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quinta-feira, 11 de maio de 2017

Ensaio sobre a Cegueira

Obra: Ensaio sobre a Cegueira

Autor:José Saramago

Páginas: 299

Resumo: Nesta obra de renome, Saramago apresenta um mundo em que uma epidemia de cegueira surge. A primeira vítima é um homem comum que se encontra no seu carro, no meio do trânsito, e fica cega subitamente. Esta cegueira, no entanto, não é comum, já que as suas vítimas vêm apenas um cenário branco, ao invés de negro, o que surpreende a população em geral. Esta personagem é levada por outro homem até sua casa e acaba por ter o seu veículo roubado pelo mesmo homem. A mulher do cego chega e, ao ver o marido naquelas condições, decide ir urgentemente a um oftalmologista, que afirma não encontrar nada de errado com a o paciente.
 Este oftalmologista regressa a casa e, no dia seguinte, acorda com a mesma cegueira. A sua esposa, apressa-se a chamar uma ambulância que acaba por chegar. Ao perceber que não pode ir na ambulância com o marido e não querendo abandonar este, a esposa afirma ter ficado cega nesse mesmo momento.
 O governo, ao ter conhecimento da epidemia, ordena que todas vítimas desta epidemia sejam recolhidas e colocadas num local isolado. O oftalmologista, a esposa, o ladrão e o primeiro cego são quatro das vítimas presentes, estando abandonadas num manicómio. Neste acampamento, vão chegando cada vez mais cegos, começando a certa altura a haver o problema da escassez de mantimentos. A mulher do oftalmologista, no entanto, continua  a ser a única pessoa que ainda tem o poder da visão, sendo exposta à falta de higiene e desespero dos que a rodeiam.
 A certa altura, os novos inquilinos do manicómio, que vão chegando, vão começando a exercer uma posição tirânica, começando a regular a quantidade de comida que chegava até ao manicómio onde se encontrava o oftalmologista e a esposa. Este grupo vê-se obrigado a dar todos os seus bens, tendo até de permitir que as mulheres do grupo prestassem favores sexuais aos homens do outro grupo. A esposa do oftalmologista decide iniciar assim várias revoluções contra o outro grupo e contra os guardas e o grupo acaba por conseguir escapar do manicómio. Os cegos são assim abandonados no mundo exterior, e acabam por se acomodar na casa da "rapariga dos óculos escuros", outra das personagens cegas.
 O grupo de invisuais é assim obrigado a procurar mantimentos e outras vítimas. A mulher do oftalmologista revela o facto de ainda possuir a visão e acaba assim por cuidar do resto do grupo, dando-lhes banho e lavando-lhes a roupa. Após os cegos passarem algum tempo a deambularem pela cidade, acontece o clímax da obra quando os cegos começam a recuperar a visão.
 Devo apenas referir-me ao último parágrafo da obra, quando a mulher do oftalmologista olha para o céu, após ver todos a recuperar a visão e, ao ver tudo branco, pensa que a visão tinha chegado a ela mas, ao olhar para baixo, vê a cidade e percebe que ainda consegue ver, uma crítica fenomenal de Saramago.
 Existe uma adaptação ao cinema da obra, sob o mesmo título do livro, na versão portuguesa.

2 comentários:

  1. Saramago é um dos meus autores preferidos. Já li várias obras dele. A primeira que li foi "O memorial do convento". Mas ainda não tive oportunidade de ler "O ensaio sobre a cegueira." Talvez o leia este Verão.

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  2. Saramago é definitivamente um dos mais prestigiados autores portugueses, tendo várias obras que me fascinaram como o "Evangelho segundo Jesus Cristo" e como esta obra. Recomendo vivamente devido à forte simbologia que rodeia a obra

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