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domingo, 5 de janeiro de 2020

A Comédia do Fantasma

Obra: A Comédia do Fantasma

Autor: Plauto

Resumo:
 Personagens: escravo Tranião; escravo Grumião; o jovem Filólaques; a meretriz Filemácio; a escrava Escafa; o jovem Calidamates; a meretriz Délfio; o velho Teoprópides; o agiota Misergárides; o velho Simão; o escravo Fanisco e o escravo Pinácio.

 Grumião acorda Tranião aos gritos. Tranião acorda mal disposto e há uma troca de insultos por Grumião ser do campo e Tranião da cidade. Grumião insulta Tranião por este gastar a fortuna do seu mestre enquanto este está fora e por viver à grega. Há uma troca de insultos e os dois partem. Entra em cena Filólaques, filho do dono da casa a fazer uma longa reflexão sobre como o homem é semelhante a uma casa e como ele se levou à própria ruína.
 Chegam Escafa e Filemácio e Filemácio, ao ver Filólaques, pergunta à sua escrava se estava apresentável para ser vista pelo seu amado. Escafa ridiculariza a sua atitude, afirmando que é ridículo ela, sendo uma cortesã, se dedicar apenas a um homem que, mesmo que Filólaques a tenha comprado e libertado, ele iria acabar por a abandonar. Filemácio ameaça Escafa de a castigar severamente se ela continuasse a criticar o seu amado e Escafa passa a bajular a sua ama. Filólaques vai ter com Filemácio e convida-a para sua casa. Chega Calidamates, já bêbedo e Délfio, amada de Calidamates. Filólaques recebe-os e oferece um lugar a mesa mas Calidamates prefere deitar-se e dormir.
 Tranião entra em casa a lamentar-se da desgraça a que ele e Filólaques se entregaram por terem esbanjado dinheiro do senhor com festas e agora o senhor tinha regressado. Tranião pergunta à audiência se alguém se queria oferecer para ser castigado por ele mas não houve ninguém. Entra em casa e alerta Filólaques sobre a situação. Este fica desesperado e tenta tirar Calidamates de casa mas não o consegue levantar. Tranião, ao perceber que a situação estava a piorar, tenta encontrar um plano para afastar o senhor da casa. Manda todos para dentro de casa e ordena a Filólaques que não deixe ninguém fazer barulho nem abrir a porta se alguém tocar.
 Teoprópides chega e bate à porta várias vezes mas fica espantado por não ter resposta. Tranião chega e saúda o velho e, quando este afirma ter tocado à porta, Tranião faz uma cara de puro medo e afasta o amo da casa. Tranião explica que, naquela casa, um anfitrião tinha assassinado o seu hóspede e enterrado-o no terreno ao pé da casa sem honras fúnebres. Certo dia o hóspede apareceu em sonhos a Filólaques e contou-lhe a história, aconselhando-o a sair daquela casa por estar amaldiçoada. Teoprópides parte e Tranião vê o agiota, que tinha emprestado o dinheiro para Filólaques comprar a concubina, chegar. Fica atrapalhado, principalmente quando vê que Teoprópides regressa também. Teoprópides afirma que o senhor que lhe tinha vendido a casa tinha dito que a história era mentira e Tranião afirma que o dono estava a mentir. O agiota aproxima-se de Tranião a pedir o dinheiro que lhe devia e este leva-o para um sítio mais escondido. Tranião tenta convencê-lo a regressar mais tarde mas o agiota afirma que não iria sair dali sem ter recebido o dinheiro do juro. Teoprópides ouve falar de juro e procura saber o que se passava. Tranião mente, dizendo que Filólaques tinha pedido dinheiro ao agiota quando descobriu que aquela casa estava assombrada para comprar outra. Tranião convence ainda o senhor a dizer ao agiota que ele se responsabilizava por pagar a dívida no dia seguinte. O agiota parte e quando Teoprópides pergunta onde é que o filho tinha comprado a casa, o escravo fica aflito e responde que tinha sido a casa do vizinho. Teoprópides acredita e pede para ver a casa. Tranião vai sozinho ter com Simão, dono da casa e ouve-o a queixar-se da esposa. Dirige-se a ele e roga-lhe para que não conte ao seu senhor a vida luxuosa que eles levavam. Simão aceita e Tranião diz-lhe que o seu senhor gostava de ver a casa de Simão acreditou e Tranião chama Teoprópides, SImão vai para o fórum e os dois entram na casa.
 Fanisco faz uma reflexão sobre como ele é um escravo obediente por ter medo de o seu senhor o castigar. Chega Pinácio, outro escravo, e acusa Fanisco de viver uma boa vida por estar na graça do seu senhor. Há uma troca de insultos.
 Entretanto, Teoprópides confessa a Tranião como aquela casa era linda e como tinha sido excelente compra. Teoprópides manda Tranião chamar o filho. Fanisco e Pinácio, escravos de Calidamates, bateram à porta de Teoprópides. Este ouve e vai ter com eles. Eles afirmam que vieram ter com o seu senhor que estava ali bêbado. Teoprópides explicou que ninguém habitava aquela casa fazia uns meses e Fanisco explicou que ele ia lá praticamente todos os dias ter com o seu senhor quando este ia às grandes festas realizadas por Filólaques que tinha gasto toda a fortuna do pai dele. Diz ainda que Filólaques tinha comprado a sua amada para lhe conceder a sua liberdade e admite ter pena do pai dele. Os dois escravos vão embora. Teoprópides vê Simão e pergunta-lhe se o filho lhe tinha comprado a casa. Simão responde que não e que o escravo Tranião lhe tinha dito que Teoprópides queria ver a casa para construir um gineceu. Teoprópides percebeu a trama e pediu a Simão uns escravos e correntes.
 Teoprópides fala com os escravos de Simão e explica-lhe que vai fingir que não sabe nada para apanhar Tranião desprevenido. Tranião, no entanto, ouviu a conversa e, quando vai ter com o senhor, senta-se num altar. Teoprópides finge que estava irado com Simão por este não reconhecer a compra da casa e Tranião convence-o de que é má ideia. Teoprópides insiste para que o escravo saia do altar mas este não obedece. Ambos deixam de fingir que não sabem a verdade e Teoprópides questiona-o sobre o porquê de ter feito o que fez. Tranião não se mostra arrependido de nada. Chega Calidamates que tinha sido escolhido pelo amigo para falar com o pai e apaziguar a sua ira. Tranião pede a Calidamates para o proteger e este dirige-se a Teoprópides afirmando que o filho é um jovem e que a juventude é a altura para fazer erros mas que, apesar dos erros, continua a ser filho dele. Teoprópides ficou tão emocionado que decidiu perdoar o filho desde que ele pague a despesa. Teoprópides continuava, no entanto, irado com Tranião e mostra desejo de o matar mas Calidamates suplica para que o perdoe e ele acaba por aceitar.

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