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terça-feira, 2 de agosto de 2016

Os Maias

Obra: Os Maias

Autor:Eça de Queiroz

Páginas: 716

Resumo:Esta famosa obra, direcionada aos alunos do 11.º ano de todas as instituições de ensino,encontra-se inserida num conjunto de obras do autor que representam a vida tradicional portuguesa. "Os Maias" retrata assim o lado romântico desta, narrando uma biografia de relações amorosas de três gerações.
 Primeiramente, é-nos introduzida a infância de Afonso da Maia, um jovem discreto e caseiro que era constantemente repreendido pelo seu pai, devido ao ser comportamento, já que este queria que o seu filho fosse um homem forte e com espírito de guerreiro. Afonso, certo dia, acaba por partir para a Inglaterra, com ajuda monetária do pai que considerava ser uma ótima ideia já que poderia incentivar o seu filho a deixar de ser um "jacobino" (palavra que ele atribuía a Afonso), e este acaba por se apaixonar pela cultura e pelos modos daquela civilização. Afonso vê-se obrigado a regressar a Lisboa devido à notícia da morte do seu pai e conhece D.Maria Eduarda Runa, filha de um conde, por quem se apaixona. Os dois amados acabam por se casar e ter um filho, Pedro da Maia, continuando a viver em Lisboa.
 No entanto, Afonso encontrava-se descontente com a sociedade nobre de Lisboa, considerando-a inferior à de Inglaterra e atreveu-se até a comentar o seu descontentamento com amigos próximos, que espalharam a palavra até à polícia. Esta arrombou a casa de Afonso, procurando armas, mas não encontrou nada suspeito. Depois deste acontecimento, Afonso toma a decisão de abandonar Lisboa com a mulher e o filho para se exilar na Inglaterra onde vivia como um fidalgo. Maria Eduarda, por sua vez, encontrava-se descontente por estar longe da sua pátria e esforçava-se para manter a educação do filho o mais portuguesa possível, o que incomodava Afonso, já que considerava que o seu filho não aproveitava a vida, sempre protegido pelas aias e pela mãe.
 Afonso decide regressar a Lisboa, passando a ter sempre a sua casa repleta de padres e frades, que viviam à sua custa, devido à forte religião da esposa. Maria Eduarda acaba também por falecer e Pedro da Maia intensifica o seu lado "murcho", ficando num luto profundo. Pedro encontra-se com uma rapariga na rua, interessando-se logo por ela e tenta saber o máximo possível desta.
 A rapariga misteriosa tinha como apelido "a negreira", já que se acreditava que o seu pai tinha enriquecido com o tráfico de escravos negros o que não agradou a Afonso, que recusou aceitar a relação do filho. Pedro acaba assim por fugir com a sua amada, Maria Monforte, casando-se e partindo para Itália. Maria sentia-se infeliz neste país já que ansiava por ir a Paris o que o marido cedeu sem pensar duas vezes. Ao chegarem a Paris, perceberam que este estava em revolução e por isso o casal fugiu de novo para Lisboa com Maria grávida. Ao chegarem a Lisboa, pensaram em conciliar com Afonso da Maia e resolver as coisas entre eles mas tiveram a notícia de que este tinha partido dois dias antes da chegada destes.
 Em Lisboa, o casal fez amigos e tornaram-se conhecidos pelas grandiosas festas que realizavam. Pedro não estava muito contente com esta vida mas queria manter a mulher feliz e por isso aceitava-a. Pedro e Maria tiveram dois filhos, tendo o primeiro o nome de Carlos Eduardo devido a uma novela que Maria estava a ler, e a segunda, Maria Eduarda. Pedro chegou a sentir pena da solidão do seu avô e a pensar na reconciliação mas não encontrava meios para o fazer.
 Um dia aleatório, Pedro recolheu em sua casa um príncipe italiano que ganhou logo o interesse de Maria, fugindo com este e com a filha mais nova do casal. Pedro procurou rapidamente o conforto do pai que o acolheu e ao filho deste. Nessa noite, Pedro deitou-se cedo, acordando a casa com um tiro que este deu a si próprio, devido ao desgosto que sentia.
 Afonso toma assim a responsabilidade de educar o neto como um homem forte e corajoso, sem lhe impor os princípios cristãos, o que incomoda o abade. Carlos decide seguir Medicina na universidade de Coimbra onde encontra João da Ega e este se torna um grande amigo da família. João da Ega, num simples resumo, era um ateu, critico forte da igreja, que estudava Direito em Coimbra e logos e integrou na família dos Maias. Carlos decide abrir um consultório em Lisboa, tendo o infortúnio de quase não ter clientes. Carlos, namoradeiro como era, interessou-se por uma jovem com quem se cruzou à porta de um hotel, e apressou-se a descobrir tudo sobre ela e a encontrá-la.
 Foi Dâmaso, um antigo amigo da família, quem fez as apresentações entre os dois, convidando-o para cuidar da filha desta de seis anos, Rosa, que se encontrava um pouco doente. A amada de Carlos ficou grata a este e não pensou duas vezes em chamar este quando a sua criada inglesa adoeceu. Carlos passa assim a visitar Maria Eduarda, a sua amada, diariamente, enquanto o marido desta se encontrava no Brasil em negócios, e os dois foram ficando próximos, chegando Carlos a comprar uma casa para esta ficar. Dâmaso, no entanto, tornou-se invejoso ao ver esta relação e começou a espalhar rumores sobre estes o que fez Carlos planear um exílio para Itália com a sua amada e a filha desta mas não o fez por respeito ao avô.
 O marido de Maria Eduarda acaba por ouvir os rumores e parte para Lisboa para se encontrar com Carlos. Revela-lhe que Maria Eduarda não é sua mulher, mas sim alguém que ele acolheu, junto com a filha desta, por caridade. Maria começa assim a perder valor aos olhos de Carlos que a considerava interesseira, o que leva este a ir encontrar-se com ela. Carlos cruzou-se com a criada desta, Melanie, que lhe explicou que a senhora não tinha qualquer interesse no dinheiro do suposto marido. Carlos decide mesmo assim conversar com Maria Eduarda, ouvindo a explicação desta sobre a sua vida repleta de sofrimento e miséria. O apaixonado não consegue resistir às palavras da sua amada e acaba por pedi-la em casamento, o que esta aceita. O casal decide esperar um tempo até ao casamento, já que procuravam oferecer um final de vida pacífico ao avô que não aceitaria esta relação, sabendo o passado de Maria Eduarda.
 Num Sarau da Trindade, onde os amigos de Carlos e Ega se juntaram para ouvir poesia e música clássica, Ega conhece o Sr. Guimarães, tio de Dâmaso, com quem estabelece uma relação de amizade. O Sr. Guimarães, decide confiar em Ega e, por saber que este era próximo a Carlos da Maia, entrega-lhe uma caixa com documentos da mãe de Carlos, fazendo uma alusão a uma suposta irmã deste. Ega fica admirado, sem saber ao que este se referia e decide explorar melhor o assunto. Sr. Guimarães acaba por explicar a situação a Ega, afirmando que Carlos e Maria Eduarda eram na verdade irmãos.
 Ega decide contar a Vilaça, o procurador da família Maia, e este conta a Carlos sobre a situação, com as provas da caixa. Carlos fica chocado e em negação e decide mostrar os documentos ao avô, que desconhecia da sua relação com Maria Eduarda. O avô confirma que pode ser verdade aquela história e procura saber mais sobre o assunto. Carlos decide visitar Maria Eduarda, planeando partir no dia seguinte e nunca mais a ver mas os dois acabam envolvendo-se novamente e este fica com dúvidas sobre a sua partida. Afonso da Maia acaba por falecer, poucos dias depois, devido a um doença crônica e Carlos decide, de uma vez por todas, partir para longe, deixando a Ega a missão de contar a Maria Eduarda sobre a relação de parentesco entre os dois e de lhe dar algum dinheiro para esta partir para Paris.
 Carlos e Ega viajam assim pelo mundo, acabando Carlos por se instalar em Paris e Ega em Lisboa, ficando vários anos longe um do outro. Os dois amigos acabam por se reunir em Lisboa e exploram a cidade, pondo a conversa em dia. Por fim, os dois visitam novamente o Ramalhete, onde viveram grandes emoções, e recordam os momentos que ali passaram.

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