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sábado, 17 de fevereiro de 2018

Ao Arrepio

Obra: Ao Arrepio

Autor: Joris-Karl Huysmans

Páginas: 246

Resumo:
 A linhagem de des Esseintes era muito antiga e conhecida na França. Apenas sobrou um membro dessa linhagem, des Esseintes. Durante alguns anos viveu na excêntrica vida dos encontros intelectuais mas logo se aborreceu e remodelou a sua casa para a sua solidão. Escolheu cuidadosamente os tons de tinta das paredes que melhor ficavam quando vistos de noite e decorou a sua casa como achou melhor para a sua atividade intelectual. Tinha apenas dois criados, os quais instruiu sobre as mais diversas tarefas que deviam ser seguidas com rigidez. Nas suas simples tarefas diárias inicia sempre uma fascinante reflexão. A tomar banho, reflete sobre o conceito de realidade e ficção; no seu escritório, reflete sobre os clássicos greco-romanos e sobre a evolução da História. Certo dia, um cavalheiro traz-lhe uma tartaruga e Des Esseintes procura um lugar para a pôr de forma a combinar perfeitamente com o espaço. Des Esseintes inicia uma recordação do dia em que foi ao dentista e, quando acorda, percebe que a tartaruga estava morta. Considerou que foi devido ao excesso de luxo que ele lhe tinha dado.
 Começa a ficar aborrecido da arte e da literatura e vive isolado no seu interior, numa dieta literária. Vê flores e começa a descrever e nomeá-las. Viu uma mulher misteriosa e, ao observá-la percebe que tem uma aparência grotesca e monstruosa. A mulher estava contaminada pela Varíola e tinha os dentes a caírem. Des Esseintes empurra a mulher para os dois se esconderem de um grupo. Um cavalo aparece de repente e, no momento em que ia pisar des Esseintes, este fecha e abre os olhos e tudo desaparece, ficando ele sozinho. Viu uma mulher nua que rapidamente se metamorfoseou numa mulher divinal e sedutora. A mulher rapidamente se tornou horripilante e procurou atacá-lo. Des Esseintes acordou aflito do sono.
 Desde o seu pesadelo não conseguia mais dormir. Durante as noites, para se distrair, observava a sua coleção de arte mas achava-a horrível. Começou a achar que o seu gosto estava deteriorado e, por isso, leu Dickens, considerando ser impossível de não gostar. Fica mais inspirado e decide comer uns bombons. Vê uma americana chamada Miss Urania e fica apaixonado por ela mas rapidamente percebe que esta era apenas mais uma mulher delicada e desapaixona-se. Vê uma mulher ventríloqua e fica fascinado. Fica inspirado e decide comprar várias estátuas de figuras mitológicas.
 Certo dia, des Esseintes repara num cheiro particular e inicia uma reflexão sobre perfumes. Espalhou ainda perfume pelo quarto para afastar o cheiro. Devido à leitura anterior das obras de Dickens, começou a inspirar-se na vida inglesa e apeteceu-lhe passear. Estava um clima chuvoso e ele aborreceu-se. Nos dias seguintes dedicou-se novamente aos seus livros e faz uma reflexão sobre Baudelaire e sobre a literatura francesa. Dias mais tarde, observa crianças a brincar na rua e inicia uma reflexão sobre o estado moral da sociedade. Certo dia, des Esseintes sente-se mal devido ao tempo repleto de sol e o seu criada encarrega-se de lhe levar pilhas de livros para ele sugerir um lugar na biblioteca. Uma reflexão sobre literatura universal é iniciada novamente. Des Esseintes tem um ataque de ansiedade e começa a pensar sobre as músicas que o faziam sentir bem e as que lhe eram desagradáveis. O criado chama um médico que lhe dá uma receita e a doença de des Esseintes abranda os seus sintomas. Conseguia realizar caminhadas longas e já podia comer mais variedade. Retoma ao médico numa visita de rotina e este diz-lhe que o problema de estômago estava tratado mas que lhe precisava de receitar medicamentos para os nervos para melhorar a sua convivência com outros.
 Des Esseintes não gosta desta ideia e afirma preferir morrer que cuidar dos nervos para se relacionar com pessoas. Este procura outros especialistas que lhe aconselham o mesmo procedimento e percebe que está sozinho. Após alguma reflexão, decide abandonar o pessimismo e aguardar um futuro melhor. Muda novamente de casa e consequentemente de mentalidade.

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