quando as ovelhas estão mais serenas para retirar os pedaços de lã presos aos ramos de árvores. Esta assim faz e entrega-o a Vénus. Esta não achou suficiente, desconfiando de ter tido ajuda e mandou-a a uma montanha trazer água de um rio gelado e protegido por dragões. Psique ao chegar lá percebe que é impossível tirar a água. A águia real de Júpiter vê-a e decide ajudá-la e, agarrando na urna, vai enchê-la de água.Psique entrega-a a Vénus mas nem assim a convence. Vénus dá-lhe uma última missão: irá levar uma caixa para o Hades e irá pedir a Prosérpina uma dose de beleza por Vénus ter gasto a sua a cuidar do filho.
  Psique percebeu que estava a ser enviada para a morte. Desce por uma torre que ganha voz e mostra-lhe o caminho para o Hades e aconselha-a a levar duas moedas para pagar a Ceronte e dois bolos de cevada para distrair Cérebro (ida e volta). Não deve parar nas distrações do caminho nem aceitar comer nada no palácio. Não deve abrir a caixa ao sair. Psique seguiu todos os passos mas, ao chegar à superfície, decide abrir a caixa para colocar um pouco da beleza divina para o seu amado. No entanto, no interior da caixa apenas estava um sono profundo que deixou Psique como cadáver. Cupido já estava curado e não conseguia suportar mais estar longe de Psique. Vai ter com ela, retira o sono e coloca-o na caixa. Despertou-a com uma picada das suas flechas. Cupido mandou-a entregar a caixa a Vénus e ele iria encarregar-se do resto. Cupido vai ter com Júpiter e suplica-lhe ajuda. Júpiter concorda desde que, uma jovem que se distinga pela beleza na terra naquele momento seja entregue a Júpiter como recompensa. Júpiter manda Mercúrio invocar todos os deuses. Júpiter realçou que Eros era um jovem depravado e que só criava confusões e, por isso, como castigo devia casar com Psique, a quem tinha tirado a virgindade. Manda Mercúrio trazer Psique aos céus e dá-lhe um copo de ambrósia, tornando-a imortal. Há o banquete nupcial e, mais tardem o casal terá uma filha chamada Sensualidade

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