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segunda-feira, 9 de outubro de 2017

A Morte Lenta


Obra: A morte lenta

Autor: Emile Henry

Páginas:189

Resumo:
E. Henry, a um jovem de 20 anos, vivia uma vida trabalhadora e comum na França. Ao receber a noticia de que as autoridades francesas e alemãs o estavam a procurar, pretende atravessar a Espanha para chegar a Portugal, onde antes vivia. Durante o caminho encontra um homem com mais posses económicas, que procurava o mesmo que ele e que o ajudou a obter um certificado falso de residência. No momento de entregar os documentos para atravessar a fronteira, E.Henry comete um erro e apenas entrega um deles, fazendo com que os guardas o levassem para uma cela, sem qualquer explicação. É submetido a vários questionários e é mudado para outra cidade, onde fica num quarto com vários homens que estavam tão confusos como ele. É depois transportado para uma cela com quinze prisioneiros, onde é mal alimentado. Por fim, é levado em roupa interior para Buchenwald, onde o desinfectam várias vezes, lhe dão banho, lhe rapam o cabelo, lhe dão uma roupa listrada e lhe dão um número de identificação. Na primeira semana pode descansar, aprendendo apenas a rotina e fazendo poucos trabalhos, que eram dificultados pelo clima húmido e de nevoeiro. Após esta semana, os trabalhos tornara-se forçados, sendo obrigado a carregar vagonetas junto com 25 homens várias vezes por dia.
 E. Henry mantinha assim uma rotina de acordar cedo, trabalhar até tarde, ter apenas a pausa do meio dia, ser por vezes agredido e deitar-se tarde. Devido ao trabalho forçado, começou a mancar e foi levado à enfermaria. Foi mudado de posto e depois foi mudado novamente, sendo agora responsável por descarregar rapidamente camiões de areia. Ficou febril e a enfermaria deixou-o repousar durante alguns dias no seu quarto. Após recuperar-se foi enviado para o trabalho na via-férrea, onde tinha que se levantar mais cedo e por vezes chegava atrasado, sendo castigado. Conseguiu fingir-se de pedreiro e foi para transferido para outro campo, onde a comida era melhor, tinham mais horas para dormir e o trabalho era menos intenso. Confessou que não era pedreiro e, após ter sido castigado, foi enviado para a terraplanagem. E. Henry pôde finalmente escrever aos amigos e familiares, dando pequenas informações (já que existia um limite de mensagens). Certo dia, a cidade mais próxima foi bombardeada e os presos daquele campo presenciaram tudo, a alguma distância. O trabalho naquele campo foi interrompido, devido aos estragos da bomba. Iniciaram a construção de várias casas, tendo o trabalho reduzido devido ao Inverno. Encontra um trabalhador que falava português, que lhe contou a história sobre um carvalho junto da lavandaria onde Goethe gostava de escrever e que, quando este carvalho ardesse, simbolizaria a perda da Alemanha. Alguns campos obtiveram o privilégio de receber prostitutas, para satisfazer as necessidades dos prisioneiros, mas que foram transformadas em enfermeiras devido ao número excessivo de feridos. Vários prisioneiros chegaram ao campo, de várias nacionalidades, e E. Henry acabou por simpatizar com alguns, especialmente com os russos. Presencia um acontecimento marcante no qual um piano chega ao campo e os generais perguntam se alguém sabia tocar. Um russo afirma que apenas conhecia uma música e toca-a. A música era de Tchaikovski e que representava a vitória dos russos sob Napoleão. Alguns guardas perceberam a mensagem mas fingiram que não, para não sofrerem uma humilhação. O verão chega novamente e o trabalho forçado regressa, sendo piorado por um castigo violento que E. Henry levou.
 O número de trabalhadores no campo diminuiu devido ao inverno rigoroso, aos bombardeamentos e às experiências científicas. A árvore de Goethe ardeu durante um bombardeamento. E. Henry encontra trabalho no jardim e, mais tarde, fica responsável de cuidar de uma carrinha, fazendo com que pudesse sair do campo para a vigiar e auxiliar. Numa viagem destas, uma fábrica foi bombardeada e ele e o comandante conseguiram escapar vivos. A partir daí, o comandante foi mais compreensivo com ele e procurava dar-lhe alguma variedade de alimentos. Com medo de regressar a Buchenwald, combina com um colega fugir mas este afirma que o melhor era esperar pelos soldados americanos que estavam a libertar prisioneiros de vários campos. Regressaram a Buchenwald e o trabalho intenso continuou, sendo agora mais difícil de suportar devido à hesitação coletiva pelo momento em que os americanos os iam visitar. Ao chegar ao campo, percebeu que a doença tinha morto vários prisioneiros e enchido as enfermarias. Os guardas agrediam ainda mais os prisioneiros e a fome era ainda mais predominante. Devido à ameaça de libertação por parte dos americanos, os SS procuravam evacuar o máximo de presos possíveis e havia a regra de 25 enforcamentos por dia. E. Henry encontra um amigo próximo e os dois celebram o reencontro. Os alemães procuraram evacuá-lo mas E. Henry conseguiu escapar. No dia seguinte, os soldados americanos finalmente chegaram e os prisioneiros, como forma de agradecimento, dava-lhes pequenos pertences que tinham, como uma beata de um cigarro. Conseguiu regressar à França, após dois anos em Buchenwald e procurou recuperar a sua saúde junto com a família. Contactou amigos e ex-companheiros e procurou saber notícias sobre os sobreviventes. Encontra o seu velho amigo e várias vezes se encontram no café para matar saudades.
 Muitos morreram, outros viveram nos bosques que rodeavam os campos como nativos, outros ficaram traumatizados para toda a vida e outros perderam membro.Todos partilham um passado que está escrito nos campos de concentração e nas lojas onde se encontram malas com peles tatuadas e cabeças encolhidas de prisioneiros

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