Blogs Portugal

sexta-feira, 15 de setembro de 2017

Uma Família Inglesa



Obra: Uma Família Inglesa

Autor:Júlio Dinis

Páginas:429

Resumo
Esta obra relata o quotidiano da família Whitestone, liderada por Mr.Richard Whitestone, um negociante admirado no Porto e os seus filhos: Jenny e Carlos. Mr.Richard era um homem patriarcal, apoiando sempre os costumes da Inglaterra onde nasceu e procurando instituí-los na educação dos seus filhos. Jenny era uma romântica, sempre pronta a resolver os problemas da família e Carlos era um liberal oprimido, que odiava os costumes ingleses.
 A ação inicia-se no Carnaval, quando Carlos organiza uma ceia com amigos e recebe uma carta da irmã a convidá-lo para passar o aniversário com a família. Carlos admite à irmã que não se tinha recordado de que era o seu aniversário e afirma que o melhor era não visitar a família por se ter feito amigo de liberais como ele. No dia seguinte, a casa dos Whitestone despertou com Jenny a orientar os criados para o pequeno-almoço e Mr.Richard a cuidar das suas amadas plantas, enquanto Carlos ainda dormia. Mr.Richard, ao perceber que o pequeno-almoço seria apenas entre ele e Jenny, planeia repreender o filho pela falta de postura, mal o encontre. Após a saída do pai, Jenny manda acordar o irmão para os dois se encontrarem na biblioteca. Nesta, os dois discutem sobre as saídas de Carlos e este justifica-se dizendo que um jovem não deveria ficar fechado em casa nas noites de inverno. Jenny, como sempre calma, aconselha o irmão a ter cuidado e, ao entregar o relógio que o pai lhe iria oferecer, desperta o sentimento de culpa do irmão, que afirma que, mal o Carnaval acabe, ele ficará mais caseiro. Carlos decide ainda relatar a noite passada à irmã e conta-lhe sobre um encontro que teve com uma dama. Esta jovem, acompanhada por outras da sua idade, apesar de usar uma máscara, captou a atenção de Carlos para os seus olhos lindos. Carlos decide segui-la para assim obter mais informações sobre ela mas é afastado por elas e pelas suas amigas. Carlos rouba-lhe um beijo e fica a noite a pensar nela, principalmente pelo facto de esta o conhecer e à sua família. A conselho da irmã, Carlos vai visitar o pai ao escritório mas, ao descobrir que este se encontrava na Assembleia Inglesa, decide falar com homens de negócio que vai encontrando pela rua. Após várias conversas, Carlos acaba por visitar o pai, que já estava disponível e os olhos deste enchem-se de brilho ao ter uma conversa de negócios com o seu filho.
 Jenny, que se encontrava sozinha em casa, recebe uma grande amiga sua, Cecília, filha do guarda-livros e amigo da família. Cecília é uma jovem bela e bondosa, que contrasta com a idealização de Jenny, ao apresentar-se como uma mulher burguesa com a simplicidade portuense. Cecília acaba por contar, com bastante hesitação, sobre o baile a que tinha ido na noite passada e os encontros que tivera, sem mencionar nome. Jenny não procurou dar à sua grande amiga desconforto e contou-lhe que Carlos já tinha desabafado com ela e a opinião de baxo nível que Carlos tinha das mulheres que frequentavam aquelas festas. Cecília acaba por ficar calma e perde o interesse em Carlos. Após este encontro, Cecília vai para junto do pai, na casa que ambos partilhavam. Carlos decide dar uma volta (onde acaba por fazer uma divagação sobre a sua vida) e vai jantar a casa, onde conversa com o pai e a irmã.
 Mr.Richard e Jenny decidem ir ao teatro, onde encontram Manuel Quintino, o guarda-livros da família, que lhes conta a inquietude que sente por ver que a sua filha está diferente e melancólica. Carlos acaba por aparecer e, ao entregar um lenço à irmã, que tinha obtido na noite em que viu a bela mulher, percebe que Manuel o reconhece. Jenny disfarça dizendo que Cecília tinha deixado o lenço em sua casa e o irmão acabou por agarrá-lo. Manuel esquece o assunto e Jenny, em privado, chama à atenção o irmão sobre a forma como tratou, mesmo que de forma inconsciente, a imagem de Cecília.
 No dia seguinte, Manuel Quintino vai para o seu trabalho no escritório de Mr.Richard e Cecília fica em casa sozinha. De repente, a criada chama-a para receber uma visita e Cecília depara-se com Carlos. Este pede para falarem a sós e pede-lhe perdão pelas suas ações, que lhe é atribuído. Carlos pede ainda para levar uma flor da roseira presente no exterior da casa, que o fez localizar a casa de Cecília. Após este encontro, Cecília pede à criada para não contar ao pai sobre a visita e Carlos vai para casa. Em casa, Carlos confessa todos os detalhes sobre o encontro à irmã e esta fica incomodada, sem saber porquê, com a situação, repreendendo o irmão por alimentar uma fantasia. Após esta conversa, Carlos refugia-se no quarto a ler, onde passará agora a maior parte dos seus dias, na melancolia dos românticos. Carlos decide, no entanto, visitar duas vezes Cecília: na primeira, é confrontado pelo pai desta; na segunda, é levado para um cemitério (para onde ela se dirigia), onde uma senhora idosa diz ao casal que são feitos um para o outro.
 Manuel, por seu lado, não parava de pensar na tristeza da filha e no reflexo que trazia da morte da mãe e decide ir dar uma volta. Chega a noite e Manuel não aparece, o que leva a filha a ficar aflita. Ao perceber que a criada e um amigo de família não se disponibilizavam a andar à procura a meio da noite, Cecília pede ajuda a Carlos que a cortejava debaixo da varanda nesse momento. Carlos aceita o pedido e procura por toda a cidade. Carlos acaba por encontrar Manuel, atordoado, que lhe responde que uns jovens lhe prepagarm uma partida do dia das mentiras, dizendo que Cecília tinha uma doença, o que fez com que ele andasse pelas ruas sem controlo. Carlos leva Manuel para casa e a filha, a explodir de alegria, cuida do pai enquanto médico (que Carlos mandou chamar) o examina e descobre que este tinha tido um caso de congestão cerebral. Manuel foi aconselhado pelo médico a passar alguns dias na cama, sendo cuidado pela filha, o que o deixa preocupado com a firma. Carlos, no entanto, decide ocupar a sua vaga, até que este melhore, com os conselhos do guarda-livros. Jenny desconfia desta dedicação de Carlos mas decide esperar para ver o que acontece. Carlos frequenta assim diversas vezes a casa de Manuel, que lhe vai ensinando os princípios básicos. A presença constante de Carlos incomoda o Sr. José Fortunato, o amigo da família. A empregada da família partilhava o sentimento com o Sr. José, principalmente ao saber da má fama que este tinha.
 Mr.Richard preparava-se para ir para casa quando, pelo caminho, encontrou o relógio que oferecera ao filho numa montra. Curioso, entra na loja e pergunta ao vendedor sobre o relógio, ao que este responde que foi vendido por um jovem inglês que tinha chegado com uma senhora. Mr.Richard, magoado, compra o relógio e vai para casa, onde exprime a desilusão ao filho que iria desonrar a casa. Carlos tenta-se justificar, dizendo que as suas intenções são boas mas que não as pode revelar. O jantar passa silencioso e no fim deste, Jenny vai falar com o irmão e repreende-o. O pai e a irmã vão a casa de um amigo de família e Carlos, que se preparava para se encontrar com Cecília, acaba por passar a noite junto com a sua ama de infância que acabou por falecer nesse momento.
 A noite de Cecília, no entanto foi muito diferente. Já inquieta por ouvir da criada que Carlos se encontrava com outra jovem pelas ruas, Cecília esperava ansiosamente a chegada do seu amado, que não aconteceu. A criada e o Sr.José decidem criar assim um plano para afastar o casal. A criada fica responsável por inventar histórias e o Sr.José compromete-se a escrever uma carta anónima onde adverte Manuel sobre o perigo da presença de Carlos para a honra da casa. Após ler esta carta a Carlos, o Sr.Manuel decide proibi-lo de voltar àquela casa. Carlos fica desgostoso por estar longe da amada e Jenny percebe que o que este sente não é um capricho. Jenny decide pôr à prova o coração de Cecília para descobrir o que esta sentia e convida-a para o seu aniversário. Cecília fica incerta sobre a resposta e por isso não responde. Carlos escreve-lhe uma carta a expressar os seus sentimentos e a procurar saber se Cecília sentia algo por ele. Ao preparar-se para enviar a carta, Carlos depara-se com o seu antigo grupo de amigos, que o decidiu visitar por não saberem nada dele. Num tom jucoso, os amigos insinuam que Carlos tem uma amada e chegam ao ponto de agarrar na carta, o que deixa Carlos enrraivecido e pede-lhes para saírem.
 Carlos encontra-se em casa a pensar em Cecília, após ter enviado a carta a esta, quando se depara com a amada à porta de sua casa. Carlos assume logo que ela tinha vindo depois de ver a sua carta e fica no extremo da comução. Este momento, no entanto, é interrompido quando o grupo de amigos de Carlos atacam a porta de entrada para verem a amante de Carlos. Carlos atrapalhado, manda Cecília para a biblioteca, para junto de Jenny, e tenta acalmar a multidão. O grupo, no entanto, vasculha por todos os cantos pela mulher, como cães esfomeados, e, quando se preparam para tentar abrir a todo o custo a porta da biblioteca, Jenny e Cecília saem. Jenny apresenta Cecília como alguém proximo, quase sua irmã, e o grupo fica atrapalhado por encontrar uma senhora de classe social alta.
 Em casa do Sr.Manuel, após Cecília o ter abandonado no meio do passeio para ir ter com Jenny, que a tinha convidado, o guarda-livros regressou a casa. Nesta, foi invadido pela conversa da sua criada, que insinuou que Cecília e Carlos tivessem um caso, o que perturbou o homem. Manuel ainda prnsa em ler a carta que Carlos escreveu a Cecília, e que ficamos a saber que esta não leu, mas achou isso uma ofensa demasiada grande. O sr. Manuel veste o casaco e o chapéu e, inquieto, sai de casa.
 Em casa de Jenny, o pai e dois amigos de família entram para felocitar a jovem, que estava acompanhada por Cecília. Na hora de jantar, Cecília diz sentir-se mal disposta e fica no quarto de Jenny, isolada. Após o jantar, todos os que se encontravam no local ficaram abismados ao serem surpreendidos pelo Sr.Manuel, com ar de louco, a entrar pela porta.
 Todos o tentaram acalmar mas este só o conseguiu fazer após ver a sua filha, trazida por Jenny. Jenny explica-lhe que a rapariga estava com ela para celebrarem o aniversário e o homem fica mais descansado. O sr.Manuel questiona assim os anfitriões sobre a carta recebida por Cecília e Mr.Richard assume a responsabilidade, dizendo que era uma carta onde planeavam uma surpresa para Jenny. O Sr.Manuel acreditou na história e ficou como convidado. Quando todos os convidados saíram, Mr.Richard dirige-se ao seu filho e repreende-o pela atitude, acusando-o de manchar o nome da família. Mr.Richard pede ainda ao filho para viajar para a Inglaterra para não desonrar a família ainda mais. Jenny decide ir conversar com o pai e procura fazer este refletir sobre os seus motivos. O pai acaba por perceber que a posição social do Sr.Manuel podia ter tido um peso na decisão e decide escrever uma carta onde o adiciona à gestão da empresa. Jenny aconselha o pai a não dar a carta a Manuel já, espalhando primeiro a mensagem da importância deste para a empresa, para evitar ditos populares. No dia seguinte, Manuel é invadido por felicitações pelo bom trabalho e Jenny e Cecília dão um passeio. Jenny, ao ir a casa da sua amiga, depara-se com a criada e, ao ver que esta tinha bastante a dizer sobre Carlos, convida-a a ir a sua casa pela manhã.
 A mulher vai e confessa reconhecer a mulher que estava com Carlos e indicou ainda o local onde esta vivia. Jenny vai de encontro com a tal mulher, apresenta-se e questiona-a sobre a venda do relógio. A senhora confirma a história e mostra-lhe uma carta do seu filho, onde este explicava que tinha extraído dinheiro da empresa dos Whitestone para sustentar a mãe viúva e pagar as dívidas acumuladas. Jenny comove-se com a história e dirige-se ao escritório do pai. Neste, manda chamar Paulo (o culpado) e leva-o ao gabinete do pai, onde este ouve a história e o perdoa. Para resolver o conflito, Mr.Richard decide ainda dar um aumento a Paulo para este pagar as dívidas e sustentar a mãe. Jenny fica orgulhosa e decide ir dar a carta a Manuel. Este fica estupefacto e incrédulo, agradecendo vivamente a Jenny. Cecília, no entanto, fica desconfiada e pergunta a Jenny qual a sua intenção. Esta responde que não tem uma segunda intenção e aconselha Cecília a não ser tão dura com Carlos, já que Mr.Richard e a criada já estavam cientes da inocência deste.
 Após esta conversa, Jenny vai ter com o pai ao escritório e leva Carlos, que acaba por alertar o pai de que planeia casar-se com Cecília. Este adverte-o para as responsabilidades que essa ação traria e dá-lhe a benção. Carlos dirige-se a casa de Manuel e acaba, sem demoras, por pedir a mão da filha em casamento. Manuel fica eufórico com a notícia e aceita o seu genro como parte da família. Na casa de Manuel reúne-se ainda Mr.Richard e Jenny para partilhar a emoção da união das famílias. O sr. José Fortunato, ao saber da notícia, sai da casa e não regressa mais.
 Manuel torna-se um homem de negócios, sendo bastante conhecido e apreciado, Jenny e Mr.Richard vivem em casa na paz da sua casa e Cecília e Carlos vivem felizes.

Sem comentários:

Enviar um comentário