Blogs Portugal

sexta-feira, 15 de novembro de 2019

Epídico

Obra: Epídico

Autor:Plauto

Personagens: Epídico, Tesprião (escudeiro de Estratípocles), Estratípocles; Queribulo (jovem amigo de Estratípocles); Apécides (amigo de Perífanes); Perífanes; o soldado fanfarrão; Filipa; Acrópolis; uma lirista anónima e Teléstis.

Resumo:
Tesprião chega do porto com a bagagem do seu amo Estratípocles. Aparece logo Epídico e os dois metem a conversa em dia. Tesprião tinha passado o tempo a comer e a roubar, ato pelo qual era conhecido. Epídico procura saber como estava Estratípocles e onde se encontrava. Tesprião afirma que Estratípocles tinha abandonado as suas armas em combate e que não tinha chegado com ele porque não se queria encontrar com o pai. Diz ainda que Estratípocles tinha comprado uma cativa por se ter apaixonado por ela. Epídico fica desesperado por ter já resolvido o problema da sua outra amada ("Mas quantos corações tem esse homem"). Estratípocles tinha comprado a nova amada com dinheiro emprestado a juros e que o onzeneiro que lhe tinha emprestado o dinheiro tinha chegado com ele para reclamar o seu dinheiro. Epídico lamenta a sua própria desgraça e prevê que irá receber um castigo severo. Tesprião vai para casa de Queribulo, para onde o seu senhor o tinha enviado. Epídico fica sozinho e começa um monólogo em que exprime a sua preocupação com o seu futuro.
 Estratípocles chega com Queribulo e Epídico esconde-se para os ouvir. Queribulo tenta acalmar o amigo, afirmando que o pai não o ia censurar por ter comprado uma cativa de boas famílias. Estratípocles pede dinheiro ao amigo para a acabar de pagar mas este mostra que não tem dinheiro. Estratípocles fica irado por não ter a ajuda que precisava do amigo e deseja ter Epídico ali porque ele iria arranjar-lhe o dinheiro, custasse o que custasse, só para se livrar do castigo de trabalhar no moinho. Epídico, ao ouvir isto, decide aparecer. Epídico diz ao amo que tinha conseguido comprar a amada de Estratípocles como este lhe tinha pedido mas este afirma que já não estava interessado nela pois tinha uma nova paixão. Epídico fica atrapalhado, principalmente quando o amo lhe pede para arranjar o dinheiro que ele estava a dever. Epídico mostra-se empático face ao sofrimento do amo e diz-lhe que fará de tudo para o arranjar.
 Enquanto isso, Apécides e Perífanes conversavam. Apécides procura acalmar o amigo dizendo-lhe que não há problema em ele casar com uma mulher de boa famílias (Filipa), principalmente uma que lhe tinha gerado uma filha. Perífanes afirma que teme pela reação do filho.
 Epídico sai de casa de Queribulo e vê Apécides e Perífanes a conversar. Decide escutar a conversa. Epídico toma a decisão de pedir o dinheiro que o seu amo precisava a Perífanes mas não sabe como. Ouve Apécides dizer que a solução era casar Estratípocles e cria um plano. Finge que tinha andado por toda a cidade à procura de Perífanes. Diz a Perífanes que tinha visto os soldados regressarem da guerra e que à espera de Estratípocles estava a lirista por quem este andava apaixonado. Perífanes procura saber mais e Epídico diz-lhe que ouviu a lirista dizer que o seu amado a ia comprar para a libertar. Perífanes pede ajuda a Apécides e a Epídico e Epídico aconselha-o a fingir que estava interessado na lirista e que a queria libertar por isso e, quando a tiver comprado, mandá-la para longe da cidade. Aconselha-o ainda a enviar alguém em seu nome para libertar a lirista para o onzeneiro não pensar que ele apenas queria salvar o filho. Perífanes e Apécides ficam maravilhados com o plano e designam Epídico para ir entregar o dinheiro junto com Apécides. Perífanes hesita um pouco no momento em que Epídico lhe diz o preço da jovem mas aceita quando este lhe diz que há um jovem que estava interessado nela e que lha iria comprar.
 Enquanto isso, na casa de Queribulo, Estratípocles começa a pensar que Epídico lhe tinha mentido e que não o ia ajudar. Estratípocles começa a descarregar a sua ira em Queribulo por este não o ter ajudado quando ouve um barulho. Chega Epídico com o saco cheio de dinheiro e explica o seu plano ao amo. Este fica radiante e Epídico parte para o fórum para ir ter com Apécides.
 Perífanes estava em casa a fazer uma reflexão sobre a sua vida quando chega Apécides com a lirista. Perífanes manda um escravo levá-la para os aposentos no andar de cima e proíbe-o de deixar a sua filha falar com ela. Apécides parte e entra em cena o Soldado Fanfarrão. O Soldado pede a Perífanes que lhe venda a lirista que tinha comprado para ele a tornar sua concubina. Perífanes aceita desde que o Soldado a leve para fora da cidade e este concorda.
 Um escravo traz a lirista e Perífanes entrega-a ao Soldado. O Soldado rejeita-a por não reconhecer nesta a sua amada. Perífanes insiste que aquela é Acropolístis mas o Soldado explica-lhe que ele tinha sido enganado. Perífanes fica em choque e o Soldado decide que o melhor é partir. Perínaes vira-se para a lirista e pergunta-lhe se tinha sido Apécides a comprá-la. A lirista responde que não ouvira falar desse nome, que era livre à cinco anos e que tinha sido contratada para acompanhar Perífanes num sacrifício. A lirista afirma conhecer Acropolístis mas não sabe onde ela mora. A lirista afirma ter ouvido que tinha sido Estratípocles quem a libertara e Perífanes percebe que Epídico tinha ficado com o dinheiro para si. Perífanes fica irado e manda a lirista embora sem a sua lira nem flautas.
 Chega Filipa, com quem Perífanes tinha tido uma relação na mocidade e a quem abandonou para se casar com uma mulher rica e a quem deixara uma filha. Perífanes ouve os lamentos de uma mulher mas não sabe quem é. Os dois olham-se e reconhecem-se mas ambos hesitam em falar um com o outro por medo de serem mal recebidos. Pouco a pouco trocam palavras mas nenhum quer ceder e reconhecer quem é o outro. Perífanes alude à cidade onde eles se conheceram e Filipa deixa de resistir. Filipa desfaz-se em lágrimas e conta a Perífanes que a filha dos dois estava nas mãos do inimigo. Perífanes acalma-a, dizendo-lhe que Teléstis estava em sua casa e manda-a chamar. Ela chega e Filipa jura a pés juntos que não conhece aquela mulher. Perífanes fica confuso mas percebe que era outra das artimanhas de Epídico. Interroga Acropolístis, que se fazia passar por sua filha, e esa afirma que estava a seguir ordens de Epídico. Perífanes manda as duas mulheres para dentro de casa e sai à procura da sua filha que tinha sido comprada por um cidadão de Atenas e de Epídico.
 Estratípocles aguarda a chegada do onzeneiro com a sua amada e a pedir-lhe o dinheiro. Epídico chega abatido por ter visto Perífanes e Apécides a comprar correias que ele sabia serem para o castigar, significando assim que tinha descoberto o que ele tinha feito. Chega Teléstis e o onzeneiro. Estratípocles vai buscar o dinheiro e Epídico, ao ver Teléstis, reconhece que esta é a filha de Perífanes e Filipa, que ele tinha visto quando lhe entregava prendas de Perífanes. Chega Estratípocles e paga ao onzeneiro. Teléstis corre a abraçá-lo e chama-lhe irmão. Epídico trata de lhe explicar tudo e Estratípocles fica feliz por ter encontrado a irmã mas triste por ter ficado sem uma companheira. Para o alegrar, Epídico afirma que lá em casa estava Acropolístis para ele se servir. Epídico leva os dois para casa de Perífanes e chama Tesprião para ir ter com eles. Pede aos dois irmãos que, se Perífanes se virasse contra ele, que o acudissem.
 Perífanes e Apécides entram em cena exaustos e cheios de dores por andarem à procura de Epídico e por carregarem as correias. Epídico ouve os dois velhos a conversar e salta para a frente deles. Epídico oferece as mãos sem medo para serem amarradas. Perífanes hesita perante esta ordem e que que quer fazer perguntas a Epídico com ele desamarrado. Epídico afirma que não irá responder a nada enquanto não estiver atado. Perífanes olha para o amigo sem saber o que devia fazer e Apécides aconselha-o a fazer a vontade a Epídico. Amarram-no e Epídico pede que as correias estejam bem apertadas. Perífanes interroga Epídico sobre o que ele tinha feito e o escravo não mostra arrependimentos e confessa toda a história. Epídico manda o patrão para dentro de casa para confirmar que ele merece a liberdade. Perífanes entra para casa e Apécides fica com ele. Apécides interroga-o sobre o que está em casa e Epídico afirma que é a filha de Perífanes.
 Perífanes chega e quer desatar as mãos a Epídico mas este recusa enquanto não tiver presentes, a liberdade, um subsídio de alimentação e um pedido de desculpas. Chega o Diretor da companhia a pedir o aplauso do público.

Sem comentários:

Enviar um comentário