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quinta-feira, 17 de agosto de 2017

Bíblia Sagrada


Obra: Bíblia Sagrada

Autor:Vários

Páginas: 1701

Resumo: Esta obra, uma das únicas a levar séculos a ser escrita, apresenta a evolução de um mundo criado por Deus, personagem vital ao longo da história. Deus cria o mundo em seis dias, por ser um ser para além da natureza e no sétimo descansou, não voltando a aparecer de forma tão direta. Este Deus cria, a partir do barro do planeta recém-nascido, um ser humano de sexo masculino. Por não estar satisfeito, Deus cria também um ser humano do sexo feminino, fazendo-o primeiro com o barro (não ficando satisfeito com o resultado) e depois a partir de uma das costelas de Adão. O casal vive assim na Terra, num local chamado Paraíso Terrestre, até que Eva, o ser feminino, come um fruto de uma árvore proibida e os dois são expulsos do Paraíso. Fora do Paraíso, o casal tem dois filhos: Caim e Abel, com a ajuda de Deus. Estes dois irmãos são criados com o hábito de fazer oferendas a Deus para mantê-lo satisfeito. Caim considera que Abel está a ser mais beneficiado por Deus que ele e acaba por assassinar o irmão, escondendo-o de Deus. No entanto, este acaba por descobrir o segredo de Caim e condena-o a vaguear pela Terra com uma marca para que ninguém o magoe. Caim une-se a uma mulher, cuja existência não foi referida anteriormente, e dá à luz Henoc, cuja linhagem continua. Adão e Eva dão à luz Set e os homens e mulheres começam a multiplicar-se na Terra, começando a apresentar corrupção. Deus fica descontente e prepara-se para destruir todos os seres humanos até que Noé ganha a sua esperança por ser justo. Deus decide assim criar uma inundação colossal, que limpasse todos os Homens da Terra, salvando apenas Noé que está numa arca com um casal de todos os animais na Terra e a sua esposa. No sétimo dia do sétimo mês, a arca chega a Terra e os três filhos de Noé ganham a missão de povoar a Terra. Muitos anos depois, Deus decide visitar a Terra e vê que o povo está a construir uma torre que vai contra dois dos seus princípios: tenta alcançar Deus por tentar ser tão alta que chega ao céu e pretende juntar todos os humanos num local (Deus queria que se espalhassem). Deus decide assim mudar o idioma dos habitantes para não acabarem a torre e espalhou-os pela Terra. Deus elege Abraão para espalhar a sua mensagem aos povos, com a recompensa de que a sua linhagem ia ser longa mas que ia ser submetida à escravidão e teria de ser circuncidada. Abraão tem Isaac que tem Jacob e Esaú. Estes irmãos estão em constante luta, já que Jacob procura conquistar a primogeneidade do irmão e a bênção do pai, coisa que consegue. Jacob tem vários filhos com as duas esposas, acabando por casar a sua filha com o homem que a violou em troca de poder transmitir a mensagem de Deus ao povo. Jacob tem José, responsável por salvar o povo egípcio da fome, espalhando a mensagem de Deus ao Faraó.
 No Egito, nasce Moisés, que irá encontrar uma chama no deserto onde irá ouvir Deus. Deus dá a Moisés a responsabilidade de salvar o seu povo do Egito das mãos do novo Faraó. Moisés parte com os elegidos do povo e o Egito é invadido por pragas. Deus aparece numa nuvem a este povo libertado e começa a ditar os Dez Mandamentos. Deus dita também uma série de regras que irão compor o cristianismo e, ao perceber que os Homens se estavam a desviar do seu caminho, ganha uma face vingativa e autoritária, tendo Moisés que o acalmar e aconselhar. Deus oferece um quase-manual do que os cristãos devem ou não fazer, ditando até quais os animais puros para serem oferecidos e comidos. Deus marca ainda as festas que devem ser celebradas e quais devem ser os sacrifícios que todos devem dar a santuários.
 O povo de Deus é dividido, pelas ordens deste, por funções: aqueles que podem lutar, os que cuidam dos santuários, as mulheres, etc. Pelo caminho até à "terra prometida", Deus fica ainda mais irado do que antes, quase destruindo o povo por este apresentar as suas queixas e o trabalho de Moisés de o acalmar aumenta ("Ordena aos filhos de Israel: Apresentai-Me no devido tempo as minhas ofertas, os meus alimentos e as ofertas queimadas de perfume agradável"). Na terra prometida, Deus convence Balaão a construir mais santuários para o adorarem e converte-o. Deus ordena a Moisés que junte um exército para se vingarem dos maus tratos dos madianitas aos filhos de Israel, numa Guerra Santa. Moisés acaba por falecer e Josué toma o seu lugar, liderando o seu povo numa conquista violenta de Israel, a terra prometida por Deus. Depois de conquistados, os terrenos foram distribuídos pelas tribos do povo de Deus e vários santuários foram erguidos em Israel. Josué morre e Judá toma o seu lugar, conquistando várias terras através da violência. Os séculos passaram e a geração que nunca tinha tido contacto direto com Deus começou a desviar-se do caminho dele e Deus decide pôr as várias regiões à prova, submetendo-as à ditadura política e ordenando a destruição de templos pagãos. No entanto, Deus elegeu 300 pessoas para serem guiadas por Gedeão e sobreviverem ao extermínio dos infiéis da cidade de Israel. Juízes governavam o povo de Deus para que este não saísse do caminho e o povo acabou por passar fome e dificuldades.
 Samuel foi um jovem que foi entrega pela mãe a um santuário de Deus e que cresceu com vocação religiosa, tornando-se num profeta escolhido por Deus. A arca sagrada da aliança, oferecida por Deus, foi roubada e escondida e Samuel foi o responsável por converter aqueles que não queriam sofrer com a fúria de Deus, batizando pela primeira vez. Samuel envelheceu e David, após derrotar Golias, procura-o e compromete-se a destronar Saul, o rei de Israel. David consegue-o e torna-se rei. David foi um rei justo e que se preocupou em proclamar os ideais de Deus e em unir a nação, até que foi castigado por cobiçar a mulher de outro, tendo o seu filho recém-nascido morto. David dedicou-se ao seu povo e a Deus. Salomão, filho de David, passa a reinar e após este, o reino divide-se em dois: Israel e Judá que são levados à ruína devido à ganância dos seus reis. Nestes reinos, os profetas são os responsáveis por manter viva a palavra de Deus. A este ponto começa a nascer uma religião chamada judaísmo, formada pelo povo de Deus, e que se torna a sua religião oficial. O templo torna-se o local principal para o povo se reunir como uma comunidade. Esta obra especifica bastante os problemas, as reflexões, provérbios e as orações deste povo de Deus, podendo o leitor ter uma análise detalhada.
 Existem vários profetas importantes que têm a missão de defender Deus: Isaías, que defende que Deus é absoluto; Jeremias que defende a visão dos camponeses e abomina os falsos ídolos; Ezequiel, que tenta manter a esperança em Deus apesar do sofrimento do povo (Jerusalém acaba por desmoronar e são dedicados vários cantos e lamentações a este) e oferece passos para construir um mundo novo; Daniel, que se revolta contra os poderosos para que o Reino de Deus seja instalado; Oseias, que após ter sido abandonado pela esposa, concentra-se na religião e na denuncia de idolatrias a que chama "prostituições"; Joel, que recorre à penitência e jejum para salvar o povo de uma praga; Amós, que defendia que a fúria de Deus, no dia do Juízo Final, ia atingir todas as nações, até o povo de Deus, e por isso foi expulso; Abdias, que defendia a solidariedade entre irmãos; Jonas, que realça o facto de Deus não se preocupar com nações mas sim com a Humanidade; Miqueias, que denuncia as injustiças sociais; Naum, que demonstra que Deus acompanha a História e que nada lhe pode escapar; Habacuc, que confronta Deus sobre as dificuldades do povo; Sofonias, que criticava os estrangeiros; Ageus, que pretendia unir todos para reconstruir o Templo de Deus; Zacarias, que manteve a fé do povo quando este estava a ser dominado por estrangeiros;  Malaquias, que defende que a religião não deve ser feita de leis rígidas mas sim de compaixão e amor.
 Pelas palavras de Mateus, outro profeta, o leitor fica a saber que nasceu o filho de Deus. Este filho foi colocado por Deus na barriga de uma mulher virgem que, por não ser casada, foi criticada e desprezada pelo povo. Jesus teve como missão converter mais pessoas aos ensinamentos de Deus, fazer milagres e acompanhar os seus doze apóstolos. Havia no entanto, um rei chamado Poncio Pilatos que não gostou da ideia de haver um novo "rei do povo" e decidiu crucificar Jesus. Os apóstolos Marcos, Lucas, João, Paulo, Tiago, Pedro, João e Judas descrevem o caminho de vida de Jesus Cristo, mencionando a sua ressurreição e o seu desaparecimento poucos dias depois desta, reafirmam os princípios cristãos e denunciam as injustiças (principalmente Paulo).
 A obra termina com um capítulo intitulado "Apocalipse", escrito por João, que atribui premonições para o futuro da Humanidade, avisando que a ira de Deus voltará a ser sentida e que o dia do Juízo Final irá chegar e os infiéis serão novamente destruídos.
 Esta obra acaba por se tornar confusa e contraditória, o que é de esperar devido à diversidade dos seus escritores, mas aconselho a todos a lerem-na como um pedaço de literatura, independentemente da religião.

1 comentário:

  1. Excelente resumo. É muito difícil condensar um livro tão extenso, e que tem seções com grande disparidade de tema e utilidade.

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