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domingo, 13 de agosto de 2017

1984


Obra: 1984

Autor: George Orwell

Páginas: 300

Resumo:
 Este clássico impactante e intemporal narra a vida de Winston numa sociedade futurista opressora, governada pela oligarquia e vigiada pelo Grande Irmão. Nesta sociedade existem ministérios próprios para tratar de cada assunto, existindo até quem seja responsável, no Ministério da Verdade, por apagar as evidências de um passado que o Partido Interno não autorize ou queira alterar. Winston é um dos responsáveis por este trabalho, destacando-se dos seus colegas por ter um ódio escondido por este sistema, revelando ser consciente do que se passa e da influência do governo nas pessoas, o que o leva a estar deprimido. Este ódio pela sociedade em que vive, leva a que Winston tenha uma certa admiração pela plebe, ou proles como são chamados, já que estes são considerados livres e têm o poder de destruírem o estado, reflexo da opinião do próprio Orwell.
 No ano em que Winston se encontra e que ele acredita ser o ano de 1984, o mundo está dividido em três grandes potências: a Oceânia, onde Winston se encontra e que representa a antiga Inglaterra e EUA, a Euroásia e a Lestásia. Winston não tem qualquer recordações da sua infância, além de meros sonhos com a face da mãe, já que o Partido acredita que o passado pode ser alterado (e trata de o alterar várias vezes apagando as provas) e por isso não deve ser de confiança. Há uma língua própria, a novilingua, que é constantemente trabalhada por responsáveis para ser encurtada e máximo possível para não dar margem a conspirações contra o governo e assim prever o crimepensar. As crianças eram incentivadas a servir o dever desde jovens, sendo vistas como heróis nacionais caso denunciassem os próprios pais por serem contra o partido. O Partido Interno procurava extinguir o prazer, as relações pessoais e os sentimentos para assim controlar melhor a população, expondo o rosto do Grande Irmão por todo o lado como único símbolo que devia ser venerado. As pessoas são constantemente vigiadas através das televisões, por vezes sem noção e, quando Winston descobre que tem um canto no quarto que não consegue ser alcançado pelas cameras, elege-o como sítio ideal para esconder o diário onde exprime os seus pensamentos. No processo de controlo mental da população é ainda introduzido o duplopensar, onde dois conceitos antagónicos devem ser considerados igualmente corretos caso o Grande Irmão assim o afirme.
 Winston, integrado no Partido Externo, acaba por conhecer Júlia, uma mulher que ele considerava ser uma agente secreta que esperava que ele criticasse o governo para o denunciar mas que rapidamente descobre ser apenas uma mecânica das máquinas que fazem filmes porno para os proles se divertirem. Os dois são fortes opositores do Partido e acabam por encontrar vários pontos de encontro desprovidos de vigilância. Winston fascina-se por Júlia à medida que a vai conhecendo ainda mais, por ver nela uma rebelde como ele, apesar de muito mais nova. Um dos pontos prediletos do casal era um quarto por cima de uma loja de antiguidades numa rua de proles.
 O casal, em especial Winston, capta a atenção de O'Brien, um homem misterioso que o convida a sua casa. No encontro, O'Brien apresenta-se como membro da Fraternidade, a sociedade secreta inimiga do Partido e os dois acabam por se interessar e juntar nesta sociedade. Para se juntarem a esta Fraternidade, Winston precisa de ler o livro de Goldstein, o líder da oposição, que explica com detalhes os motivos da guerra, menciona a mudança para o estado atual, explica o lema, a constituição e a missão da sociedade e do Partido Interno. Certa noite, no quarto por cima da loja de antiguidades, o casal vê-se invadido e percebe que o dono da loja era um membro da Polícia do Pensamento disfarçado e que havia um telecrã escondido no quarto que os vigiava. O edifício encontra-se cercado e Winston é enviado para o Ministério do Amor, onde torturavam os condenados por traição. Neste Ministério, encontra dois conhecidos: um poeta condenado por usar a palavra "Deus" num dos seus poemas para fazer uma rima e um colega seguidor rigoroso do Partido que foi acusado pela filha de ter conspirado contra o Partido enquanto dormia. Winston é ainda mais surpreendido quando descobre que O'Brien faz parte do Partido Interno e que este vai ser o responsável por lhe fazer uma lavagem cerebral através de tortura, humilhação e manipulação.
 Depois de todo o sofrimento, Winston estava a começar a aceitar o Grande Irmão e, portanto, a curar-se mas O'Brien percebeu que esta entrega não era total e aumentou o nível de tortura. Winston é enviado para a sala 101, a sala mais temida do ministério, onde são usados os maiores medos de cada indivíduo. Winston é ameaçado com ratazanas, o seu maior medo, e fica tão afetado com a situação que chega a implorar que o castigo seja aplicado a Júlia. O leitor consegue perceber a entrega total de Winston ao Partido quando este escreve no pó da mesa 2+2=5, uma referência ao momento em que O'Brien lhe diz que, se o Partido disser que 2+2=5, todos têm que aceitar. 
 Esta distopia termina com Winston a ver a notícia sobre a vitória do Partido em África, levando depois com uma bala na nuca (maneira comum de matar os convertidos), aliviado por amar finalmente o Grande Irmão.

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